Saúde, carreira & maternidade atípica
Situação de mães de filhos neurodivergentes
Muito se fala sobre a jornada das mulheres para conciliar saúde, carreira e maternidade. São muitos papéis e responsabilidades. E quando essa maternidade se apresenta no formato atípico?
Para aqueles pouco acostumados com o termo, eu explico: mães atípicas são aquelas que tem filhos neurodivergentes, com alguma doença rara ou deficiência (física e/ou intelectual). Para mim, se apresentou na minha segunda gestação, minha filha tem Transtorno do Espectro Autista (TEA) com nível de e 3, por ser uma criança não verbal.
Minha intenção não é contrapor o tamanho do desafio de mães típicas, porque “equilibrar” os pratos é complexo, e sim, contar um pouco do que muda a partir desse diagnóstico.
- Planejar: em meio há inúmeras tarefas do dia a dia, são inseridas, em média, 40 horas semanais de terapia, essa, para os afortunados, que assim como eu, pode prover isso ao filho(a), o que não é a realidade da maioria dos brasileiros. Em adição ter uma rede de apoio é essencial.
- Desenvolver: são muitas siglas, muitos profissionais envolvidos, exames, terapias, medicações, tentativas e incertezas. É preciso disciplina, recorrência e dedicação.
- Checar: a atenção aos detalhes, ao contexto, aos simples eventos que podem desorganizar seu filho a ponto de lhe causa profundo sofrimento, conhecer os processos, os limites e as oportunidades.
- Agir: celebrar pequenas evoluções e estar direcionado a um propósito que leve a testar novas alternativas e promova a melhor experiência.
Se você percebeu o uso do PDCA na narrativa está correto, o pessoal e o profissional são a mesma vida. Tenho uma grande oportunidade por ser uma mãe atípica, porque isso tem mudado o meu mundo e ressignificado a minha jornada e me feito viver minha missão.
Pessoal
Partindo da premissa: “Você não vive o tempo, você vive a vida!”, poder dispor de tempo de qualidade junto às pessoas que amo, de modo a demonstrar meu afeto, respeito e apoio a cada um deles.
Ajudar a criar um mundo melhor para minhas filhas e cidadãs melhores para o mundo, por meio do cuidado com os recursos naturais, aspectos éticos, respeito próprio e ao próximo.
Ser uma esposa, filha, mãe e amiga que respeita a individualidade e promove, por meio de empatia e respeito, a união, com olhar atento para a diversidade e inclusão.
Profissional
Por meio do meu desejo genuíno de dar o meu melhor em tudo que me proponho a fazer, alcançar profissionalmente uma posição de destaque, reconhecimento e excelência, fazendo dessa oportunidade uma jornada para ensinar, aprender, influenciar e ajudar os outros, priorizando as mulheres. Ter coragem e sabedoria para promover processos positivos de mudança, reconhecendo o que pode ser mudado e tendo discernimento para entender o que não pode ser mudado.
Finalizo com essa importante frase para mim: “Quando se tem esperança, se constrói o futuro!”
(*) Daniela Santos é diretora de RH na Simpress e membro do Open Mind Brazil