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Comunicado atribuído ao CV declara fim de toque de recolher no Morro das Pedras
Texto e imagens que circulam nas redes sociais fazem referências aos líderes da facção na comunidade de Belo Horizonte e prometem "paz"
Após um suposto toque de recolher do Comando Vermelho (CV) deixar sob alerta os moradores do Morro das Pedras, na região Oeste de Belo Horizonte, um comunicado atribuído à facção carioca ou a circular entre a população afirmando que, desde o último domingo (27 de abril), a guerra teria acabado e que a comunidade estaria "em paz".
O "comunicado", que aparece com do "Conselho Final do CV-MG", traz a informação de que a partir do domingo não existia mais "guerra dentro da favela". "Como foi noticiado, e todos moradores presenciaram, foi dado sim início a uma guerra por situações que o CV-MG veio a entender que não estava tendo uma aceitação e o respeito de algumas pessoas que integra a parte neutra, que não tem bandeira de facção", diz o texto.
Em seguida, a mensagem afirma que algumas pessoas não estariam vendo com bons olhos a presença da facção no morro. "Mas também exigimos respeito e qualquer um que tiver maldade ou falar mal da facção, vai ser entendido que está se opondo (...) e, por esses motivos, veio ter essa guerra", continua. "Chegamos a conclusão que essa guerra iria prejudicar muito nossa comunidade e os dois lados optaram pelo melhor caminho, que é a paz", completa o comunicado.
Em outras publicações sobre a suposta paz que circulam nas redes sociais, uma mensagem faz referência aos líderes da organização criminosa. "Morro das Pedras tá em paz. Trabalhador pode ficar em paz família. Tropa está na pista", diz a mensagem.
A imagem apresenta, ainda, o símbolo de uma bala e as siglas 2T e 2K. Conforme apurado por O TEMPO com um morador da comunidade, os símbolos indicam que a ordem seria dos "patrões" da facção. O desenho de uma bala representa o "Andinha", também conhecido como "Bala", criminoso natural de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, e que é apontado como o número 1 do CV em Minas Gerais. Já as outras duas siglas tratam sobre o Kaká e o Tintin, que seriam líderes atualmente dentro da comunidade.
Ameaças após homicídio
O comunicado que circula entre a população traz ainda uma ameaça contra os envolvidos na morte de um homem de 22 anos, executado neste mês na região conhecida como "Favela do Querosene", no bairro Luxemburgo.
"Deixamos bem claro que,há alguns dias atrás, tivemos a perca (sic) de um irmão do CV, morto na covardia na favela do Querosene. Para esses e todos que estiveram envolvidos, o destino é a morte", afirma o texto.
O toque de recolher
Conforme apurado por O TEMPO, segundo a Polícia Militar (PM), na última quinta-feira (24) quatro homens teriam abordado um motorista de um ônibus da linha 201 e afirmado que, a partir daquele momento, não poderia haver mais circulação de ônibus ou pessoas no bairro.
A ordem, segundo relatos, seria em virtude do assassinato de um homem, ligado ao tráfico de drogas no local. Foram os próprios bandidos que informaram ao motorista do ônibus ser integrantes da facção criminosa. A empresa responsável pela linha informou à polícia que recolheu os veículos após a ameaça. Segundo relatos, os ônibus não teriam circulado durante a noite de sexta e de sábado.
A prefeitura foi acionada, informa que, no momento, não relatos de problemas nas linhas em que houve registro da ameaça.
O que diz a PM?
Procurada por O TEMPO na última segunda-feira (28), a PMMG informou, por nota, que após a circulação de informações anônimas nas redes sociais sobre suposto toque de recolher no Morro das Pedras, uma ação integrada foi deflagrada pelos batalhões de Choque e 22º. Durante a ação, teria sido constatado que o comércio e o trânsito seguiam funcionando normalmente, sem qualquer restrição forçada à circulação de pessoas.
Além disso, uma operação "Ocupação" teria sido desencadeada na comunidade, culminando na apreensão de três armas de fogo, drogas, além da prisão de cinco suspeitos ligados a crimes na comunidade.
Leia o posicionamento da polícia na íntegra:
"A Polícia Militar de Minas Gerais informa que, no dia 24 de abril de 2025, após circulação de veiculações anônimas em redes sociais sobre suposto toque de recolher no Aglomerado Morro das Pedras, foi realizada uma ação integrada com apoio do Batalhão de Choque e recursos do 22º BPM, visando garantir a ordem pública e reprimir qualquer tentativa de atuação criminosa.
Cabe esclarecer que não foi constatada imposição de toque de recolher no local. O comércio e o trânsito seguiram funcionando normalmente, sem registros de restrições forçadas à circulação de pessoas.
Para assegurar a continuidade da segurança, a PMMG desencadeou, a partir do dia 25 de abril de 2025, a Operação Ocupação – Morro das Pedras, com o objetivo de coibir práticas criminosas e proporcionar maior segurança aos moradores e trabalhadores da região. A operação conta com o apoio do Batalhão de ROTAM, Batalhão de CHOQUE, COMAVE e Batalhão de Trânsito e será realizada por tempo indeterminado, conforme avaliação permanente do Comando da Instituição.
Os resultados das ações nesse período, foram:
• Apreensão três armas de fogo e drogas;
• Prisão de cinco indivíduos diretamente ligados a crimes na comunidade.
Ressaltamos que o trânsito de pessoas e veículos na região segue normalmente, o comércio permanece aberto e as atividades escolares e comunitárias continuam em funcionamento, demonstrando que a rotina da comunidade está preservada.
A PMMG reforça que informações sobre suposto “toque de recolher” não correspondem à realidade local. A comunidade encontra-se ocupada pela firme e técnica presença das forças de segurança pública, que garantem a proteção e a liberdade dos moradores.
Denúncias anônimas podem ser feitas pelo telefone 181 (Disque-Denúncia), sendo a participação da população fundamental para o êxito das operações e o fortalecimento da segurança pública.
A Polícia Militar reafirma seu compromisso de atuar de forma firme, estratégica e ininterrupta em defesa da sociedade mineira.
Polícia Militar de Minas Gerais – 250 anos protegendo a sociedade mineira."