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Anielle confirma à PF ter sido importunada por Silvio Almeida e diz que atos começaram na transição
A ministra da Igualdade Racial depôs à Polícia Federal por cerca de uma hora nesta quarta-feira (2)

BRASÍLIA — A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, disse à Polícia Federal (PF) ter sofrido importunação sexual praticada por Silvio Almeida, demitido do Ministério dos Direitos Humanos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no último 6 de setembro. Ela depôs à delegada responsável pela investigação nesta quarta-feira (2), e o depoimento durou cerca de uma hora, segundo confirmou a assessoria da ministra.
Anielle confirmou os episódios de importunação sexual à PF, conforme revelou Mônica Bergamo na Folha de S. Paulo, e declarou que as ações "inadequadas" de Silvio Almeida começaram ainda no período de transição de governo, quando os dois compunham o grupo nomeado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antes da posse presidencial.
As abordagens continuaram após ela ter sido nomeada ministra da Igualdade Racial e ele ministro dos Direitos Humanos. Anielle relatou ter tentado resolver a situação com Silvio Almeida pedindo que ele parasse com as ações invasivas, o que ele não respeitou, segundo a Folha de S. Paulo.
Anielle Franco é uma das mulheres que teriam sido assediadas pelo então ministro dos Direitos Humanos. Outras vítimas também estão sendo ouvidas pela PF.
As denúncias contra ele levaram à abertura de um inquérito pelo Supremo Trbiunal Federal (STF) e à investigação da Polícia Federal. A Comissão de Ética Pública da presidência da República também investiga a conduta do ex-ministro. Silvio Almeida nega as acusações.
Das acusações à demissão: a cronologia das denúncias de assédio sexual contra Silvio Almeida
O portal Metrópoles revelou em setembro as denúncias de assédio sexual contra o à época ministro dos Direitos Humanos. As mulheres buscaram apoio da organização Me Too Brasil e indicaram ter enfrentado dificuldades no próprio ministério para seguir com as denúncias. Uma das vítimas, segundo a reportagem, é a ministra Anielle Franco.
Depois que a notícia foi publicada, a primeira-dama Janja Lula da Silva publicou uma fotografia em uma rede social na qual aparece dando um beijo na testa de Anielle. A declaração indireta de apoio à ministra reverberou no governo e, no dia seguinte às denúncias, o presidente Lula avaliou que a permanência de Silvio Almeida era insustentável.
A agem dele pelos Direitos Humanos acabou em 6 de setembro. A secretária Rita Cristina de Oliveira, braço-direito de Almeida, pediu demissão após a saída do ministro. Ela era cotada para assumir a pasta, hoje chefiada pela deputada estadual Macaé Evaristo, nome do quadro do PT em Minas Gerais.
Silvio Almeida nega as acusações. Ele classificou as denúncias como ilações absurdas e disse que elas têm o objetivo de prejudicá-lo.