Minas Gerais desembarca com força total na Wine Trade Fair São Paulo 2025. A feira, que acontece até o dia 22 de maio no Expo Center Norte, reúne vinícolas, importadoras, exportadoras, distribuidoras, fabricantes de maquinário, fornecedores de insumos, indústrias de embalagens e gráficas de rótulos, entre outros segmentos. Pela primeira vez, o Estado participa do evento — um dos mais relevantes da América Latina no setor de vinhos e destilados — com uma missão clara: mostrar ao Brasil e ao mundo que vinho mineiro é cultura, é paisagem, é experiência.
A Wine Trade Fair São Paulo é uma das principais feiras de negócios da cadeia produtiva de vinhos e destilados da América Latina. No ano ado, o evento reuniu cerca de 8.500 profissionais do setor, contou com 120 expositores representando 280 marcas e ocupou uma área de 4.000 m². Entre os visitantes, 45% buscaram oportunidades de compra, 24% ampliaram o networking (relacionamento), 18% participaram para aprendizado e 13% focaram em analisar a concorrência. Como resultado, 90% dos expositores fecharam negócios e 80% concretizaram vendas.
Realizada pelo governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) e da Codemge, o estande mineiro conta com 11 vinícolas, seis cachaçarias artesanais, chefs renomados, degustações e uma imersão nas rotas do enoturismo que estão transformando o Estado na nova fronteira da vitivinicultura nacional.
“Minas chega à Wine Trade Fair para provar que vinho é mais que bebida: é expressão de identidade. Nossos vinhedos crescem em altitudes especiais, com técnicas como a dupla poda, rótulos premiados e, sobretudo, com a hospitalidade mineira. Aqui, o vinho dialoga com a Cozinha Mineira, com o patrimônio, com as paisagens e com o jeito acolhedor de receber. Estamos apresentando não só produtos, mas destinos de sensações, de encontros e de mineiridade”, afirma Leônidas Oliveira, secretário de Estado de Cultura e Turismo.
A participação mineira é fruto de uma ação conjunta entre Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Sindicato da Indústria do Vinho de Minas Gerais (SindVinho-MG), Sebrae Minas, Associação de Produtores de Uva e Vinho de Minas Gerais (UVA) e Sindicato das Indústrias de Bebidas do Estado de Minas Gerais (SindBebidas), além de outros parceiros institucionais.
O setor vitivinícola de Minas Gerais vive um ciclo virtuoso. Entre 2013 e 2022, a área cultivada com uvas aumentou em 52,9%. Em 2025, estima-se que o Estado produza entre 4 e 5 milhões de litros de vinhos finos, espumantes e de mesa. A região também se destaca por abrigar vinícolas inovadoras, muitas delas nascentes, mas já premiadas em concursos nacionais.
Durante dois dias, a enóloga da e pesquisadora da Epamig, Angélica Bender, vai abordar os aspectos técnicos da dupla poda, tecnologia desenvolvida pela entidade, que visa alterar o período de colheita das uvas, saindo do tradicional (verão), com chuvas intensas, e levando para o inverno, com menor umidade e maior amplitude térmica. Após a exposição, haverá degustação de vinhos de inverno institucionais da Epamig, elaborados na fazenda experimental de Caldas, no Sul de Minas, com uvas produzidas em São Sebastião do Paraíso.
“Com a dupla poda, desenvolvida em Minas, conseguimos colher no inverno, em condições ideais. O resultado são vinhos com mais qualidade, expressão e identidade. Isso nos colocou no mapa e mudou a história da viticultura no Brasil”, afirma Angélica Bender, enóloga e pesquisadora da Epamig.
Programação
Na programação, o público encontra degustações com vinícolas como Alma Gerais (Macaia/Bom Sucesso), Alto do Gavião (Vieiras), Arpuro (Uberaba), Artesã (São Gonçalo do Sapucaí), Amantikir (Intanhandu), Bárbara Eliodora (São Gonçalo do Sapucaí), Casa Rodrigo (São João da Mata), Casa Geraldo (Andradas), Quinta de Glaura (Glaura), Stella Valentino (Andradas) e Vale do Gongo (Grão Mogol). Além disso, o evento trará o espaço Cozinha Viva, com harmonizações comandadas pelos chefs Maria Clara Magalhães e Matheus Ramalho. Haverá, ainda, drinks com cachaças premiadas, como Tiê e Vale do Piranga, elaborados pelo mixologista Leo Gomes.
Um dos destaques da programação é a apresentação do Catálogo de Experiências “Ruralidade Viva” e do projeto “É do Campo”, da Emater. “O ‘Ruralidade Viva’ é um trabalho que está sendo desenvolvido pela Emater há três anos, onde é feito capacitações, acompanhamento e incentivo ao produtor rural para trabalhar com o turismo rural dentro da propriedade para agregar valor”, explica Thatiana Daniella Moura Garcia, coordenadora técnica estadual de Turismo Rural e Artesanato da entidade.
Já É do Campo é uma política pública de inclusão digital da Agricultura Familiar para inserção no mercado de venda direta ao consumidor, por meio do comércio eletrônico “Estar na Wine Trade Fair é colocar Minas no centro do mapa do vinho. E mais do que isso, é mostrar que nosso Estado tem um potencial enorme para atrair turistas, investidores e novos negócios. É um o estratégico para transformar vocações locais em oportunidades globais”, destaca Fernanda Alen, diretora de Infraestrutura e PPPs da Codemge.
Revolução nos parreirais
Heloísa Bertoli, presidente do SindVinho-MG, destaca os números do setor: “Com mais de 130 anos, a vitivinicultura de Minas Gerais vive um novo ciclo de crescimento e reconhecimento. Atualmente, o Estado conta com cerca de 40 projetos para vinícolas, sendo que 16 já registradas no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), que processam os frutos de 130 produtores de uvas para vinhos e sucos, distribuídos por todas as regiões mineiras. Entre 2013 e 2022, Minas Gerais ampliou em 52,9% sua área de cultivo e estima-se em 2025 a produção de 4 a 5 milhões de litros entre vinhos finos, mesa e espumante”.
Com mais de 130 anos de história, a vitivinicultura mineira vive uma revolução. Minas é hoje sede da Associação Nacional dos Produtores de Vinhos de Inverno (Anprovin), criada em 2016 e que reúne 50 vinícolas, das quais 20 são mineiras, com investimentos que ultraam R$ 550 milhões.
“Minas vive um momento de protagonismo inédito no setor. É um orgulho ver o Estado florescer com vinhos de qualidade e experiências autênticas. Mais que um produto, o vinho mineiro é um convite a descobrir um novo jeito de viver e brindar à vida”, resume Cláudio Góes, presidente da entidade,