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Lula volta ao Sírio-Libanês em Brasília para exames, três dias após queda no Alvorada
O presidente havia sido levado à mesma unidade de saúde após a queda sofrida na noite de sábado (19)
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou ao Hospital Sírio-Libanês em Brasília na tarde desta terça-feira (22) para fazer exames, em função do acidente de sábado (19), no Palácio da Alvorada. Ele sofreu um corte perto da nuca, após cair no banheiro. Teve que receber três pontos.
Nesta terça-feira, Lula chegou ao hospital, que fica na Asa Sul, por volta das 12h. Ele saiu às 12h40, após ser submetido a ressonância.
Em nota do Sírio-Libanês, foi comunicado que ele permanece sob os cuidados dos médicos Roberto Kalil Filho e Ana Helena Germoglio, mas que o presidente "está estável" e apto ao trabalho.
"O exame de imagem está estável em comparação ao anterior, com programação de realizar novo exame de controle em 72h. Encontra-se apto a exercer sua rotina de trabalho", diz o boletim médico.
Além do corte, Lula teve uma pequena hemorragia no cérebro, por isso precisará ar por novos exames ao longo da semana, conforme já havia sido informado pelos seus médicos.
O presidente foi levado à mesma unidade de saúde após a queda sofrida na noite de sábado. Após o atendimento médico na quele dia, foi liberado para retornar ao Alvorada, assim como nesta terça-feira.
Lula tinha uma viagem marcada para Kazan, na Rússia, para participar da 16ª Cúpula do Brics, com ida prevista para esta terça e retorno na quinta-feira (24). Por orientação médica, o presidente cancelou a viagem e vai participar do encontro apenas por videoconferência.
Na segunda-feira, foi divulgada pelas redes sociais parte de conversa de Lula com o candidato do PT à prefeitura de Camaçari, Luiz Caetano. No telefonema, o presidente disse que o acidente que sofreu foi “grave”, mas que não afetou “nem uma parte mais delicada”.
Lula, que tem 78 anos, falou ainda que os médicos pediram para esperar de três a quatro dias para conseguirem calcular as consequências da pancada na cabeça.
Lula conversa com Putin por 20 minutos
O petista despacha da residência oficial desde segunda-feira. Lula conversou por telefone com Vladimir Putin na manhã desta terça-feira. No diálogo, que durou cerca de 20 minutos, os dois falaram sobre o ingresso de mais países no Brics.
A conversa ao telefone faz parte da agenda dos presidentes no primeiro dia da cúpula do Brics, que vai até quinta-feira. É a primeira com a nova composição do bloco, que foi ampliado no ano ado, com a inclusão de mais cinco países.
Fundado em 2014, a entidade reunia apenas Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em 2021, foram incluídos Bangladesh, Emirados Árabes e Egito. Em 2023, houve consenso para que outros cinco entrassem: Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos e Irã.
Brasil e China tentam plano de paz para Ucrânia
Em Kazan, que fica a cerca de 700 km a leste de Moscou, Lula e Putin teriam o primeiro encontro durante o terceiro mandato do brasileiro. Em setembro, eles conversaram por telefone sobre uma proposta conjunta do Brasil e da China para acabar com a guerra na Ucrânia.
Brasil e China elaboraram proposta de paz para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia. Ela tem seis pontos, entre os quais uma conferência internacional “que seja reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, com participação igualitária de todas as partes relevantes”.
A proposta também engloba a rejeição ao uso de armas de destruição em massa e aos ataques contra usinas nucleares – e rechaça a “divisão do mundo em grupos políticos ou econômicos isolados”.
Os termos do documento, no entanto, foram rejeitados pelo presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski – que chamou a proposta de destrutiva – e por aliados de Kiev no Ocidente. Para eles, a posição sino-brasileira premia a Rússia e autorizaria a Rússia a anexar territórios ocupados.
Putin deve se encontrar com Guterres
Na cúpula em Kazana, Putin realizará cerca de 15 reuniões bilaterais, inclusive com os líderes de China, Xi Jinping; Índia, Narendra Modi; África do Sul, Cyril Ramaphosa; Turquia, Recep Tayyip Erdogan; e Irã, Masoud Pezeshkian.
É esperado que Putin se reúna na quinta-feira com o secretário-geral da ONU, António Guterres, após a cúpula do Brics. O encontro, que a ONU não confirmou, será a primeira reunião Putin-Guterres na Rússia desde abril de 2022, dois meses após o início da invasão militar russa na Ucrânia.
Guterres criticou a atitude russa em diversas ocasiões, afirmando que estabelece um “precedente perigoso” para o mundo, e defendeu uma “paz justa” que respeite o direito internacional e a “integridade territorial” da Ucrânia.
Durante sua visita em 26 de abril de 2022, Guterres discutiu com Putin propostas de assistência humanitária e de remoção de civis das zonas de conflito, segundo um relatório da ONU.
Já o Ministério das Relações Exteriores ucraniano considerou que Guterres tomou “uma decisão equivocada” quando declinou o convite da Ucrânia para a primeira cúpula para a paz e aceitou o convite para ir a Kazan. “Isso só prejudica a reputação da ONU”, criticou no X.