O técnico Fernando Diniz sofreu mais um revés para a sua conta, desta vez perdendo para o Athletico-PR, que estava na zona de rebaixamento, por 3 a 0, na Ligga Arena, em Curitiba, neste sábado (26). O treinador ainda não sabe o que é vencer à frente do time celeste: já são seis jogos, somando quatro empates e duas derrotas.

A pressão sobre Diniz aumenta substancialmente, à medida que o Cruzeiro se distancia do G-6 do Campeonato Brasileiro. A salvação pode vir na quarta-feira, se conseguir a classificação para a final da Copa Sul-Americana. Mas não será fácil, já que a partida acontecerá na Argentina, após o empate de 1 a 1 no Mineirão.

Uma justificativa para a derrota contra o Furacão é a adoção de um time praticamente reserva, apenas com Lucas Romero entre os titulares, com o objetivo de preservar os jogadores principais. Mas o resultado pode custar caro no caso de o Cruzeiro não conseguir chegar à final da competição sul-americana.

O Cruzeiro não poderia começar o jogo de forma pior, ando a contar com dez jogadores após Rafa Silva ser expulso aos três segundos. O atacante, que voltou a ser titular depois de uma longa ausência por contusão, foi marcar a saída, no campo do Furacão, e acabou acertando o zagueiro Kaique Rocha. Quinto cartão vermelho do time celeste na temporada.

A expulsão de Rafa Silva foi uma das mais rápidas da história do futebol mundial. De acordo com alguns sites, o brasileiro igualou um recorde que pertencia a David Pratt, também expulso com três segundos, no jogo do Chippenham Town contra o Bashley, pela Southern Premier, da Inglaterra, em 2009.

A partir daí, o jogo virou defesa contra ataque, com o Furacão pressionando muito e chegando com facilidade na área cruzeirense. A situação aparentemente pegou o Cruzeiro desprevenido, não conseguindo esboçar nenhuma estratégia para saber atuar com um jogador a menos.

O árbitro Rodrigo José Pereira de Lima, de Pernambuco, mostrou que não estava para brincadeira. Ao notar que o clube mineiro estava retardando muito para pôr a bola em jogo, não pensou duas vezes antes de dar um cartão amarelo para  o volante Peralta, que demorou a cobrar um lateral.

Com a vantagem numérica, Lucho González, treinador do Athletico, sacou, aos 20 minutos, um lateral-direito (Madson) e colocou o atacante Cuello, para ampliar as possibilidades de abrir o placar. Quatro minutos depois, veio o gol, pelos pés de Pablo, que, após lançamento de Julimar, entrou livre para cabecear para as redes de Anderson.

O gol não fez o time da casa recuar, inibindo as saídas do Cruzeiro do campo de defesa.  Sem conseguir armar nenhuma jogada de ataque, o placar de 1 a 0 no primeiro tempo até ficou barato para o visitante.

A expectativa era de que Fernando Diniz pudesse criar uma estratégia no intervalo, o que ficou evidenciado com a entrada do atacante Gabriel Verón no lugar de Peralta. Mas o que ele não contava é que os paranaenses iriam ampliar o placar com dois minutos. Julimar, que vinha sendo um dos destaques da partida, ficou cara a cara com o goleiro e mandou um petardo para gol.

Com as entradas de Matheus Pereira e Matheus Henrique, o Cruzeiro ganhou em volume, com jogadas mais trabalhadas, mas nada que assustasse o goleiro Mycael. Enquanto o time da casa só esperava um erro do adversário para buscar o terceiro da noite.

O Cruzeiro quase chegou a marcar, em toques envolventes, mas o gol saiu do outro lado, fazendo valer a lei do ex. Nikão, que estava no time celeste no ano ado, marcou aos 34 minutos, após receber a bola na área e meter um chutaço no canto esquerdo de Anderson.

Pelo Brasileiro, o Cruzeiro só volta a jogar no dia 6 de novembro, no Mineirão, contra um dos melhores times da competição, o Flamengo.

ATHLETICO-PR 3 X 0 CRUZEIRO

MOTIVO - 31ª rodada da série A do Campeonato Brasileiro

GOLS - Pablo aos 24 minutos do primeiro tempo. Julimar, aos 2, e Nikão, aos 34 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS - Peralta, Zé Ivaldo, William

CARTÃO VERMELHO - Rafa Silva

ARBITRAGEM - Rodrigo Jose Pereira de Lima (PE); Thiago Henrique Neto Correa Farinha (RJ) e Schumacher Marques Gomes (PB). VAR: Paulo Renato Moreira da Silva Coelho (RJ)

ESTÁDIO - Ligga Arena, em Curitiba
PÚBLICO - 35.956 pagantes 

ATHLETICO-PR
Mycael, Madson, Kaíque Rocha, Thiago Heleno, Esquivel, Erick, Felipinho (Zapelli), João Cruz (Fernandinho), Nikão, Pablo (Emerson) e Julimar (Mastriani). Técnico: Lucho González

CRUZEIRO
Anderson, Wesley Gasolina (William), Jonathan Jesus, Zé Ivaldo; Kaiki (Marlon), Lucas Romero (Matheus Pereira), Ramiro, Lucas Silva, Fabrizio Peralta (Gabriel Verón), Mateus Vital (Matheus Henrique) e Rafa Silva. Técnico: Fernando Diniz.