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El Dorado colombiano à fortuna chinesa: centros periféricos já seduziram craques
Como ocorre agora com a Arábia Saudita, outras ligas de centros periféricos do futebol mundial já atraíram craques, mas acabaram não 'deslanchando'; relembre
A atração de craques de diversas nacionalidades para clubes de países periféricos do mundo do futebol não é lá uma grande novidade. Em um movimento cíclico, jogadores da prateleira de cima já desfilaram seu talento em locais que estavam longe dos holofotes. E o primeiro desses casos ocorreu na América do Sul, mais especificamente na Colômbia, na década de 1940.
O profissionalismo no esporte foi implantado em 1948 e o primeiro campeão “profissional” foi o Independiente Santa Fé, de Bogotá, a cidade sede da nova liga profissional de futebol, a Dimayor que, por uma série de tensões, foi desfiliada pela Asociacón Nacional de Fútbol (Adefútbol), que comandava o futebol local.
O resultado foi que a Dimayor estabeleceu como um de seus objetivos a contratação de grandes estrelas, sem pagar pelos seus ‘es’, já que não tinham como ser cobrada pelas instituições esportivas que não reconheciam os dirigentes da liga, que não era, portanto, um campeonato oficial.
Assim, com a proposta de grandes salários e impulsionada por uma greve dos atletas na Argentina, a ida das estrelas para a Colômbia ganhou força.
Com o futebol parado na Argentina, craques como Pedernera e Di Stéfano, que se transformaria em uma lenda no Real Madrid, foram defender clubes colombianos. Os brasileiros Heleno de Freitas e Tim também tomaram o rumo do norte do continente, assim como atletas peruanos, uruguaios, paraguaios e até mesmo ingleses e húngaros.
A ideia de transformar o campeonato em um atraente espetáculo deu certo e, em 1951, foram iniciadas as conversas para profissionalizar a Dimayor, com regras para o retorno dos jogadores aos seus clubes de origem, entre outras normas. O objetivo do Eldorado Colombiano foi atingido.
Ásia
O continente que ficou mais marcado com o que se denominou “Eldorado do futebol” é a Ásia. Em um primeiro momento, é possível lembrar do boom do futebol no Japão, com a criação da J-League, e também, recentemente, com o dinheiro injetado na China. Mas, um pouco antes, um local improvável, Hong Kong, recebeu uma grande quantidade de jogadores estrangeiros.
No início da década de 1970, empresas que operavam no país começaram a investir no esporte, como a Seiko. O profissionalismo chegou ao seu auge no local no início dos anos 1980, o que atraiu mais atletas. Foi quando chegaram jogadores britânicos e holandeses, alguns deles com experiência em Copa do Mundo, como René van der Kerkhof, vice mundial com a Holanda em 1974 e 1978.
O brasileiro Rodrigues Neto, que defendeu a seleção na Copa da Argentina, também atuou em Hong Kong. Isso sem falar em convites para participação em alguns poucos jogos, como os que foram feitos para lendas como Bobby Moore, capitão inglês na Copa de 1966, e George Best, o norte-irlandês que foi um dos jogadores mais habilidosos do mundo.
A onda do futebol em Hong Kong ainda se alastraria até o fim da década, quando os investimentos caíram substancialmente.
J-League
Depois de os Estados Unidos levarem para a então NASL, a liga local, nos anos 1970, estrelas como Cruyff, Pelé e Beckenbauer, foi a vez de outra nação poderosa, mas com pouca representatividade, o Japão, levar estrelas para o seu campeonato.
A J-League foi fundada em 1992 e, com a liga profissionalizada, estrelas veteranas também foram atraídas pelo dinheiro oriental, como o inglês Lineker e o argentino Ramón Díaz. O brasileiro Zico já estava no país antes mesmo da criação da J-League.
O movimento foi importante a ponto de, enfim, resultar no desempenho da seleção japonesa, que chegou à Copa do Mundo em 1998 - quatro anos depois, o país recebeu a Copa, em conjunto com a Coreia do Sul.
China
Mais recentemente, foi a vez de outro gigante asiático, a China, atrair as atenções do mundo do futebol. Especialmente entre 2016 e 2017, jogadores foram contratados a peso de ouro e ainda receberam salários estratosféricos, entre eles brasileiros como Oscar e Hulk.
O caso de Oscar, inclusive, foi emblemático: o ex-jogador de São Paulo e Internacional abriu mão de jogar na Premier League para atuar no futebol chinês.
A ideia do governo de popularizar o esporte perdeu força com o ar dos anos quando ficou nítido a presença maciça ida de jogadores rodados, ou em fim de carreira ou até com o desejo explícito de voltar para um grande centro. Impostos foram estipulados, assim como taxas, e a chegada da pandemia ajudou a fechar o sonho dourado chinês.