Membros da torcida organizada Máfia Azul se envolveram em uma briga generalizada com integrantes da Mancha Verde, do Palmeiras, na rodovia Fernão Dias, em Carmópolis de Minas, na região Centro-Oeste do Estado, nesta quarta-feira (28). A pancadaria teve pessoas sendo agredidas a pauladas e até mesmo baleadas.
Os integrantes da torcida do Cruzeiro viajavam com destino a Campinas, em São Paulo, para acompanhar o duelo contra a Ponte Preta, porém a Máfia Azul está banida dos estádios por um ano. A medida foi tomada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e acatada pela Federação Mineira de Futebol (FMF). A Galoucura, do Atlético, também foi penalizada.
A decisão aconteceu após recorrentes episódios de violência promovidos por membros das duas organizadas. Uma das ações de truculência resultou na morte do torcedor do Cruzeiro Rodrigo Marlon Caetano Andrade, de 25 anos, que foi baleado com um tiro no abdômen em briga com atleticanos. O fato aconteceu em 6 de março deste ano.
Banimento
A resolução que bane a Máfia Azul e a Galoucura foi publicada em 18 de março de 2022 e assinada pelo presidente da FMF, Adriano Guilherme de Aro Ferreira. O banimento consiste na proibição do uso de qualquer material que faça alusão às torcidas nos estádios de todo o país.
Com isso, os membros das organizadas não podem frequentar os entornos dos estádios do país nos dias de jogos, num raio de cinco quilômetros. O banimento também consiste na proibição do uso, porte e exibição de qualquer vestimenta, faixa, bandeira e instrumento musical que possa caracterizar a presença das torcidas nos estádios ou nos seus entornos.
De acordo com o MPMG, o entoamento de cantos ou qualquer menção às torcidas no interior dos estádios também fica vetado. O órgão recomenda "que os regulamentos de competições futuras proíbam o entoamento de cantos e similares com menção às duas torcidas, sob pena de sanções disciplinares para os clubes".
Após o ocorrido na manhã desta quarta, a Máfia Azul, por meio das redes sociais, se posicionou alegando ter agido em “legítima defesa” e disse ter sido alvo de “emboscada”. "Hoje aconteceu um fato lamentável onde precisamos agir em legítima defesa para defender a integridade de todos que estão presentes para acompanhar o espetáculo de logo mais em Campinas, onde o Cruzeiro enfrenta a Ponte Preta”, afirmou em trecho da publicação.
O MPMG foi procurado pela reportagem e afirmou que irá se manifestar após as forças policiais serem realizadas e readas à instituição. A reportagem também tentou contato com a Máfia Azul, por telefone, mas não teve as ligações atendidas.