OURO EM PARIS

Rebeca Andrade superou crise de ansiedade e lesões para se tornar maior atleta do Brasil 1fg4n

Ginasta brasileira conquistou medalha de ouro no solo nas olimpíadas de Paris 2024 h471d

Por Bárbara Ribeiro
Atualizado em 05 de agosto de 2024 | 13:51
 
 
Rebeca Andrade foi ouro no solo da ginástica artística nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 Foto: Ricardo Bufolin/CBG

Rebeca Andrade é a maior medalhista olímpica da história do Brasil. Antes de chegar ao topo do pódio nas Olimpíadas de Paris, porém, a ginasta artistica, de 25 anos, enfrentou três cirurgias no joelho, que a afastaram das competições em 2015 e 2017. À época, ela chegou a questionar sua continuidade no esporte. E, além de todos os problemas físicos, a saúde mental também sofreu abalos.

“Foi muito doloroso. Todos os processos. A dor e a lesão são os piores adversários do atleta de alto rendimento. Tive medo, sim, cheguei a pensar em parar, sim, mas a minha família, minha mãe, minha rede de apoio foram fundamentais para que eu seguisse em frente, olhasse para a situação e superasse tudo. Tudo serve de aprendizado, me fez voltar mais forte cada vez,” recorda a detentora de quatro medalhas em Paris 2024.

Para superar crise de ansiedade, Rebeca Andrade conta com a ajuda de uma psicóloga desde os 13 anos. “Acho que as pessoas devem se permitir ter um profissional como o psicólogo ao seu lado. Eu não sabia bem, não conhecia muito quando comecei a trabalhar com a Aline e, aos poucos, o que é normal, foi me ando segurança, conhecimento. Fui entendendo e vendo no dia a dia os resultados aparecendo. É importante não só para o atleta, mas para o profissional de qualquer área,” acrescenta a ginasta.

E, a vivência com a psicologia fez com que Rebeca Andrade se dedicasse aos estudos, unindo suas duas paixões. “Durante as manhãs, me dedico aos treinos de ginástica e, à noite, curso psicologia. Acredito que é importante ter um profissional ao seu lado, seja no esporte ou em qualquer área. Aline me ajudou a me conhecer melhor e a manter minha mente saudável,” explica a medalhista de ouro do solo nas Olimpíadas de Paris.

Trajetória na ginástica 1g5h51

Rebeca Andrade, Simone Biles, EUA, e Ana Bărbosu, da Romenia no pódio de Paris 2024


Desde criança, Rebeca Andrade revelou um talento natural para a ginástica artística, começando sua jornada em um projeto social em Guarulhos, no interior de São Paulo. Com apenas quatro anos, ela chamou a atenção e conquistou rapidamente o apelido de “Daianinha de Guarulhos”, em homenagem à Daiane dos Santos. O seu talento a levou para Curitiba aos 10 anos, onde começou a treinar profissionalmente. O apoio incondicional de sua família, especialmente de sua mãe Rosa, que trabalhou arduamente para financiar os treinos da filha, foi fundamental.

Em um mundo onde as expectativas são altas e as pressões são intensas, Rebeca Andrade é uma inspiração para atletas e para todos que enfrentam seus próprios desafios pessoais e profissionais. Entretanto, equilibrar a vida profissional e pessoal é um desafio constante para a ginasta brasileira. 

“Não sobra muito tempo para a vida pessoal. Tenho, claro, meus momentos de Rebeca não atleta, que são muito raros em períodos de preparação para competições. Tento equilibrar e me distrair um pouco nos momentos de folga, mas a minha rotina de atleta é muito intensa. Gosto de estar com meus amigos, minha família, apesar da distância, meus cachorros... De dormir!” confessa a atleta.

Peso oculto das medalhas  1958