Rebeca Andrade é a maior medalhista olímpica da história do Brasil. Antes de chegar ao topo do pódio nas Olimpíadas de Paris, porém, a ginasta artistica, de 25 anos, enfrentou três cirurgias no joelho, que a afastaram das competições em 2015 e 2017. À época, ela chegou a questionar sua continuidade no esporte. E, além de todos os problemas físicos, a saúde mental também sofreu abalos.
“Foi muito doloroso. Todos os processos. A dor e a lesão são os piores adversários do atleta de alto rendimento. Tive medo, sim, cheguei a pensar em parar, sim, mas a minha família, minha mãe, minha rede de apoio foram fundamentais para que eu seguisse em frente, olhasse para a situação e superasse tudo. Tudo serve de aprendizado, me fez voltar mais forte cada vez,” recorda a detentora de quatro medalhas em Paris 2024.
Para superar crise de ansiedade, Rebeca Andrade conta com a ajuda de uma psicóloga desde os 13 anos. “Acho que as pessoas devem se permitir ter um profissional como o psicólogo ao seu lado. Eu não sabia bem, não conhecia muito quando comecei a trabalhar com a Aline e, aos poucos, o que é normal, foi me ando segurança, conhecimento. Fui entendendo e vendo no dia a dia os resultados aparecendo. É importante não só para o atleta, mas para o profissional de qualquer área,” acrescenta a ginasta.
E, a vivência com a psicologia fez com que Rebeca Andrade se dedicasse aos estudos, unindo suas duas paixões. “Durante as manhãs, me dedico aos treinos de ginástica e, à noite, curso psicologia. Acredito que é importante ter um profissional ao seu lado, seja no esporte ou em qualquer área. Aline me ajudou a me conhecer melhor e a manter minha mente saudável,” explica a medalhista de ouro do solo nas Olimpíadas de Paris.
Desde criança, Rebeca Andrade revelou um talento natural para a ginástica artística, começando sua jornada em um projeto social em Guarulhos, no interior de São Paulo. Com apenas quatro anos, ela chamou a atenção e conquistou rapidamente o apelido de “Daianinha de Guarulhos”, em homenagem à Daiane dos Santos. O seu talento a levou para Curitiba aos 10 anos, onde começou a treinar profissionalmente. O apoio incondicional de sua família, especialmente de sua mãe Rosa, que trabalhou arduamente para financiar os treinos da filha, foi fundamental.
Em um mundo onde as expectativas são altas e as pressões são intensas, Rebeca Andrade é uma inspiração para atletas e para todos que enfrentam seus próprios desafios pessoais e profissionais. Entretanto, equilibrar a vida profissional e pessoal é um desafio constante para a ginasta brasileira.
“Não sobra muito tempo para a vida pessoal. Tenho, claro, meus momentos de Rebeca não atleta, que são muito raros em períodos de preparação para competições. Tento equilibrar e me distrair um pouco nos momentos de folga, mas a minha rotina de atleta é muito intensa. Gosto de estar com meus amigos, minha família, apesar da distância, meus cachorros... De dormir!” confessa a atleta.