Lojas satélites perdem espaço nos shoppings brasileiros
Com custos crescentes e novas preferências dos consumidores, pequenos varejistas buscam modelos mais flexíveis e digitais
Se você andou por um shopping e achou que tinha mais espaço vazio ou menos lojinhas nos corredores, acertou: as chamadas lojas satélites (aquelas menores, fora das âncoras) estão enfrentando uma crise em 2025.
O modelo tradicional vem perdendo força devido ao aumento dos custos operacionais e às mudanças nos hábitos de consumo.
Historicamente, essas lojas foram essenciais para a diversidade e o dinamismo dos shoppings, representando mais de 60% dos contratos ativos. No entanto, o Custo Total de Ocupação (CTO) — que inclui aluguel, taxas e fundo de promoção — subiu consideravelmente. Em 2012, o CTO médio era de cerca de 12% da receita bruta; hoje, é comum encontrar operações com CTO entre 18% e 22%.
Essa pressão financeira, aliada à estagnação da renda média e à transformação dos hábitos de consumo, tem levado muitos pequenos lojistas a repensarem suas estratégias. A conta apertada vem num momento em que o consumidor está mais exigente, mais conectado e, muitas vezes, mais interessado em comprar com um clique do que ir ao shopping.
Resultado? Muita loja migrando para formatos mais leves e baratos, como quiosques, pontos de rua e até dark stores — aquelas sem vitrine, focadas no delivery.
O que os lojistas querem agora é menos dor de cabeça e mais flexibilidade. Por isso, tem muita gente pressionando os shoppings para mudar as regras do jogo, buscando contratos parecidos com os das grandes âncoras: aluguel baseado em porcentagem do faturamento, sem custo fixo absurdo.
No fim das contas, os shoppings também vão precisar se mexer se quiserem manter seus corredores cheios. A fórmula de sempre parece não estar dando mais tão certo — e os pequenos já estão buscando outras saídas.