ESPIONAGEM

Lewandowski nega que haja ação em larga escala de espiões russos no Brasil

Ministro classificou o caso contado pelo NY Times como “isolado”; ao menos nove oficiais russos estariam atuando sob documentos brasileiros falsificados

Por O TEMPO Brasília
Atualizado em 22 de maio de 2025 | 17:12

BRASÍLIA - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quinta-feira (22) que não há uma atuação sistemática de espiões estrangeiros no Brasil.

Uma reportagem do jornal americano The New York Times afirmou que, nos últimos anos, o Brasil se transformou em uma “fábrica” de espiões da Rússia, que vem sendo investigada pela Polícia Federal. A PF começou a apurar o tema em 2022. Lewandowski foi questionado sobre o assunto em entrevista após uma reunião da Interpol, em Brasília.

“Não há nada de concreto nesse sentido de que há uma ação em larga escala de espiões, sejam da Rússia, sejam de qualquer país. Nossas autoridades, tanto do setor militar quanto do setor policial, mesmo da Abin, estão atentos para isso, estão funcionando regularmente”, disse.

Segundo o ministro, existe um “caso isolado” que está sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Quando o Judiciário decidir, o governo brasileiro tomará a decisão correspondente à decisão da Corte", complementou.

Publicada na última quarta-feira (21), a reportagem aponta que o governo da Rússia, comandado por Vladimir Putin, usou o Brasil como “plataforma de lançamento para seus agentes de inteligência mais qualificados, conhecidos como ilegais”. 

“Em uma operação audaciosa e de longo alcance, os espiões deixaram para trás seus ados russos. Abriram empresas, fizeram amigos e se envolveram em relacionamentos amorosos - eventos que, ao longo dos anos, tornaram-se os tijolos que construíram identidades totalmente novas", diz o jornal americano.

Pelo menos nove oficiais russos atuaram no território brasileiro se valendo de documentos de identidade falsificados. Alguns deles ainda estão presos preventivamente.

Em dezembro de 2024, o ministro Edson Fachin, do STF, negou que a prisão preventiva fosse revertida em medidas cautelares, de menor impacto, e determinou que uma extradição para a Rússia só vai acontecer após o fim das investigações no Brasil.