ELEITO PARA O BIÊNIO 2025/2026

Procurador-geral de Justiça de Minas quer combater o crime organizado e critica PEC da Segurança Pública

Paulo de Tarso destacou que pretende investir em tecnologias e capacitação para combater o crime organizado em Minas Gerais


Atualizado em 15 de janeiro de 2025 | 10:46

O novo procurador-geral de Justiça do Estado de Minas Gerais, Paulo de Tarso, afirmou que seu principal objetivo a frente do Ministério Público (MP) será combater o crime organizado. A declaração foi feita nesta quarta-feira (15 de janeiro) em entrevista ao programa Café com Política, da FM O TEMPO 91,7. Segundo o novo procurador, que foi eleito para ao biênio de 2025/2026, o MP deve investir em novas tecnologias e capacitação.

“O crime está cada vez mais organizado, e um pouco à frente das instituições do estado. Precisamos nos organizar. Não podemos ter estados paralelos. Quero entregar, ao final desse processo, ferramentas, propostas e uma organização mais robusta. Sem deixar de lado outras questões importantes, como meio ambiente, defesa do consumidor, combate à corrupção e defesa da propriedade pública”, declarou.

O procurador-geral de Justiça ainda teceu críticas à chamada PEC da Segurança Pública, uma emenda à constituição proposta pelo governo federal que, entre outras coisas, prevê a ampliação dos poderes da Polícia Federal, para poder atuar nos estados, e constitucionaliza o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), que atualmente é uma lei ordinária, além do Fundo Nacional de Segurança Pública e Política Penitenciária.

“A Constituição Federal é sagrada para quem é do meio jurídico. Quando se quer colocar um tema na Constituição, é necessário ter cuidado, porque a partir do momento que se constitucionaliza um tema, mudar isso é muito difícil. Estão querendo tratar minúcias na Constituição, quando isso não deveria ocorrer. Estados e União deveriam dialogar mais em outra esfera, e não por meio da PEC da Segurança. Ela deveria apenas dar diretrizes”, argumentou Paulo de Tarso.

Investimentos em tecnologia e otimização

Paulo de Tarso também destacou que pretende buscar alternativas econômicas e investir em tecnologia para modernizar o trabalho do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). “Queremos implementar novas tecnologias, como a inteligência artificial. Ela não vai substituir as pessoas, mas facilitará o trabalho, dando mais dinamismo e resposta às nossas demandas.”

O procurador-geral de Justiça ressaltou que, mesmo com a presença do Ministério Público em todas as comarcas do estado, o número de profissionais é insuficiente para atender à grande extensão territorial de Minas. “O Ministério Público cumpre seu papel de forma muito satisfatória, fruto do esforço dos promotores e procuradores. No entanto, precisamos buscar ferramentas que otimizem nosso trabalho. Embora nossas forças de segurança precisem ser elogiadas, isso parece pouco.”

Quem é Paulo de Tarso

Paulo de Tarso iniciou sua carreira no Ministério Público há cerca de 30 anos, atuando no interior de Minas Gerais antes de chegar a Belo Horizonte, onde está há duas décadas. Ele destacou que sua eleição para o cargo de procurador-geral, mesmo sendo promotor de Justiça e não procurador, representa uma mudança importante no estado.

“Eu ser promotor foi um assunto que veio muito à tona pelo fato de ser uma novidade em Minas, mas não é novidade no país. Daqui para frente, isso será algo natural. O que mais importa é a capacidade de entregar uma boa gestão. Os integrantes do Ministério Público sempre buscam uma pessoa que entendam ter o equilíbrio necessário para conduzir esse órgão”, afirmou.