A greve do metrô de Belo Horizonte continua neste domingo (19/2) de Carnaval, e os foliões estão tendo que desembolsar muito dinheiro para conseguir aproveitar a folia.
A auxiliar de secretaria Elaine da Conceição, de 37 anos, veio da região de Venda Nova para o bairro Funcionários, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Ela e os amigos vieram aproveitar o bloco Beiço do Wando, porém tiveram que gastar além do previsto.
"O metrô de greve atrapalha demais, e o aplicativo acaba sendo a forma de ar os blocos mais fácil. Gastamos R$ 25 e tivemos corridas canceladas", conta.
Esvaziamento do Carnaval
O fato de nem todos terem condições de pagar o app, por causa das altas tarifas, preocupa Elaine sobre um possível esvaziamento do Carnaval de BH.
"O metrô seria a forma mais rápida e ível. Domingo, por exemplo, os horários de ônibus já são reduzidos. O jeito é todo mundo se virar: pegar carona ou gastar com as corridas".
A gestora cultural Andreza Coutinho, de 44 anos, que é representante do bloco Pena de Pavão de Krishna, lamenta o não funcionamento do metrô. "O PPK é sempre um bloco grande. Obviamente, a gente depende do metrô. As pessoas precisam ter o. Mas a gente sempre sugere e propõe as caronas solidárias. Então, não vir sozinho em um carro. As pessoas têm vindo de app, de bicicleta, à pé. As pessoas chegam", diz.
Confira a lista de blocos do Carnaval aqui
Sobre o bloco
A greve
Uma nova assembleia dos metroviários está marcada para acontecer nesta segunda-feira (20/2), após um acordo não ser alcançado nesse sábado (18/2).
Com isso, o metrô de Belo Horizonte ficará sem funcionar praticamente por todo o período do Carnaval, o que vai prejudicar o deslocamento e o o dos foliões aos blocos.
A greve dos metroviários começou na última terça-feira (14) e ocorre devido ao processo de privatização do metrô de BH. A nova assembleia marcada para segunda-feira vai acontecer na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT), às 10h.
O Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro) informa que aguarda um “fator novo” por parte do governo federal para dar fim ao movimento e reabrir as estações.
Alda Lúcia dos Santos, presidente do Sindimetro, destaca a preocupação da categoria com os cerca de 1.600 trabalhadores do metrô, que temem pelos seus empregos por conta da privatização. Ela defende uma reunião em Brasília para tratar o assunto. "Pedimos desculpas para a população mineira, mas foi a única forma que nós conseguimos para defender os nossos empregos", disse ela.
Privatização do metrô de BH
Com lance único de R$ 25,75 milhões, o Grupo Comporte — que reúne empresas de transporte rodoviário e urbano de ageiros, cargas e turismos — venceu o leilão de concessão do metrô de Belo Horizonte, realizado em 22 de dezembro na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
Com o resultado, a empresa se compromete a revitalizar a linha 1 e a criar a linha 2 ao longo dos próximos 30 anos. Para as melhorias saírem do papel, há previsão de investimentos de R$ 3,7 bilhões. A maioria dos recursos sairá de cofres públicos: cerca de R$ 2,8 bilhões serão desembolsados pelo governo federal e R$ 440 mil pelo governo estadual. O restante será de responsabilidade da empresa.
Atualmente, o metrô é gerido pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), empresa pública. Para o leilão, foi criada a CBTU Minas Gerais (CBTU-MG). O grupo vencedor comprará a CBTU-MG ao mesmo tempo em que obterá a concessão do governo estadual para operar o serviço público de transporte metroviário de ageiros na região metropolitana de Belo Horizonte pelos próximos 30 anos.