BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (1) que uma nova retaliação dos Estados Unidos em relação ao Brasil causaria “estranheza”. O mundo vive a expectativa de o presidente americano, Donald Trump, anunciar novas medidas comerciais nesta quarta-feira (2).

Após uma reunião com o ministro da Economia da França, em Paris, Haddad destacou que os EUA “têm uma posição confortável” em relação ao Brasil, por terem um superávit no comércio exterior com o país.

“Os EUA têm uma posição muito confortável em relação ao Brasil, porque é superavitário tanto em relação a bens quanto a serviços. Nos causaria certa estranheza se o Brasil sofresse algum tipo de retaliação injustificada, uma vez que estamos na mesa de negociação desde sempre com aquele país justamente para que a nossa cooperação seja cada vez mais forte”, disse Haddad 

Haddad voltou a manifestar discordância do governo brasileiro em relação à postura de Donald Trump de impor tarifas a outros países no comércio internacional.

“O presidente Lula já adiantou que, quando a nação mais rica do mundo adota medidas protecionistas, isso parece não concorrer para a prosperidade geral. O mundo corre o risco de crescer menos”, apontou.

Em março, os Estados Unidos impam uma taxação de 25% sobre as importações de aço e de alumínio, o que afetou o setor no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Desde então, o governo brasileiro vem tentando negociar com os americanos uma solução para o ime.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem dando sinais dúbios sobre a questão. Ele tem dado aval para que Haddad e o vice-presidente Geraldo Alckmin, que comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, mantenham o diálogo com os EUA. Por outro lado, já indicou que pode taxar produtos daquele país como resposta às ações de Trump.