O futuro ministro da Justiça no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Flávio Dino, parabenizou a Polícia Civil do Distrito Federal pela prisão do empresário paraense George George Washington de Oliveira Sousa. que confessou participação na tentativa de explosão de uma bomba perto do aeroporto de Brasília e chamou o episódio de 'inaceitável terrorismo'. Flávio Dino afirmou que o futuro delegado-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, está acompanhando a situação, mas cobrou atuação das atuais autoridades federais. De acordo com a Polícia Civil do DF, o homem preso por participação no atentado buscava chamar atenção para a causa de grupos que contestam o resultado da eleição e pedem uma intervenção das Forças Armadas para impedir a posse de Lula.

"Os graves acontecimentos de ontem em Brasília comprovam que os tais acampamentos 'patriotas' vioraram incubadoras de terroristas. Medidas estão sendo tomadas e serão ampliadas, com a velocidade possível. O armamentismo gera outras degenerações. Superá-lo é uma prioridade", disse Flávio Dino em suas redes sociais.

O futuro ministro ainda parabenizou as forças de segurança do DF pelo trabalho no episódio, mas cobrou ações dos atuais responsáveis pela segurança no nível federal. "Reitero o reconhecimento à Polícia Civil do DF, que agiu com eficiência. Mas, ao mesmo tempo, lembro que há autoridades federais constituídas que também devem agir, à vista de crimes políticos. As investigações sobre o inaceitável terrorismo prosseguem. O delegado Andrei, futuro diretor geral da PF, tem feito o acompanhamento, em nome da equipe de transição. Não há pacto político possível e nem haverá anistia para terroristas, seus apoiadores e financiadores", disse Flávio Dino.

Prisão

Na noite deste sábado, a Polícia Civil do Distrito Federal prendeu um empresário paraense de 54 anos que confessou ser o responsável por colocar uma bomba em um caminhão-tanque perto do aeroporto de Brasília, no Distrito Federal. O homem, que não teve o nome revelado, é inscrito como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) e disse ter vindo à capital para participar de atos contra o resultado da eleição e com pedidos de intervenção militar em frente ao Quartel General (QG) do Exército, na área militar. Segundo o delegado-geral Robson Cândido, o empresário, que é apoiador do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou que queria provocar uma explosão para chamar atenção para o movimento do qual participa. Com ele, foram apreendidas outras cinco emulsões explosivas, além de diversas armas que ele alega terem sido trazidas de carro de seu Estado.

Em um apartamento alugado no Sudoeste, foram apreendidas duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, centenas de munições e uniformes camuflados, além de cinco emulsões explosivas. O delegado diz que o suspeito afirmou que os explosivos teriam vindo de pedreiras e garimpos no Pará.

Inicialmente, a ideia era explodir um poste de energia. Contudo, depois o artefato foi colocado no caminhão de combustível de aviação. O material foi encontrado por funcionários da empresa que istra o aeroporto e foi desativado pela polícia. "Se esse material adentrasse no aeroporto de Brasília, próximo a um avião com 200 pessoas, seria uma tragédia aqui dentro de Brasília, jamais vista e seria motivo de vários noticiários internacionais, né? E graças a Deus conseguimos interceptar", disse o delegado-geral da Polícia Civil, afirmando que os bandidos tentaram explodir o artefato, segundo indica a perícia da corporação.

O TEMPO agora está em Brasília. e a capa especial da capital federal para acompanhar as notícias dos Três Poderes.