Desde a manhã de sábado (24), Brasília vive sob a tensão das repercussões do episódio da prisão de um homem que confessou ter montado uma bomba que foi desativada pela polícia perto do aeroporto de Brasília. O empresário George Washington de Sousa foi preso na noite de sábado e outros envolvidos no episódio ainda estão sendo identificados. No entanto, já há muitas informações disponíveis sobre o caso. Veja o que já se sabe sobre a tentativa de atentado na capital federal:
A bomba descoberta
Um artefato composto por emulsão explosiva e um detonador com temporizador foi encontrado em um caminhão-tanque de querosene de aviação que estava indo para o aeroporto de Brasília na manhã de sábado. Inicialmente, os terroristas queriam explodir um poste de energia mas, depois, decidiram colocar o artefato no caminhão. Contudo, já na região do aeroporto, o motorista percebeu a carga explosiva. O objeto foi retirado e desativado pelo esquadrão antibombas da Polícia Militar do Distrito Federal.
Tentativa de detonação
A péricia da Polícia Civil identificou que os responsáveis pela ação tentaram detonar o explosivo, mas não conseguiram por razões que ainda não são conhecidas. A suspeita é de que a falha tenha se dado por incapacidade técnica dos envolvidos. Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, se a bomba explodisse haveria uma tragédia jamais vista no Distrito Federal.
Outros explosivos
Além da bomba desativada perto do aeroporto de Brasília, outros cinco dispositivos de emulsão explosiva, provenientes de garimpos e pedreiras no Pará, foram encontrados em um apartamento alugado no Sudoeste, região nobre da capital federal. Esses dispositivos ainda não haviam sido preparados com detonadores. Além disso, duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, centenas de munições e uniformes camuflados foram apreendidos junto com homem detido.
Quem já foi preso?
No apartamento do Sudoeste foi preso George Washington de Oliveira Sousa, empresário do ramo de gás em Santarém, no Pará. Segundo a polícia, ele teria confessado que montou a bomba e a reou para outra pessoa, que colocou no caminhão-tanque. Ele também disse que trouxe as armas de carro de Santarém, no Pará, e que os explosivos foram levados à capital federal por outra pessoa, que entregou a ele.
Após ar por audiência de custódia no início da tarde deste domingo (25), o empresário teve a prisão em flagrante convertida em preventiva por tempo indeterminado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).
As motivações do crime
Segundo Washington Sousa, ele estava em Brasília para participar de atos contra o resultado das eleições e por intervenção militar na frente do QG do Exército, na capital federal. Ele afirmou que os explosivos seriam utilizados para 'causar o caos' na cidade e chamar atenção para a causa do grupo.
As consequências
O delegado-geral da Polícia Civil do DF, Robson Cândido, informou que o homem será autuado por posse e porte ilegal de armas e explosivos e por atos contra o Estado Democrático de Direito. Além disso, segundo ele, outros envolvidos estão sendo identificados e serão presos. Neste domingo (25), após audiência de custódia, a Justiça converteu em preventiva a prisão em flagrante de George Washington. Com isso, ele ficará detido por tempo indeterminado.
A reação da família
Ao portal "Uol", um filho do empresário disse que os familiares sempre foram contra sua ida para atos em Brasília. A esposa dele afirmou que o marido era um pacifista que não acredita que ele seria capaz de cometer um atentado.
As repercussões
Futuro ministro da Justiça, o senador eleito Flávio Dino, parabenizou a Polícia Civil pela ação e cobrou atitudes das autoridades federais. Ele também afirmou que vai pedir à Procuradoria Geral da República (PGR) e ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) a criação de grupos para combater atos de terrorismo no Brasil.
Ministério da Justiça
O atual ministro da Justiça, Anderson Torres, usou as redes sociais para informar que a pasta oficiou a Policia Federal (PF) neste domingo (25) para acompanhar as investigações e “adotar as medidas necessárias” quanto ao “artefato encontrado ontem (24) em Brasília”. Torres disse ainda que é “importante aguardarmos as conclusões oficiais, para as devidas responsabilizações”.