PREÇOS

Lula nega ter autorizado aumento do diesel e diz que decisão é da Petrobras, 'não do presidente' 286g6e

O presidente também declarou que não fará 'bravata' para reduzir o preço dos alimentos, pauta que motivou crise de popularidade do governo 25b19

Por O TEMPO Brasília
Atualizado em 30 de janeiro de 2025 | 13:28
 
 
Lula concedeu entrevista à imprensa no Palácio do Planalto e falou sobre alta nos preços de combustíveis e alimentos. Foto: Levy Guimarães/O TEMPO Brasília

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou que tenha autorizado a Petrobras a aumentar o preço do litro do diesel, e ressaltou que essa é uma decisão que não cabe a ele. A palavra final, segundo Lula, será da petrolífera. O petista concedeu entrevista à imprensa nesta quinta-feira (30). 

"Eu não autorizei o aumento do diesel. Desde o meu primeiro mandato, eu aprendi que quem autoriza o aumento do petróleo e dos derivados é a Petrobras, e não o presidente da República”, disse. 

Lula ressaltou que, se houver um novo aumento, o preço do diesel ainda ficará abaixo do valor praticado em dezembro de 2022, o último mês do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

A política de preços dos combustíveis foi debatida pelo Conselho de istração da Petrobras na quarta-feira (29). O órgão considera impor um aumento para compensar a defasagem em relação ao mercado internacional. 

Hoje, a defasagem do preço do diesel praticado no Brasil está entre R$ 0,46 e R$ 0,55 em comparação aos mercados internacionais (de 13% a 16%), enquanto na gasolina, a diferença é de até R$ 0,24 (18%). Os dados são da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). 

O presidente ressaltou que “ainda” não foi avisado pela presidente da Petrobras, Magda Chambriard, sobre o eventual aumento. “E ela não precisa me avisar. Se ela tiver uma decisão de que, para a Petrobras, é importante fazer o reajuste, ela que faça e comunique à imprensa", destacou. 

Preço dos alimentos  1c3b6t

Lula ainda afirmou que não fará “bravata” para reduzir o preço dos alimentos, que registraram alta acima da inflação nos últimos meses. O tema é motivo de preocupação do governo, que enfrenta uma crise de popularidade de Lula. 

"Eu não tomarei nenhuma medida daquelas que sejam 'bravata'. Eu não farei cota, não colocarei helicóptero para viajar à fazenda e prender bois, como foi feito no Plano Cruzado. Não vou estabelecer nada que possa significar o surgimento de mercado paralelo", disse Lula. 

Na avaliação do presidente, a saída é aumentar a produção nacional para gerar estoque, ampliando a capacidade da pequena e da média agricultura.  

"Para isso, a gente precisa fazer mais financiamento, modernizar a produção dessa gente. [...] Eu na minha idade não posso fazer bravata. Eu preciso ter mais calma, contar até 10 e depois dizer o que vou fazer", afirmou.

Lula também questionou o aumento de alguns itens e informou que pretende se reunir com representantes do setor para tratar sobre o assunto.  

"Quando eu cheguei na presidência, o preço do óleo de soja tinha caído para R$ 4 e agora subiu para R$ 10 ou R$ 9. Qual a explicação para o óleo de soja ter subido? Não tenho outra coisa que não chamar os produtores de soja para saber. Por que o preço da carne, que caiu 30% em 2023, voltou a subir? É apenas a exportação ou é a questão da matriz?", questionou.