RELAÇÃO GOVERNO E CONGRESSO

Reforma: Motta diz que Lira seria um ótimo ministro da articulação política de Lula

Nome do ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira é cotado para assumir ministério no governo Lula

Por Ana Paula Ramos e Lucyenne Landim
Publicado em 04 de fevereiro de 2025 | 15:03

BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta terça-feira (4) que o seu antecessor no cargo, o deputado Arthur Lira (PP-AL), seria um bom ministro de articulação entre o governo e o Congresso. O nome de Lira é cotado para uma reforma ministerial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Eu não sei o Arthur quer ser ministro do governo. Não sei se é um projeto dele. Do ponto de vista político, poderia ajudar na articulação, porque conhece a Câmara dos Deputados, tem um grande relacionamento na Casa como ninguém", diz Hugo Motta, em entrevista à Globonews.

O ministro das Relações Institucionais é responsável pela articulação do Executivo com o Legislativo. O cargo atualmente é ocupado por Alexandre Padilha (PT), desafeto de Lira. Por isso, o atual ministro enfrentou dificuldades na tentativa de se firmar como o articulador do Palácio do Planalto no Congresso Nacional e perdeu protagonismo para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na votação da pauta econômica do governo.

Motta diz que Haddad é 'vencido' nas discussões internas no governo

Durante a entrevista, o presidente da Câmara dos Deputados também afirmou que o ministro da Fazenda “vem se esforçando para fazer um bom trabalho” e garantir estabilidade fiscal ao país, mas " tem ficado vencido nas discussões internas e na tomada de decisões finais” no governo Lula.

Motta citou como exemplo o corte de gastos, anunciado no final de 2024 em um pronunciamento junto à isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.

“[O corte de gastos] acabou trazendo uma repercussão muito negativa. O ministro tinha um outro posicionamento, mas outros integrantes do governo acabaram ponderando e o presidente [Lula] decidiu de uma forma em que o ministro acabou não conseguindo implementar 100% a sua agenda e o seu posicionamento”, afirmou, à Globonews.