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Pré-candidato à presidência, Zema rebate ex-prefeito de Nova Iorque
O governador respondeu às críticas de Bill de Blasio ao pedido do governo Donald Trump ao Ministério da Justiça para classificar CV e o PCC como terroristas
Pré-candidato à presidência da República em 2026, o governador Romeu Zema (Novo) rebateu as críticas do ex-prefeito de Nova Iorque Bill de Blasio à possibilidade de o Ministério da Justiça e da Segurança Pública classificar facções como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) como terroristas. Zema foi ao X, nesta sexta-feira (30 de maio), para defender que organizações criminosas sejam tipificadas como terroristas.
A tipificação do CMV e do PCC enquanto organizações terroristas foi discutida entre o chefe do Departamento de Estado dos Estados Unidos, David Gamble, e o Ministério da Justiça e da Segurança Pública no último mês de maio. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-SP) teriam sugerido a ideia ao presidente Donald Trump.
Durante o 2º Seminário Internacional de Segurança Pública, Direitos Humanos e Democracia nessa quinta, de Blasio reconheceu que é possível que Trump utilize a tipificação para “objetivos políticos nefastos no Brasil”. “Se alguém acha que não é porque não está prestando atenção. Se fosse brasileiro, ficaria preocupado com os Estados Unidos usando algo que deveria ser uma ferramenta jurídica para combater o terrorismo e transformar em uma ferramenta política”, questionou ele.
De El Salvador, na América Central, onde está desde a última terça (27 de maio) para conhecer as políticas de segurança pública do governo Nayib Bukele, Zema afirmou que classificar o crime organizado como terrorismo seria “agir com pulso firme”. “Fazer sempre a mesma coisa esperando resultado diferente é loucura. Já faz décadas que o Brasil tenta esse jeito frouxo de enfrentar o crime. E essas quadrilhas estão cada vez maiores”, defendeu ele.
Acompanhado pelo secretário de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco, Zema chegou a visitar o Centro de Confinamento do Terrorismo, penitenciária de segurança máxima localizada em Tecoluca, no departamento de San Vicente. A prisão é tratada como o símbolo das políticas de combate ao crime organizado de Bukele, que levou El Salvador a viver sob um regime de exceção desde 2022, com prisões sem ordens judiciais.
As políticas de segurança pública de Bukele são repreendidas por organismos de defesa aos direitos humanos. Em uma manifestação divulgada logo após a declaração do estado de emergência, ainda em junho de 2022, a Anistia Internacional apontou que o governo de El Salvador teria patrocinado “milhares de detenções arbitrárias e violações do devido processo legal, além de tortura e maus-tratos e pelo menos 18 pessoas morreram sob custódia do Estado”.
Zema, que disputa o espólio eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para tentar viabilizar uma candidatura à presidência em 2026, tem voltado as atenções à segurança pública nas últimas semanas. No mesmo dia em que anunciou a visita a El Salvador, o governador publicou um vídeo no Instagram em que insinua que o crime organizado não é combatido no Brasil porque “os criminosos muitas vezes estão dentro do governo”.
Apesar dos acenos do governador ao eleitorado, Minas Gerais atravessa uma alta de homicídios desde 2021. De acordo com o Atlas da Violência 2025 publicado no último dia 12, 2.795 pessoas foram assassinadas no Estado em 2023, último ano da análise, número 8,4% maior em relação a 2021, quando foram registrados 2.577 homicídios. A alta está na contramão do índice nacional, que, durante o mesmo período, caiu 4,3%.