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Lula assina nomeação de Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central
Atual diretor de Política Monetária da instituição, ele assumirá o cargo no dia 1º de janeiro, sucedendo Roberto Campos Neto
BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou, nesta segunda-feira (30), a nomeação de Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central (BC). Atual diretor de Política Monetária da instituição, ele assumirá o cargo no dia 1º de janeiro, sucedendo Roberto Campos Neto.
A do termo de posse ocorreu no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, onde Lula despacha enquanto se recupera de dois procedimentos médicos realizados no início de dezembro para drenar uma hemorragia intracraniana.
Além de Lula e Galípolo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esteve presente no encontro. A nomeação de Galípolo representa uma mudança no comando do Banco Central, em um contexto em que o governo busca consolidar sua política econômica, conquistar a confiança do mercado e reduzir a cotação do dólar.
Ainda nesta segunda-feira, o presidente assinou o decreto que fixa o novo valor do salário mínimo em R$ 1.518, a partir de 1º de janeiro. O reajuste representa um aumento de R$ 106 (7,5%) em relação aos atuais R$ 1.412, garantindo uma elevação real acima da inflação acumulada no ano.
Galípolo foi aprovado de forma unânime pelo Senado
Em 8 de outubro, Gabriel Galípolo foi submetido ao escrutínio dos senadores que compõem a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado em uma sabatina que durou cerca de quatro horas entre a manhã e o início da tarde. A sessão terminou com aprovação unânime da indicação de Lula — a votação foi concluída com 26 manifestações favoráveis a ele e nenhuma contrária. Depois, o nome foi aprovado em plenário.
Temas como a autonomia do Banco Central, a política monetária e a relação com Lula apareceram nas perguntas feitas pelos senadores a Galípolo. Ele fugiu de polêmicas e afirmou que o presidente garantiu a ele liberdade para atuar à frente da instituição. “Nunca sofri nenhuma pressão do presidente Lula”, disse.
Galípolo também não cedeu às provocações dos parlamentares sobre a rixa entre aliados de Lula e Campos Neto. Ele ainda itiu que gostaria ter colaborado para uma relação mais estável entre o petista e o presidente do BC, indicado ao cargo pelo à época presidente Jair Bolsonaro (PL).
Lula e Roberto Campos Neto tiveram uma relação marcada por tensões públicas. O presidente criticou repetidamente o presidente do BC pela manutenção de juros elevados, que, segundo Lula e integrantes do PT, dificultam o crescimento econômico e a geração de empregos. Campos Neto, por sua vez, buscou reafirmar a independência da instituição e sua postura técnica na condução da política monetária.
De braço-direito de Haddad à diretoria mais importante do Banco Central
A desconfiança da oposição e de grupos do mercado com Gabriel Galípolo é fruto da relação que ele mantém com a equipe econômica de Lula. O indicado à presidência do BC se aliou ao núcleo petista ainda à época da campanha para a presidência da República.
Com a derrota de Jair Bolsonaro (PL) candidato à reeleição, Galípolo ganhou espaço no ministério chefiado por Fernando Haddad e se tornou o braço-direito do principal ministro de Lula. A presença do economista na Esplanada dos Ministérios não durou.
O presidente decidiu indicá-lo à diretoria de Política Monetária do Banco Central, a mais importante da instituição, menos de seis meses depois dele assumir o cargo de secretário-executivo da Fazenda. Os diretores do BC cumprem mandatos fixos de quatro anos.