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Deputado propõe PEC para destravar federalização da Codemig
Professor Cleiton (PV) quer derrubar mecanismo da Constituição que exige que direito minerário permaneça no Estado em caso de privatização

Em meio às discussões por uma alternativa à adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), o deputado estadual Professor Cleiton (PV) apresentou uma proposta de Emenda à Constituição (PEC) à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta quinta-feira (4/7), para dar celeridade a uma eventual federalização da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). A PEC precisa da de ⅓ dos deputados, ou seja, de 26 para ser recebida em plenário.
O objeto central da proposta de Cleiton é a propriedade do direito à lavra de minério em Minas Gerais. O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias de Minas Gerais determina que, caso uma estatal seja privatizada, extinta ou desativada, o direito à lavra permaneça no Estado. O deputado, então, sugere que a propriedade do direito à lavra deixe as mãos do Estado só “em caso de transferência à União das ações que garantem o controle direto ou indireto da Codemig para fins de pagamento do saldo da dívida”.
Cleiton lembra que a Codemig é a atual detentora das concessões de lavra de mineral sólido em Minas Gerais. “Caso a União assuma o controle acionário da Codemig, tal empresa será extinta ou ao menos desativada enquanto entidade da istração indireta do Estado. É por essa razão que se impõe a aprovação da PEC”, justifica o deputado, que foi quem inicialmente sugeriu a federalização da estatal e, ainda, da Cemig e da Copasa para abater a dívida do Estado com a União.
Antes de a federalização da Codemig ser discutida, o governo Zema chegou a estudar encaminhar uma PEC à ALMG justamente para incluir o direito à lavra em uma eventual privatização da Codemig. À época, a ideia era privatizar a estatal, incluída como contrapartida no plano para aderir ao RRF. Em exclusiva a O TEMPO no último dia 20, o presidente da Codemig, Sérgio Lopes, afirmou que ainda estudava se seriam necessárias alterações na Constituição no direito minerário caso a Codemig fosse federalizada.
O direito de lavra é o principal atrativo da Codemig. Segundo Lopes, o preço da estatal poderia alcançar R$ 60 bilhões caso a federalização incluísse o direito à lavra e, ainda, os recebíveis do contrato entre ela e a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) para explorar o minério do nióbio em Araxá, no Alto Paranaíba. Os recebíveis são os valores a que tem direito o Estado por ter 25% do lucro líquido da sociedade com a CBMM. Em 2023, por exemplo, o percentual rendeu R$ 1,7 bilhão.
Em vigor desde 1972, a sociedade com a CBMM foi feita para a exploração de duas minas em Araxá: uma de propriedade do Estado e outra da mineradora. Como tem o direito exclusivo à lavra, a Codemig criou com a CBMM a Companhia Mineradora do Pirocloro do Araxá (Comipa) para explorar o minério do nióbio. Então, o minério é transferido para a CBMM, beneficiado em nióbio e vendido.