Em meio a tensão entre a Guiana e a Venezuela, que quer anexar a região de Essequibo ao seu território, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (5) que vai visitar a Guiana no próximo ano. O intuito é participar de uma reunião de cooperação do bloco Mercado Comum e Comunidade do Caribe (Caricom).
A declaração do petista ocorreu durante a live "Conversa com o Presidente" que, dessa vez, foi transmitida de Berlim, na Alemanha, onde Lula cumpre sua última agenda internacional do ano de 2023. Ele adiantou ainda que, além da Guiana, deve visitar a Etiópia, na África, em 2024. Outra prioridade do chefe do Executivo será rodar por todas as regiões do país durante o ano de eleições municipais e que o PT pretende estender as suas bases.
“Ano que vem eu tenho duas viagens que eu quero fazer, uma é para uma reunião da União Africana, dos 54 países da África, que vai ser em Addis Ababa, na Etiópia. E a outra é na Guiana, uma reunião dos países do Caricom. Essas eu quero participar porque eu tenho interesse em falar sobre democracia, sobre sistema da ONU (Organização das Nações Unidas), sobre financiamento. O restante dos 365 dias se preparem porque eu vou percorrer o Brasil”, disse Lula.
No último domingo (3), o regime de Nicolás Maduro fez um referendo e a maioria dos venezuelanos aprovou medidas que podem resultar na anexação de parte do território, que é rico em petróleo e fica na Guiana. Eles referendaram a criação da província Guayana Esequiba no território de Essequibo - cerca de 70% do total de 160 mil km² da região que fica na Guiana.
A medida prevê a concessão da nacionalidade venezuelana a 125 mil habitantes da região. Maduro já deixou clara a intenção, até mesmo se necessário, de usar a força para tomar Essequibo. Tanto que já mandou mais militares para a fronteira com a Guiana, que promete resistir. O governo brasileiro tenta evitar o conflito.
Na manhã desta terça-feira (5), o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, confirmou o envio de blindados do Exército para Roraima - o Estado brasileiro faz fronteira com os dois países. Os militares reforçaram o contingente em Pacaraima, a cidade de Roraima mais próxima da Venezuela.