BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o valor dos cortes a serem feitos pelo governo federal é “expressivo”, mas sem adiantar mais detalhes. As negociações com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com ministro se arrastam desde a última semana.

Nesta quarta-feira (13), ele participou de reuniões com o presidente Lula; o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); e o ministro da Defesa, José Múcio - cuja pasta pode ser atingida pelo pacote de medidas, assim como benefícios sociais e trabalhistas.

O chefe da equipe econômica defendeu que todas as despesas do governo se adequem ao arcabouço fiscal, que prevê um reajuste de no máximo 2,5% acima da inflação para os gastos públicos. 

“Mais que o número, que é expressivo e reforça nosso compromisso de manter as regras fiscais, é o conceito que utilizamos para fazer prevalecer essa ideia, de que as rubricas devem todas elas ser incorporadas a essa visão geral do arcabouço, seguirem a mesma regra”, disse.

Questionado pela imprensa, Haddad não quis adiantar quais políticas sociais estão na mira do governo. Entre as alternativas levantadas por membros da equipe econômica estão o Benefício de Prestação Continuada (BPC), seguro-desemprego e o abono salarial. A Previdência dos militares também pode ar por ajustes.

Alguns ministros do governo têm resistido à ideia de sofrer cortes nas áreas que comandam, como Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Luiz Marinho (Trabalho) e Carlos Lupi (Previdência).

“Para o arcabouço dar certo, ele tem que ser reforçado em um segundo momento. Aquilo que está saindo da regra geral, temos que colocar dentro do mesmo guarda-chuva para ser sustentável no tempo. Os ministros foram submetidos a essa ideia, reagiram de várias maneiras, mas todos compreenderam a necessidade de termos sustentabilidade nos próximos anos”, apontou Haddad.

O mercado financeiro aguarda, desde a semana ada, pelo anúncio das medidas pela equipe econômica do governo. O ministro chegou a projetar a conclusão do pacote para esta semana, cenário que agora é considerado pouco palpável. Neste caso, as medidas só devem ser anunciadas após o encontro do G20, na semana que vem.