O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), afirmou que percebe com naturalidade a resistência de alguns deputados em relação ao plano de adesão do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) apresentado ao Tesouro Nacional para quitar a dívida de quase R$ 160 bilhões que o Estado tem com a União.

Um dos principais comentários contra o RRF foi feito pelo presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Tadeu Martins Leite (MDB), o Tadeuzinho. Integrante da base governista na Casa, ele afirmou que o plano não resolve o problema da dívida mineira.

Em entrevista ao Café com Política, da FM O TEMPO 91,7, nesta terça-feira (31), Simões afirmou que ouve “com tranquilidade a fala dos deputados, porque você ter que lidar com uma dívida que foi consolidada ao longo de quase 60 anos, da qual nenhum centavo foi adquirida por esse governo, é sempre bom ressaltar, é sempre difícil, especialmente porque é uma dívida que evolui ano a ano com base na inflação mais 4%”. 

Ele ainda destacou que o montante devido cresceu mais do que a arrecadação nos últimos anos, ao ponto de se tornar impagável e falou sobre a importância do Estado aderir ao RRF, lembrando a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que permitiu a suspensão do pagamento até dezembro deste ano, medida adotada com o objetivo de dar tempo para que a ALMG aprovasse a adesão ao regime.

O governador em exercício também mencionou que “não gosta” dessa alternativa, mas que não há outra opção, comparando o cenário ao de uma pessoa que tenta negociar dívida de empréstimo consignado com um banco.

“Não sou eu que decido, é como uma pessoa endividada que vai ao banco, o fato dela não gostar da proposta que o banco faz para ela pagar a dívida não significa que ela tenha outra alternativa. Então, nós temos que fazer o pagamento. A gente recebe rees da União ao longo do ano inteiro, se eu parar de pagar, eles simplesmente vão reter os rees e nós vamos pagar de qualquer forma”, explicou.