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Setor de calçados em Minas lidera crescimento nacional pós-pandemia
A produção em Minas Gerais somou 156,6 milhões de pares, sendo responsável por 16,9% do total de sapatos feitos nas fábricas brasileiras
O setor calçadista de Minas Gerais foi o que mais cresceu no segmento brasileiro desde 2022, no período pré-pandemia. O estado aumentou a participação na produção nacional em 0,4 ponto percentual e, atualmente, é o terceiro maior produtor do país. Os dados constam em relatório da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), divulgado nesta semana durante a BFSHOW, principal feira do setor, em Brasília.
Em 2024, a produção do setor cresceu 4,3% no Brasil e ultraou os patamares registrados no período anterior à pandemia da Covid-19. Foram mais de 929,5 milhões de pares produzidos. A produção em Minas Gerais somou 156,6 milhões de pares, sendo responsável por 16,9% do total de sapatos feitos nas fábricas brasileiras.
No estado, a produção está concentrada em Montes Claros, com 48,7% do total e Nova Serrana, com 43,2%. O presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova), Rodrigo Amaral Martins, afirmou que a região tem uma característica de agilidade e adaptação aos diferentes cenários.
“Em sua grande maioria, são empresas de médio ou pequeno porte, então isso com certeza também dá a elas uma flexibilidade maior, uma agilidade maior natural mesmo do negócio na parte de desenvolvimento de produtos. Isso certamente também auxiliou, apesar de que eu sei que os outros polos também têm essas características”, comentou Martins.
Outro ponto observado por Rodrigo é que após a pandemia havia uma demanda de consumo reprimida, o que contribuiu para os bons resultados. “As empresas aqui estavam preparadas para atender essa demanda reprimida do mercado e podemos dizer também que até pela característica de terem produtos de boa qualidade, mas também muito competitivos e que estão bem distribuídos a nível Brasil com grandes clientes e players do mercado, atendendo também ao pequeno varejo”, complementou.
Segundo Rodrigo, apesar do momento de recuperação, o setor tem convivido com dificuldades. O TEMPO já havia noticiado, anteriormente, uma dificuldade com a contratação de mão de obra, problema que persiste. “É hoje, sem dúvida nenhuma, o principal desafio do nosso setor. A falta de mão de obra é um grande limitante no nosso crescimento no resultado das empresas, a gente tem aqui várias empresas que ainda não conseguiram retomar os números do do pré-pandemia por exemplo por causa de mão de obra, infelizmente”, resumiu o presidente do sindicato.
Cenário nacional
De acordo com o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, a indústria nacional deve crescer entre 1,4% e 2,2%, em 2025, chegando ao maior volume de calçados produzidos em 11 anos (entre 942,5 milhões e 949,9 milhões de pares produzidos). “A BFSHOW vem mostrando que chegaremos a esses números, que devem ser impulsionados, principalmente, pelas exportações, que devem crescer entre 2,1% e 5,2% ao longo do ano”, projetou.
Já o consumo interno, que foi o motor do crescimento no ano ado, quando cresceu 8,4%, deve crescer menos. Ferreira frisou que, no primeiro trimestre de 2025, o crescimento da produção ficou em torno de 1%, ainda abaixo da banda projetada. “Porém, nos próximos meses devemos registrar um incremento mais significativo”, disse.
O executivo da Abicalçados destacou que as projeções mais otimistas levam em consideração reflexos da guerra tributária entre Estados Unidos e China, que tem feito com que compradores norte-americanos busquem mais o mercado brasileiro. “Embora tudo possa mudar, bastando um canetaço de Trump, existe uma instabilidade no mercado e os compradores dos Estados Unidos vêm buscando fornecedores alternativos aos chineses”, explicou.