O fator H da transformação digital
Música engaja colaboradores e torna processo mais humano
Leandro Marins de Abreu
Supervisor musical, baterista, empreendedorcofundador do Cria.Sound e membro do Open Mind Brazil
O mercado não está nada fácil, todos os dias enfrentamos mudanças avassaladoras. Sabe quando batia aquele vento e sua mãe mandava colocar uma blusa? É mais ou menos isso, mas com a diferença que não dá para parar o jogo até que todos estejam agasalhados: “The show must go on!”
Hoje, mudanças regulatórias, avanços tecnológicos e novos modelos de negócio criam desafios e oportunidades constantes. Há poucos anos, o marketing era exclusividade de grandes empresas que podiam investir em pesquisas de mercado e anúncios caros. Com as redes sociais, o jogo mudou: pequenos empreendedores e grandes corporações agora competem pelo mesmo espaço.
Quando falamos de transformação digital, muitos pensam em sistemas gigantes e caros, processos complexos e dependência de fornecedores. Na prática, transformação digital é um processo e não um projeto e para ter sucesso tem de se buscar o equilíbrio no bom e velho tripé: Processos, Tecnologia e Pessoas.
Sem adesão das pessoas, nenhuma transformação é bem-sucedida. Treinamentos, cultura de inovação e colaboração são essenciais.
Joseph Schumpeter escreveu sobre ondas de evolução tecnológica. Estamos na era da digitalização e sustentabilidade, onde a inovação não deve ser ferramenta para aumento de produtividade (isso é coisa da revolução industrial), mas para dar foco no “customer experience”, aumentando a lealdade dos seus clientes.
Tudo isso começa com “employee experience” pois, diferente de épocas anteriores, a inovação agora vem de todos os lados, exigindo ambientes que promovam criatividade e bem-estar.
A cultura organizacional é a base da transformação digital. Mudá-la demanda paciência e foco em elementos-chave como “reskilling”, diversidade e inclusão. Segundo a McKinsey & Company, empresas que promovem inovação são 30% mais lucrativas e líderes que ouvem e equipes criativas são indispensáveis.
E qual o papel da música?
Se precisamos montar um ambiente colaborativo e integrado, onde as pessoas trabalham juntas para inovar e implementar processos de transformação, a comunicação é mais que fundamental.
O elemento fundamental da música é a intenção daquilo que a música vai despertar no outro, ou seja, o ambiente musical cria uma cultura de comunicação genuína pensando no outro, estabelecendo conexão e despertando emoções.
Segundo a “Harvard Business Review”, 70% das iniciativas de mudança falham por falta de atenção aos aspectos humanos. Já práticas centradas nas pessoas têm seis vezes mais chance de sucesso, segundo a Prosci.
A música engaja colaboradores, cria experiências para clientes e comunica valores. Ela torna o processo de digitalização mais humano e inclusivo, criando uma cultura onde inovação e propósito coexistem.
A transformação digital não é apenas tecnologia; é conectar pessoas e processos em uma sinfonia de progresso. Vamos afinar essa orquestra juntos?