Os metroviários decidiram, neste sábado (18), manter a greve e o metrô de Belo Horizonte paralisado, pelo menos até segunda-feira (20), quando outra assembleia será realizada a fim de decidir sobre o destino do movimento. A informação foi confirmada pelo Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro), após realização de assembleia na manhã deste sábado.
Com isso, o metrô de Belo Horizonte ficará sem funcionar praticamente por todo o período do Carnaval, o que vai prejudicar o deslocamento e o o dos foliões aos blocos.
A greve dos metroviários começou na última terça-feira (14) e ocorre devido ao processo de privatização do metrô de BH. A nova assembleia marcada para segunda-feira (20) vai acontecer na sede da Central Única dos Trabalhadores, às 10h.
O Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro) afirma que aguarda um “fator novo” por parte do governo federal para dar fim ao movimento e reabrir as estações.
Alda Lúcia dos Santos, presidente do Sindimetro, destaca a preocupação da categoria com os cerca de 1.600 trabalhadores do metrô, que temem pelos seus empregos por conta da privatização. Ela defende uma reunião em Brasília para tratar o assunto. "Pedimos desculpas para a população mineira, mas foi a única forma que nós conseguimos para defender os nossos empregos", disse ela.
Privatização do metrô de BH
Com lance único de R$ 25,75 milhões, o Grupo Comporte — que reúne empresas de transporte rodoviário e urbano de ageiros, cargas e turismos — venceu o leilão de concessão do metrô de Belo Horizonte, realizado em 22 de dezembro na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
Com o resultado, a empresa se compromete a revitalizar a linha 1 e a criar a linha 2 ao longo dos próximos 30 anos. Para as melhorias saírem do papel, há previsão de investimentos de R$ 3,7 bilhões. A maioria dos recursos sairá de cofres públicos: cerca de R$ 2,8 bilhões serão desembolsados pelo governo federal e R$ 440 mil pelo governo estadual. O restante será de responsabilidade da empresa.
Atualmente, o metrô é gerido pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), empresa pública. Para o leilão, foi criada a CBTU Minas Gerais (CBTU-MG). O grupo vencedor comprará a CBTU-MG ao mesmo tempo em que obterá a concessão do governo estadual para operar o serviço público de transporte metroviário de ageiros na região metropolitana de Belo Horizonte pelos próximos 30 anos.