CACHOEIRA DO CAMPO

Confira como é o Vila Galé Ouro Preto, que abre as portas no dia 24 de maio

Diárias vão custar entre R$ 800 e R$ 1.000; jantar de inauguração terá 500 convidados e mais de 70 jornalistas do Brasil e Portugal

Por Paulo Campos
Atualizado em 21 de maio de 2025 | 15:23

A contagem regressiva começou. No próximo sábado, 24 de maio, cerca de 15 jornalistas nacionais, 20 mineiros, dez portugueses, nove do trade turístico e 14 influenciadoras digitais 50+, além de outros 450 convidados, participarão da festa de inauguração do Vila Galé Collection Ouro Preto, o 12º da rede portuguesa no Brasil. Tombado em 2014 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), as negociações em torno do novo Vila Galé envolveram o governo de Minas, por meio da agência Invest Minas, os Salesianos e o grupo hoteleiro português.

O local escolhido para o novo hotel foi o 1º Quartel do Regimento de Cavalaria de Minas Gerais (1779), onde funcionou a Coudelaria Imperial, um centro de criação e aprimoramento de cavalos de raça, e anos depois, com o advento da república, as  Escolas Dom Bosco, em Cachoeira do Campo, às margens da Rodovia dos Inconfidentes (BR-356). Intimamente ligado à história de Minas, o local foi testemunho de momentos importantes, como a Revolta de Filipe dos Santos (1720), a Inconfidência Mineira (1789) e a Revolta do Ano da Fumaça (1883). Também testemunhou a visita de dois imperadores – Dom Pedro I e Dom Pedro II – e serviu de esconderijo para um mártir da Conjuração, Tiradentes.

A escolha do Colégio Dom Bosco (foto acima, crédito: Vila Galé / Divulgação) segue uma estratégia do Vila Galé de valorizar patrimônios históricos e revitalizá-los. Dos 45 hotéis do grupo hoteleiro, dez estão instalados em prédios históricos que foram recuperados. Da marca Collection, de padrão mais elevado e atendimento personalizado, são seis em Portugal: o Vila Galé Braga (antigo convento), o Vila Galé Palácio dos Arcos (palacete em Paço dos Arcos), o Vila Galé Casas D’Elvas (casas da antiga fábrica da ameixa e edifícios históricos do Aljube Eclesiástico e do Conselho de Guerra), o Vila Galé Alter Real (mais antiga coudelaria do mundo, de 1748) e o Vila Galé Tomar (Convento de Santa Iria). 

Segundo o presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), João Paulo Martins, as obras foram conduzidas com absoluto respeito aos critérios de conservação, sob acompanhamento técnico rigoroso do órgão, garantindo a harmonia entre a preservação do bem e seu uso contemporâneo. Protagonista nas negociações para a vinda do Vila Galé para Minas, o presidente da Invest Minas, João Paulo Braga, considera que equipamentos turísticos de alta qualidade, como o Vila Galé em Ouro Preto, geram empregos, movimentam a economia e ajudam a recontar nossa história de forma viva.

  • A chegada do Vila Galé, primeira bandeira internacional a se instalar em Minas Gerais em mais de 30 anos, é resultado de uma política estratégica que posiciona o Estado no cenário global do turismo. Minas se abre ao mundo com infraestrutura, segurança e experiências únicas, e o mundo está respondendo com confiança, investimento e presença”, afirma Leônidas Oliveira, secretário de Estado de Cultura e Turismo.

Temático

O novo hotel começa a operar inicialmente com 200 apartamentos dos 311 anunciados (foto acima, crédito: Sylvio Netto / Divulgação), em regime soft opening (pré-abertura) até meados de junho, quando estarão funcionando integralmente todas as unidades. As diárias vão custar entre R$ 800 e R$ 1.000. O Grupo Vila Galé está apostando na alta temporada de inverno para elevar a ocupação e nas campanhas de promoção no mercado europeu. A escolha de Ouro Preto para o hotel  também colocou na balança a proximidade de grandes centros emissores como São Paulo e Rio de Janeiro. “Estamos apostando na curiosidade do mercado”, afirma Gonçalo Rebelo de Almeida, do Grupo Vila Galé e filho do fundador e CEO, Jorge Rebelo.

Temáticos na sua essência, os hotéis da rede devem honrar a história do próprio edifício e da cidade de Ouro Preto. Os quartos fazem referência à Real Coudelaria, ao Santuário de Coração de Jesus, no distrito de Miguel Burnier, à igreja de São Francisco de Assis, ao mestre Aleijadinho e outros ícones arquitetônicos e referências culturais da cidade histórica e seus arredores.

Dos 311 quartos, 95 (foto acima. crédito: Sylvio Netto / Divulgação) estarão no edifício histórico. Dois blocos novos terão 216 apartamentos. são cinco categorias:

  • Apartamento (224 unidades de 18m² até 41m² acomodando dois ou três adultos ou dois adultos e uma criança);
  • Apartamento familiar (37 unidades de 41m² até 49m² para até dois adultos e duas crianças de até 12 anos),
  • Apartamento familiar NEP (32 unidades de 41m² decorados com a turma do NEP para até dois adultos e duas crianças);
  • Suíte (18 unidades de até 56m² acomodando até três adultos ou dois adultos e uma criança).
  • Entre os serviços oferecidos estão aluguel de equipamento audiovisual, Wi-Fi gratuito, serviço de banquetes, secador de cabelo, cafeteira e estacionamento.

Um memorial deve prestar homenagem aos Salesianos e à Polícia Militar – o 1º Quartel do Regimento foi a célula que originou os batalhões da PM. “Os edifícios que correspondem ao Regimento foram restaurados e transformados em áreas sociais, dois bares, restaurantes e lobby”, conta Almeida.

