Em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, dezenas de metroviários de Belo Horizonte manifestaram contra a privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos em Minas Gerais (CBTU-MG) e pela manutenção do trabalho dos concursados caso o processo de privatização continue na manhã desta terça-feira (28). Os metroviários utilizaram três ônibus de viagem de Belo Horizonte até a capital nacional. 

Os manifestantes carregavam placas direcionadas ao presidente Lula (PT), com escritos como: “Lula, receba os metroviários” e “Por que a privatização da CBTU-MG continua?”.  Nas redes sociais, a hashtag #LulaRecebaOsMetroviários também foi usada para marcar a manifestação. 

Nesta terça-feira (28), completa-se duas semanas em que as 19 estações de metrô estão completamente fechadas, mesmo havendo uma liminar proferida pelo vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), desembargador Dr. César Pereira da Silva Machado Júnior, que determina o funcionamento de 70% dos trens durante a greve.

A esperança de se reunir com membros do governo federal é uma das últimas tentativas de ação dos metroviários contra a privatização, uma vez que as partes envolvidas na venda do metrô da capital têm até o dia 10 de março para em o contrato.

Privatização do metrô

Com lance único de R$ 25,75 milhões, o Grupo Comporte — que reúne empresas de transporte rodoviário e urbano de ageiros, cargas e turismos — venceu o leilão de concessão do metrô de Belo Horizonte, realizado em 22 de dezembro na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).

Com o resultado, a empresa se compromete a revitalizar a linha 1 e a criar a linha 2 ao longo dos próximos 30 anos. Para as melhorias saírem do papel, há previsão de investimentos de R$ 3,7 bilhões. A maioria dos recursos sairá dos cofres públicos: cerca de R$ 2,8 bilhões serão desembolsados pelo governo federal e R$ 440 mil pelo governo estadual. O restante será de responsabilidade da empresa.

Atualmente, o metrô é gerido pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), empresa pública. Para o leilão, foi criada a CBTU Minas Gerais (CBTU-MG). O grupo vencedor comprará a CBTU-MG ao mesmo tempo em que obterá a concessão do governo estadual para operar o serviço público de transporte metroviário de ageiros na região metropolitana de Belo Horizonte pelos próximos 30 anos.

Multa pela paralisação 

A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) divulgou na tarde da última quinta-feira (23) um balanço financeiro provocado pela greve do metrô de Belo Horizonte, que teve início em 14 de fevereiro, às vésperas do Carnaval. De acordo com a empresa, o prejuízo estimado é de R$ 6 milhões. O sindicato  já informou à reportagem que não dispõe desse valor para o pagamento. Ainda, a CBTU conseguiu na Justiça o bloqueio de R$ 250 mil nas contas do sindicato.

Antes disso, a última multa paga pelo Sindimetro referente a greve foi em 2018 por uma paralisação que ocorreu em 2016. O processo de cobrança dos valores também a pela Justiça.