BRASÍLIA - A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, minimizou a intenção do PL de obstruir os trabalhos da Câmara dos Deputados enquanto não for votado um pedido de urgência para o projeto de anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro.
Responsável pela articulação política do governo Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra entende que a oposição não vai ter votos suficientes para aprovar a pauta e nem para paralisar os trabalhos da Casa.
“Não sei se eles têm maioria, eu acho que não. E principalmente depois da manifestação convocada pelo Bolsonaro no Rio de Janeiro, acho que enfraqueceu bastante essa posição no Congresso. Eles não conseguem fazer obstrução sozinhos, só o PL”, disse, nesta sexta-feira (21), em entrevista à Revista Fórum.
Gleisi ainda afirmou que o objetivo final da oposição é fazer com que o ex-presidente Jair Bolsonaro tenha condições de ser candidato ao Palácio do Planalto em 2026. Atualmente, ele está inelegível segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“É uma luta política que eles estão fazendo, porque por trás dessa discussão da anistia ao 8 de janeiro, tá a liberação do Bolsonaro para ser candidato a presidente da República. [...] Nós somos contra a anistia, esse debate nós vamos encarar e não pode ter porque o que aconteceu no país foi muito sério. A tentativa de golpe deles foi muito séria”, disse.
A decisão de incluir um item na pauta cabe ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), após entendimento com líderes partidários. O líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcanti (RJ), informou que espera que Motta tenha uma decisão na volta da viagem que fará ao Japão para acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele ficará no exterior entre 22 e 30 de março.