A indicação de Felipe Attiê para a presidência da Fundação Ezequiel Dias (Funed) voltará à pauta da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) um ano e meio após a sabatina do ex-deputado estadual ser anulada pelo Colégio de Líderes. A nova arguição pública de Attiê acontecerá nesta quinta-feira (22 de maio), às 9h.
Apesar de Attiê estar à frente da Funed desde fevereiro de 2023, a indicação feita pelo governador Romeu Zema (Novo) até agora não foi referendada pelos deputados estaduais. De acordo com a Constituição do Estado, cabe à ALMG sabatinar os nomes indicados para “presidentes das entidades da istração pública indireta” antes de o governador nomeá-los.
O reagendamento atende a uma decisão do presidente da ALMG, Tadeu Leite (MDB), o Tadeuzinho, provocada por uma questão de ordem feita em plenário pelo deputado estadual Lucas Lasmar (Rede). No último dia 6, Tadeuzinho deu 20 dias para que o presidente da comissão especial designada para analisar a indicação de Attiê, Arlen Santiago (Avante), remarcasse a reunião.
Foi uma mesma questão de ordem, mas apresentada pela deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), que motivou a anulação da primeira sabatina de Attiê, realizada ainda em dezembro de 2023. À época, Beatriz acusou o presidente da Funed de violência política de gênero. A deputada apontou que Attiê teria insinuado, em um gesto com as mãos, que ela seria louca.
Como mostrou o Aparte à época, a nova sabatina era tratada como uma sobrevida para Attiê. Como o parecer favorável à indicação foi aprovado por apenas 3 votos a 2, havia o temor de que, como os ânimos estavam acirrados em razão das acusações contra o presidente da Funed, o parecer, que precisa de maioria simples para ser aprovado, fosse rejeitado.
Antes de a sabatina ser anulada, Attiê já havia sido o estopim para que a ALMG fizesse uma série de sabatinas com os indicados por Zema às presidências de autarquias e fundações. Após ele protagonizar um embate com servidores da Funed na Comissão de Saúde, a oposição ou a questionar por que Attiê ainda não havia sido arguido na ALMG.
Na oportunidade, o bloco apresentou um requerimento à Mesa Diretora para que a ALMG encaminhasse ao Ministério Público, ao Ministério Público de Contas e ao Tribunal de Contas de Minas Gerais a relação de presidentes de autarquias e fundações até então não sabatinados. Para a oposição, a ausência das indicações teria configurado crime de responsabilidade.