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Enem 2024: como funciona a TRI, metodologia de pontuação dos participantes
Pelo esquema de avaliação, nota final dos estudantes não depende apena do número bruto de acertos e erros; entenda
Os estudantes que realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) agora aguardam a divulgação dos gabaritos oficiais e das notas, que só serão publicadas no próximo ano. Para a pontuação prova, o número bruto de acertos e erros no gabarito não representa uma relação direta com a nota final, já que o Enem conta com uma metodologia de avaliação chamada Teoria de Resposta ao Item (TRI).
Pela TRI, os estudantes são avaliados por diversos critérios, que incluem a dificuldade das questões e a possibilidade de ‘chute’, conforme a coerência com demais erros e acertos. Entenda:
Como funciona a TRI do Enem
Márcio Eustáquio, coordenador pedagógico e professor de química da Rede Chromos de Ensino, explicou como essa metodologia funciona à reportagem de O TEMPO.
"A TRI avalia os acertos e erros de cada candidato a partir de uma base de conhecimento das questões, do Enem de 2024, consideradas fáceis, médias e difíceis. Como exemplo, imagine que dois candidatos acertaram 35 questões de Ciências da Natureza. Contudo, o primeiro candidato acertou uma sequência mais uniforme entre questões fáceis, médias e difíceis. Dessa forma, esse candidato se mostra com habilidades mais coerentes e conhecimento mais homogêneo, o que pode indicar menor nível de chutes ao resolver as questões", comentou.
"Em contrapartida, se o segundo candidato acertou mais questões médias e difíceis, bem como errou mais questões fáceis, a TRI pode interpretar que esse candidato escolheu questões aleatoriamente, sem trabalhar suas habilidades, o que podemos considerar como o famoso 'chute'. Nesse sentido, a nota final em Ciências da Natureza desse segundo candidato deverá ser inferior em comparação ao primeiro candidato, que apresentou maior uniformidade na distribuição de acertos", completou o professor, demonstrando que duas pessoas que acertaram o mesmo número bruto de questões têm notas finais distintas.
Parâmetros considerados na TRI
No Guia do Participante do Enem, o Inep descreve, com detalhes, como funciona a TRI e como é feito o cálculo das notas. O órgão cita três parâmetros considerados na metodologia.
Os três parâmetros são:
- Parâmetro de discriminação: poder que cada questão possui de diferenciar participantes que dominam a habilidade avaliada daqueles que não dominam.
- Parâmetro de dificuldade: quanto mais difícil a questão, maior seu valor.
- Parâmetro de acerto casual: probabilidade de um participante acertar a questão no "chute", sem necessariamente ter domínio do tema.
Pedagogicamente, as questões (itens) são colocadas em uma 'régua' de dificuldade, sendo categorizadas como fáceis, médias e difíceis. A partir disso, é analisada a coerência nas respostas.
Coerência faz diferença na nota final
Por esses critérios, acertos e erros coerentes em relação à habilidade de cada candidato são importantes para o resultado definitivo no Enem 2024. Ou seja, um candidato que é capaz de responder questões difíceis deve ser capaz, também, de acertar as fáceis. Já errar as fáceis e acertar as mais complicadas pode ser considerado o 'acerto casual'.
"Como a TRI alcança quatro áreas do conhecimento, verifica-se que o ideal é o candidato sempre priorizar os acertos de questões fáceis e médias, evitando chutes nesses itens, e se possível acertar o maior número possível de questões difíceis. Afinal, quanto mais uniforme for o desempenho do candidato, maiores serão suas chances de disputa no Sistema de Seleção Unificada (SISU)", analisou o professor Márcio Eustáquio.
No resultado, que será divulgado em 13 de janeiro de 2025, ainda há a nota da redação, que vai até 1000 e não é impactada pela TRI. Essa é somada à média das outras provas.
"A média representa a nota do candidato. Nesse sentido, observamos que a redação acaba impactando na disputa por uma vaga no SISU (Sistema de Seleção Unificada)", finalizou o coordenador pedagógico da Rede Chromos de Ensino.