BRASÍLIA - O procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet Branco, já sinalizou que vai analisar “com calma” e “critério” os inquéritos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos casos das joias sauditas, da fraude do cartão de vacinação e do suposto plano de golpe de Estado.
Caberá ao chefe do Ministério Público Federal (MPF) apresentar ou não ao Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido de denúncia contra os investigados, o que, se acatado, os tornariam réus. Mas essa resposta do órgão só deve ocorrer a partir do primeiro bimestre de 2025.
Na próxima segunda-feira (25) está previsto o envio à PGR do relatório da Polícia Federal (PF) que indicia 37 pessoas por tentativa de golpe de Estado e tomada de poder no final de 2022. Nesse, os policiais indiciam, além de Bolsonaro, 25 militares de alta patente, incluindo ex-ministros, e outros aliados do ex-presidente. São cerca de 800 páginas com dados de investigações e denúncias.
Um indiciamento ocorre quando a polícia vê indícios claros do cometimento de um crime.
Com perfil técnico, meticuloso e centralizador, o procurador-geral quer analisar tudo com calma para tomar uma decisão com embasamento técnico e jurídico, o que levará tempo. Em 20 de dezembro, o Poder Judiciário entra em recesso forense e só retoma as atividades em 1º de fevereiro de 2025, o que, pela falta de tempo hábil, impediria de anunciar uma decisão ainda este ano.