Inauguração

O jantar de inauguração já antecipa como será a gastronomia do novo hotel. As chefs Carolina Fadel e Maria Clara Magalhães vão pilotar um fogão a lenha e preparar, em as de pedra-sabão, dois pratos: “Festa na Roça” (frango caipira com quiabo, angu de milho-crioulo vermelho com Queijo Minas Artesanal e uma verdura pinçada dos quintais) e “Almoço de Domingo” (macarrão com bechamel de feijão e porco caipira à pururuca). “Queremos mostrar aos portugueses do Vila Galé como os mineiros do interior recebem suas visitas, fazendo-os sentir como se estivessem em sua própria casa”, pontua Carol.

Pratos como bobó de camarão, pirarucu ao molho de tucupi e leitão à pururuca vão dialogar com outros típicos da culinária portuguesa, como bacalhau à lagareiro, arroz de pato à antiga e leitão assado à Bairrada. Dos três restaurantes do resort, um será dedicado à cozinha regional e brasileira – os outros acompanham a tradição da rede, destacando a culinária  internacional. “Queremos escolher um chef local. Temos que respeitar o legado do que o mineiro é e tem de melhor, sua gastronomia”, revela Almeida. Uma estação de doces mineiros e portugueses, com destaque para a goiabada-cascão, deve encantar os comensais.

Lazer

Os jardins dos claustros (foto acima, crédito: Vila Galé / Divulgação) foram restaurados e repaginados. Um novo edifício também abriga um centro de convenções com sete salas e um anfiteatro. A pegada de praia está lá, com cinco piscinas climatizadas para enfrentar o friozinho de Ouro Preto, parque para crianças, lago com tirolesa, sala de jogos, cinema, brinquedoteca, pista de kart, quadras poliesportivas, spa e discoteca. O Vila Galé se orgulha de ter um spa próprio, o Satsanga, que diferencia de outros pela abordagem holística ao bem-estar, combinando tratamentos tradicionais com práticas orientais, com a filosofia satsanga, que busca a verdade e a harmonia interior.

Para honrar o ado, foi instalado um haras de cavalos Mangalarga Marchador (foto acima, crédito: Vila Galé / Divulgação) em parceria com o Haras M Tostes para oferecer eios de cavalo. O hotel está inserido em uma área de Mata Atlântica e é cortado pelo rio Maracujá – no fundo do terreno está a queda d’água que deu nome ao distrito, atrativo com o qual a comunidade mantém uma afetiva relação. “A cachoeira continua aberta à visitação da comunidade”, garante Almeida. Pretende-se ainda desenvolver atividades de ecoturismo e horta pedagógica. A proposta inicial do projeto é aproveitar 15 dos 277 hectares do terreno para o plantio de azeitonas e uvas (foto abaixo, crédito: Vila Galé / Divulgação).

Vila Galé no Brasil

O Grupo Vila Galé abriu o primeiro resort em 1988 no Algarve, o destino português famoso pelas praias de areia dourada, falésias e águas cristalinas. A partir de 2000, deslocou-se para o interior de Portugal e Lisboa. Um ano depois abriu o primeiro resort de praia no Brasil, o Vila Galé Fortaleza, na praia do Futuro. Atualmente, são 45 hotéis em operação, dos quais 32 em Portugal, 12 no Brasil, 1 em Cuba e 1 na Espanha, com uma oferta de 10.500 leitos e um faturamento anual de mais de € 300 milhões – o Brasil é responsável por 45%. Além de Ouro Preto, a rede abre este ano o Vila Galé Collection Amazônia – Belém, que deve ficar pronto para a COP30.

Paralelamente, terá início a construção de quatro novas unidades no Brasil: dois hotéis em São Luís do Maranhão e dois em Coruripe, no estado de Alagoas. O investimento previsto para essa expansão ultraa os R$ 400 milhões. Especificamente, o Vila Galé Collection Ouro Preto contou com um investimento de R$ 150 milhões, enquanto o Vila Galé Amazónia terá um investimento de R$ 120 milhões. Os empreendimentos devem gerar mais de 700 empregos diretos na hotelaria – em Ouro Preto, foram anunciados 120 empregos diretos e 600 indiretos, todos mão de obra local que serão treinados e capacitados para trabalhar no empreendimento.

Serviço:
O quê: Vila Galé Ouro Preto Collection
Onde: Às margens da Rodovia dos Inconfidentes (Cachoeira do Campo / Ouro Preto)
Diárias: Entre R$ 800 e R$ 1.000
Informações e reservas: e o site Vila Galé Collection Ouro Preto.

Cronologia da abertura das unidades no Brasil:

  • 2001: Vila Galé Fortaleza (Ceará)
  • 2004: Vila Galé Salvador (Bahia)
  • 2006: Vila Galé Marés (Bahia)
  • 2009: Vila Galé Eco Resort do Cabo (Pernambuco)
  • 2009: Vila Galé Eco Resort de Angra (Rio de Janeiro)
  • 2010: Vila Galé Cumbuco (Ceará)
  • 2014: Vila Galé Rio de Janeiro (Rio de Janeiro)
  • 2018: Vila Galé Touros (Rio Grande do Norte)
  • 2018: Vila Galé Cumbuco by Vila Galé (Ceará)
  • 2020: Vila Galé Paulista (São Paulo)
  • 2022: Vila Galé Alagoas (Alagoas)
  • 2024: Vila Galé Collection Sunset Cumbuco (Ceará)
  • 2025: Vila Galé Collection Ouro Preto (Minas Gerais)
  • 2025: Vila Galé Collection Amazónia (Pará)