-
‘Não somos bandidos’, diz Mourão a Moraes sobre se esconderia de Bolsonaro encontro com ministro
-
Braga Netto jogava vôlei em Copacabana em 8 de janeiro e ficou surpreso com invasões em Brasília
-
Tarcísio, Valdemar e ex-ministros de Bolsonaro: saiba quem são os próximos a depor ao STF
-
Zema faz 30 ataques em 60 dias em narrativa contra Lula e o STF
-
Cid revela medo, lealdade a Bolsonaro e intenção de fugir em áudios: ‘Se Lula vencer, serei preso’
Bolsonaro critica Moraes após indiciamento da PF por tentativa de golpe
Polícia Federal indiciou 37 pessoas pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa
BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro criticou nesta quinta-feira (21) o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após ser indiciado pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado. A declaração foi dada ao colunista Paulo Capelli, do portal Metrópoles.
“O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, afirmou Bolsonaro.
“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, acrescentou.
O ex-presidente ironizou a mensagem de Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes, a Eduardo Tagliaferro, então chefe da assessoria especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral.
"Use a sua criatividade rsrsrs", escreveu Vieira ao responder a Tagliaferro sobre a dificuldade de formalizar uma denúncia contra a revista Oeste.
A Polícia Federal indiciou 37 pessoas pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa. Além de Bolsonaro, estão na lista seu ex-ministro e candidato a vice em 2022, o general Braga Netto, e o seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid. Veja a lista completa:
1. Ailton Gonçalves Moraes Barros
2. Alexandre Castilho Bitencourt da Silva
3. Alexandre Rodrigues Ramagem
4. Almir Garnier Santos
5. Amauri Feres Saad
6. Anderson Gustavo Torres
7. Anderson Lima de Moura
8. Angelo Martins Denicoli
9. Augusto Heleno Ribeiro Pereira
10. Bernardo Romao Correa Netto
11. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
12. Carlos Giovani Delevati Pasini
13. Cleverson Ney Magalhães
14. Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
15. Fabrício Moreira de Bastos
16. Filipe Garcia Martins
17. Fernando Cerimedo
18. Giancarlo Gomes Rodrigues
19. Guilherme Marques de Almeida
20. Hélio Ferreira Lima
21. Jair Messias Bolsonaro
22. José Eduardo de Oliveira e Silva
23. Laercio Vergilio
24. Marcelo Bormevet
25. Marcelo Costa Câmara
26. Mario Fernandes
27. Mauro Cesar Barbosa Cid
28. Nilton Diniz Rodrigues
29. Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
30. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
31. Rafael Martins de Oliveira
32. Ronald Ferreira de Araújo Junior
33. Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
34. Tércio Arnaud Tomaz
35. Valdemar Costa Neto
36. Walter Souza Braga Netto
37. Wladimir Matos Soares
Operação Contragolpe revelou plano para matar Lula, Alckmin e Moraes
O indiciamento foi feito no âmbito do inquérito que levou à operação Contragolpe, deflagrada pela Polícia Federal na terça-feira (19), e que prendeu quatro militares, sendo um general da reserva, e um policial federal que teriam planejado um atentado contra o Estado democrático.
O plano era matar os já eleitos presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin em dezembro de 2022 para impedir a posse do novo governo. O terceiro alvo dos criminosos era o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Militares faziam parte do grupo 'kids pretos'
Os militares presos fazem parte dos chamados "kids pretos", como são conhecidos os integrantes do Comando de Operações Especiais do Exército. Eles são altamente treinados.
Segundo investigações da Polícia Federal, a casa do general Walter Braga Netto foi cenário para as discussões sobre os planos.
Um dos presos na operação da PF na terça-feira, o general da reserva Mario Fernandes, foi secretário-executivo da Secretaria de Governo da Presidência da República no governo Jair Bolsonaro e depois se tornou assessor no gabinete do deputado federal Eduardo Pazuello.
Investigações da PF mostram que esse grupo discutiu o uso de técnicas militares e terroristas, com uso de armamento pesado, como metralhadoras, fuzis e lançador de granadas. Também estava previsto um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, integrado pelos próprios investigados, para gerenciar os conflitos institucionais que surgiriam após a execução do plano.