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Em 24h, BH registra três ataques contra funcionários de Centros de Saúde
Agressão a médico, quebradeira com cadeira e ameaça com arma de fogo foram registrados, respectivamente, nos bairros Vila Pinho, Copacabana e Jardim Vitória
Servidores municipais da saúde de Belo Horizonte estão assustados após a cidade registrar, em um intervalo de menos de 24h, pelo menos três ataques contra os trabalhadores de Centros de Saúde da capital mineira. Entre os casos — registrados entre a última quinta-feira (15 de maio) e esta sexta (16) — estão agressão a um médico, ameaça com arma de fogo e quebradeira provocada com uma cadeira.
No caso apontado pelas fontes ouvidas por O TEMPO como o mais grave, um médico foi violentamnte espancado por um paciente, nesta sexta-feira, no Centro de Saúde Vila Pinho, na região do Barreiro, em Belo Horizonte.
"Mais uma notificação de violência. Médico foi agredido por um usuário, que bateu na cabeça dele, deu chutes. Muito triste. O consultório ficou todo jogado no chão", relata uma servidora não identificada.
Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) lametou o ocorrido. "O profissional agredido foi prontamente acolhido e foi acionado o fluxo de abordagem a episódios de violência, estratégia que faz parte do Plano de Segurança para unidades de Saúde. O agente da Guarda Civil Municipal que estava na unidade atuou na ocorrência e a Polícia Militar também foi acionada", detalhou o município.
Por conta da situação, o atendimento na unidade de saúde foi interrompido e, nesta tarde, são atendidos exclusivamente os casos agudos. "Os demais pacientes estão sendo informados que as consultas e procedimentos serão reagendados", concluiu a PBH.
Já na tarde da última quinta-feira, o caos tomou conta do Centro de Saúde Copacana, na região da Pampulha. Segundo relatos de trabalhadores da unidade, uma mulher ficou indignada após ser informada de que sua consulta com um ginecologista teve que ser remarcada. Com uma cadeira, ela causou uma quebradeira na unidade.
"Ela teria dito que a vida dela já estava ruim e que, por isso, não teria problema tirar a vida de alguém. Quebrou tudo lá. Os guardas interviram e conseguiram prender ela", detalhou uma trabalhadora a O TEMPO.
Questionada sobre este caso, a PBH também lamentou o ocorrido, explicando que o cancelamento da consulta da mulher aconteceu após instabilidade no sistema de prontuário. "A paciente teria se irritado e tentado agredir, com uma cadeira, a recepcionista da unidade. O agente da Guarda Civil Municipal, que estava na unidade, atuou na ocorrência. A Polícia Militar foi acionada e encaminhou a usuária à delegacia", completou.
Por fim, o município informou que a gerência do Centro de Saúde Copacabana entrará em contato com a paciente para agendar uma nova consulta.
Ainda na quinta-feira, no Centro de Saúde Vila Maria, no bairro Jardim Vitória, região Nordeste de Belo Horizonte, um homem ameaçou profissionais da saúde com uma arma de fogo. A PBH informou que o paciente procurou a unidade com dores no braço.
Após ar pela triagem, foi verificado que se tratava de uma fratura e, devido à gravidade do caso, o paciente foi orientado a procurar uma UPA para fazer uma radiografia e a devida imobilização. Neste momento, o acompanhante do paciente não aceitou a orientação e ameaçou a equipe com uma arma de fogo. O suspeito foi localizado nas imediações da unidade de saúde e conduzido para delegacia.
Trabalhadores temem retirada da Guarda
Durante conversa com os trabalhadores das unidades, a reportagem de O TEMPO foi informada de informações que estariam circulando entre os servidores de que a PBH teria planos de retirar a Guarda Municipal de suas unidades de saúde.
"Ouvi isso do próprio guarda que trabalha na minha unidade. O projeto deles atuarem dentro dos centros de saúde era do ex-prefeito. Agora, a nova gestão do Álvaro Damião (União) é contra eles ficarem nas unidades de saúde. O que chegou para a gente é que já foi aprovado para eles voltarem para as ruas da cidade", denunciou uma trabalhadora que não será identificada.
Segundo Artur Oliveira Mendes, diretor do Sindicato dos Médicos (Sinmed), o retorno da Guarda nos centros de saúde foi fruto de uma longa luta da categoria. "Foram anos de luta e discussão para o retorno da guarda municipal às unidades de saúde. Este episódio deixa claro o quanto a presença destes agentes é importante, uma vez que ficam mais uma vez evidentes os riscos aos quais os profissionais e população são submetidos", relata.
Questionada sobre essa possibilidade, a PBH não se manifestou.