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Camilly Salomé, convocada, quebra preconceito: 'É um grande começo de transformação'.
Camilly Salomé, convocada, quebra preconceito: 'É um grande começo de transformação'.
'Estar na seleção e na elite é um desafio muito especial. É uma sensação difícil de descrever, um misto de surpresa e gratidão por tudo que aconteceu'
O vôlei com conhecimento e independência jornalística
Sim, é preciso olhar para baixo.
E sem preconceito. Afinal, nem tudo é preconceito, pode ser apenas desinformação ou desatualização.
A convocação de Camilly Salomé, jogadora de Sorocaba, campeã da Superliga B, para a seleção sub-23, quebra paradigmas e rompe com modelos e pensamentos ultraados.
É uma das raras vezes, se não for a única, que uma atleta jogando a segunda divisão é lembrada e ganha oportunidade.
Marcos Miranda, o Marcão, técnico da seleção feminina sub-23 e ex-treinador do Praia, assinado no Fluminense, teve sensibilidade e olhar clínico.
A seleção disputará os Jogos Pan-Americanos Júnior entre 9 e 23 de agosto no Paraguai. A competição vale vaga para o Pan-Americano Adulto de Lima em 2027.
Camilly, 21 anos, se apresenta no início de junho em Saquarema.
O blog conversou com a jogadora.
Camilly conta como recebeu a notícia da convocação, da importância do trabalho, valorização do projeto de Sorocaba na carreira, opção pela renovação e o inédito título da Superliga B.
Ela fala em amadurecimento, da conquista pessoal e das portas que se abrem para quem joga a segunda divisão.
Transformação.
'Estar na seleção e na elite é um desafio novo e muito especial pra mim. Tenho certeza de que vou crescer bastante, tanto como jogadora quanto como pessoa'.
Como você recebeu a notícia da convocação para a seleção sub-23?
Recebi a notícia pelas redes sociais. Estava fazendo fisioterapia no momento e, quando peguei o celular, vi várias mensagens de amigos me parabenizando. Fiquei muito feliz e emocionada. É uma sensação difícil de descrever, um misto de surpresa e gratidão por tudo que tem acontecido.
Qual a importância do trabalho e do projeto de Sorocaba na sua ascensão?
O projeto de Sorocaba tem um papel fundamental na minha evolução. É um clube novo, que vem crescendo a cada temporada e oferecendo uma estrutura muito boa para as atletas. Quando cheguei, no meio do ano ado, jamais imaginei que tudo isso poderia acontecer tão rápido. Evoluí muito nos treinos e nos jogos, e ter a chance de contribuir com o time enquanto crescia como jogadora foi uma experiência incrível. Sou muito grata por fazer parte disso.
Como avalia a última temporada e a conquista do título da Superliga B?
A temporada representou uma grande virada de chave na minha carreira. Desde o início, nosso principal objetivo era o o para a Superliga A, e sempre mantive isso como foco. Foram muitos treinos, muita dedicação e renúncias para viver esse momento. O título foi fruto de muito esforço coletivo. O que mais me marcou foi a final — muitos duvidavam que conseguiríamos, e mesmo sem estar 100%, consegui ajudar a equipe. Foi inesquecível.
Por que a opção em renovar e seguir em Sorocaba?
Ainda sou muito nova e tenho muito para aprender, amadurecer e crescer. Em Sorocaba, sei que nunca estarei na zona de conforto. Isso me motiva diariamente. Aqui tenho oportunidades reais de estar em quadra, ganhar experiência e continuar evoluindo. A decisão de permanecer foi baseada nisso: na confiança no projeto, no ambiente de crescimento e no desafio constante.
Você é uma das primeiras que salta da Superliga B direto para a seleção. O que isso significa para o mercado e para outras atletas que estão na mesma divisão?
Estou muito feliz e emocionada por fazer parte dessa mudança. Acredito que isso mostra que tudo é possível quando se tem dedicação, foco e acredita no processo. Esse o representa não só uma conquista pessoal, mas também abre portas e dá visibilidade para outras atletas da Superliga B. O mercado começa a olhar com mais atenção para talentos que estão fora dos grandes centros. É um grande começo de transformação.
Você acha que poderia ter sido melhor aproveitada no projeto de Bauru, já que não permaneceu por lá?
Na época, as atletas mais novas não tinham tanto espaço como hoje, o que é normal em alguns projetos. Com a maturidade que tenho agora, acredito que sim, eu poderia ter sido melhor aproveitada. Mas entendo que tudo acontece no tempo certo. Aquela experiência fez parte do meu processo de crescimento e me preparou para outras oportunidades que viriam depois. Tenho respeito e gratidão por tudo que vivi lá.
Quais são suas expectativas para a seleção e para a temporada na elite?
Estar na seleção e na elite é um desafio novo e muito especial para mim. Tenho certeza de que vou crescer bastante, tanto como jogadora quanto como pessoa. Espero que o projeto em Sorocaba continue evoluindo e que possamos fazer uma grande temporada. Na seleção, quero aproveitar ao máximo essa oportunidade, contribuir com o grupo e buscar os objetivos coletivos que forem traçados. Pessoalmente, meu foco é continuar evoluindo, aprendendo com cada experiência e consolidando meu espaço.