SEGURANÇA PÚBLICA

Lewandowski diz que governo Lula estuda ação após casos de violência policial em SP

Ministro da Justiça classificou episódios como ‘casos isolados’ e defendeu o ‘uso progressivo da força’

Por Levy Guimarães
Atualizado em 05 de dezembro de 2024 | 13:13

BRASÍLIA - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que vê com “grande preocupação” os recentes episódios de violência policial, como o de um policial militar de São Paulo que arremessou um homem de uma ponte, na madrugada da última segunda-feira (2).

No entanto, ele classificou os episódios como “casos isolados” em discurso na abertura da 10º Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, nesta quinta-feira (5).

“Temos grande confiança nas corporações policiais militares e civis, mas nós não podemos compactuar com esses casos, que esperamos e temos certeza que são casos isolados, de violência contra civis, contra pessoas que são muitas vezes meros suspeitos, encontrados nas ruas das cidades desse país e vítimas de uma violência absolutamente injustificável”, disse.

Lewandowski disse que o governo federal estuda a elaboração de um ato normativo para versar sobre o uso da força policial contra a população civil. O foco da norma seria o “uso progressivo da força”, em que violência física e armas letais seriam aplicados apenas em casos extremos.

“Começando pelo diálogo, quando possível; por prisões, se necessário, mas dentro de todas as normas constitucionais, o uso das algemas, o emprego de armas não letais até, se não houver outra saída, o uso letal da força como um último instrumento a ser adotado”, explicou.

Nesta quinta-feira, a Justiça Militar de São Paulo decretou a prisão preventiva do policial, que já tinha ficado detido após prestar depoimento na Corregedoria da Polícia Militar. Agora, ele será levado para o presídio militar Romão Gomes, na capital paulista. 

No dia seguinte ao caso, a cúpula da Secretaria da Segurança Pública mandou afastar 13 agentes envolvidos na ocorrência, incluindo Pereira. A corporação informou que os PMs fizeram, no sistema da polícia, apenas o registro de uma perseguição por cerca de dois quilômetros a uma moto com dois homens considerados suspeitos.