PREVIDÊNCIA

98% dos aposentados e pensionistas que consultaram o INSS reconheceram descontos irregulares

Beneficiários podem solicitar ressarcimento dos descontos indevidos na folha de pagamento do INSS através do aplicativo ou do número 135

Por Maria Clara Lacerda
Publicado em 17 de maio de 2025 | 19:57

Cerca de 98% dos aposentados e pensionistas que consultaram descontos de entidades associativas nos pagamentos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) relataram não ter autorizado as movimentações e solicitaram reembolso das quantias. Os dados foram divulgados pelo órgão do governo federal neste sábado (17 de maio), e refletem consultas e solicitações realizadas desde a última quarta-feira (14).

Conforme informações do INSS, a plataforma digital Meu INSS recebeu 1,3 milhão de pedidos de ressarcimento até 17h deste sábado, sendo que outros 104 mil pedidos envolvendo desfalques não autorizados foram feitos em ligações para o número 135. Dentre 1,4 milhão de consultas, somente 27 mil aposentados e pensionistas relataram ter autorizado descontos na folha de pagamento. 

Beneficiários notificados por deduções associativas podem informar se autorizaram as operações ou se elas são irregulares desde quarta-feira. Através do Meu INSS, pelo site ou pelo aplicativo, é possível descobrir qual é a entidade responsável pelo desconto, o valor descontado e o período em que os descontos foram realizados. O pedido de devolução dos valores pode ser feito pelo Meu INSS ou no número 135.

Ainda conforme o INSS, todas as 41 entidades e associações que têm convênio sofreram com as contestações.

Fraude na previdência

A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) investigam fraudes em descontos de aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com suspeita de desvio de dinheiro e envolvimento de servidores, que causaram adesões de aposentados sem consentimento e através da falsificação de s. O esquema causou R$ 6,3 bilhões em descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas. 

Segundo o novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, afirmou na última quinta-feira (15), que o “ladrão entrou na casa” e ampliou a fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entre 2019 e 2022. O período citado é o do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o que coincide com a informação da Polícia Federal (PF) de que o rombo começou em 2019 e foi interrompido somente na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).