ELEIÇÕES

Gleisi Hoffmann diz que PT sai das eleições municipais já de olho em 2026 

'Temos que pensar como vamos fazer esse enfrentamento em 2026, diante dessa realidade das eleições municipais', diz Gleisi

Por Ana Paula Ramos
Atualizado em 28 de outubro de 2024 | 20:50

BRASÍLIA - A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta segunda-feira (28) que o partido já começou a discutir as eleições de 2026. A executiva nacional da legenda se reuniu nesta segunda-feira para debater o resultado das eleições municipais de 2024, já planejando as movimentações para o próximo pleito. Segundo Gleisi, que deixa a presidência do PT no primeiro semestre do ano que vem, o foco agora será escolher os candidatos para o Senado. 

No balanço de 2024, a deputada afirmou que a estratégia do partido nesta eleição foi fortalecer e ampliar as alianças que sustentam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao contrário de 2020, quando foi lançar candidatos próprios para defender Lula, preso pela Operação Lava Jato, e o legado das gestões petistas. 

Ela negou que essa estratégia terá impacto na formação do governo de coalizão do presidente Lula, mas defendeu a importância para ampliar o leque de alianças para 2026.  

“Defendo isso: acho que temos que fazer uma aliança mais ao centro, ampliar, para reeleger o presidente Lula. Mas temos que pensar também dentro do nosso campo político, dos partidos de esquerda, de como vamos fazer esse enfrentamento, da realidade das eleições municipais, para o Congresso Nacional. Porque aí é fundamental prefeitos e vereadores”,  destacou. 

Das 13 prefeituras disputadas no segundo turno, o partido venceu em quatro. E ainda volta a comandar uma capital. Em Fortaleza (CE), Evandro Leitão (PT) saiu vitorioso, contra André Fernandes, candidato do PL.  

“Morte anunciada”: Apoio a Boulos é questionado

Internamente, há um questionamento sobre o apoio do PT à candidatura de Guilherme Boulos (Psol) a prefeito de São Paulo. 
O vice-presidente do partido, Washington Quaquá, criticou o apoio do partido à candidatura de Boulos, em suas redes sociais. O deputado federal do Psol não conseguiu vencer o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB).

"Boulos era a crônica de uma morte anunciada! A candidatura errada na cidade errada! Havia Márcio França, Tabata Amaral e até a Ana Stella Haddad que nunca disputou eleição, mas poderia dialogar com uma ala mais conservadora nas periferias e classe média. Escolhemos uma candidatura com um teto de limite de eleitor de esquerda. Parece que voltamos a reaprender a gostar de perder", escreveu o deputado federal em seu Instagram. 

‘Política não é só pragmatismo’, rebate Gleisi Hoffmann 

Em entrevista a jornalistas, nesta segunda-feira, após reunião da Executiva, Gleisi Hoffmann rebateu a declaração de Quaquá e afirmou que discorda dessa avaliação. 

“Boulos foi para o segundo turno em 2020, teve 40% dos votos, teve mais de 1 milhão de votos para deputado. Era um quadro que cumpria o que queríamos. Qual outro candidato do PT poderia disputar? Boulos foi o melhor candidato, não deixou de combater. E estava conosco nos piores momentos. Política não é só pragmatismo”.