O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, já começou a percorrer os gabinetes dos senadores em busca de votos para a sua indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF), feita na segunda-feira (27) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A projeção do líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), é a de que ele consiga pelo menos 50 votos favoráveis. 

O relator da indicação no Senado, Weverton Rocha (PDT-MA), concorda com a estimativa. No mesmo dia em que foi apontado pelo petista para o cargo, o candidato à vaga visitou alguns parlamentares, e percurso que continuou fazendo nesta terça-feira (28). Segundo o relator, o périplo deve se intensificar ao longo das próximas duas semanas. Ele também concorda com a projeção de Randolfe. 

Até o dia 13 de dezembro, data marcada para a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Dino deve procurar todos os 81 senadores, inclusive os da oposição. Todo indicado para o STF precisa ar pela sabatina na CCJ do Senado e por votação no mesmo colegiado. Depois, o nome vai para análise do plenário da Casa, onde são necessários os votos de pelo menos 41 dos 81 senadores para aprovação.

A projeção de Randolfe Rodrigues para 50 votos tem como referência, segundo ele, o placar obtido pelo ministro Cristiano Zanin, indicado em abril por Lula ao Supremo, que conseguiu o apoio de 56 senadores. Já na CCJ, a previsão é de 17 a 20 votos dentre os 27 membros aptos a votar. 

Weverton Rocha pretende apresentar já na semana que vem o parecer favorável ao ingresso de Flávio Dino no STF, para que possa haver pedidos de vista - quando um senador pede mais tempo para analisar o texto. Conterrâneos, os dois são aliados desde 2014, quando o atual ministro da Justiça se elegeu para o governo do Maranhão.

“Irei apresentar o relatório falando dessa vida vitoriosa, do pleno saber jurídico que hoje, a maioria dos ministros que estão no STF os têm, e todos reconhecem. Nós temos hoje muita tranquilidade em estar levando um relatório pela indicação da aprovação do nosso sabatinado”, disse Weverton.

O relator minimizou o fato de Flávio Dino, que já foi juiz federal, ter tido nas últimas décadas uma atuação política, sendo filiado a partidos de esquerda e exercendo cargos no Poder Executivo e no Legislativo: “O Flávio, durante os 12 anos dele como juiz federal, não tem um caso concreto que alguém venha me dizer que ele utilizou a magistratura para beneficiar ou prejudicar qualquer que seja o campo político que ele não fazia parte”.