Às margens do Rio das Mortes, em São João del-Rei, Minas Gerais, repousa uma história pouco contada, mas profundamente marcante. Durante a Revolta Liberal de 1842, esse rio testemunhou episódios de violência que tingiram suas águas de vermelho, deixando cicatrizes na memória da região.

Contexto histórico: a Revolta Liberal de 1842

Em 1842, insatisfações políticas e sociais culminaram na Revolta Liberal, que teve focos em São Paulo e Minas Gerais. Em Minas, líderes liberais, como Teófilo Benedito Ottoni, organizaram movimentos contra o governo centralizador do Império. São João del-Rei tornou-se um dos centros dessa insurreição, sendo palco de confrontos e represálias.

O massacre às margens do Rio das Mortes

Relatos históricos indicam que, após confrontos entre forças liberais e tropas imperiais, diversos prisioneiros foram executados sumariamente às margens do Rio das Mortes. Os corpos eram lançados ao rio, que, segundo testemunhas da época, "corria vermelho de sangue". Esses eventos contribuíram para que o rio fosse lembrado como um símbolo do derramamento de sangue ocorrido durante o conflito.

Memória e esquecimento

Apesar da gravidade dos acontecimentos, essa parte da história de São João del-Rei é pouco abordada nos registros oficiais e na memória coletiva. O Rio das Mortes, que hoje segue seu curso tranquilo, carrega em suas águas as lembranças de um ado violento, muitas vezes esquecido pelas gerações seguintes.

Importância da preservação histórica

Resgatar e preservar essas histórias é fundamental para compreender as complexidades do ado e os caminhos que levaram à formação da sociedade atual. O reconhecimento dos eventos ocorridos às margens do Rio das Mortes é um o importante para honrar a memória daqueles que ali perderam suas vidas e para refletir sobre os impactos das lutas políticas na história brasileira.

Fontes: Documentos históricos da Revolta Liberal de 1842, relatos orais da comunidade local e registros do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei.