Um paciente procurando os centros de saúde de Belo Horizonte a cada 30 segundos dá a dimensão da gravidade da onda de problemas respiratórios na capital mineira. Os dados levantados por Maria Cecília Almeida e Raíssa Oliveira na edição de terça-feira (20) de O TEMPO apontam um crescimento de 51% nos números em pouco mais de duas semanas.
Em 30 de abril, a cidade decretou emergência e, em duas semanas, o número de internações por doenças respiratórias já ava de 7.000. No último sábado, cinco centros de saúde abriram para garantir ampliação da cobertura médica e vacinal. Dos 2.148 moradores que foram aos locais, 12% apresentavam sintomas gripais. A boa notícia é que 1.881 pessoas compareceram aos centros para se vacinarem.
No ano ado, o Ministério da Saúde registrou uma cobertura vacinal do público prioritário de 55,19% em todo o Brasil. Em Minas Gerais, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, o resultado foi um pouco melhor, com 60,7%. Em ambos os casos, contudo, abaixo da meta de 90% do público prioritário tendo recebido o imunizante contra a influenza.
De acordo com o site Estratégia de Vacinação contra a Influenza, do Ministério da Saúde, até a manhã de terça-feira (20), haviam sido aplicados 21,9 milhões de doses em todo o país (de um público esperado de 46,9 milhões). Em Belo Horizonte, o número de doses havia sido 571 mil (42,4% de cobertura), conforme os dados da prefeitura municipal.
Estar em dia com a vacinação é uma condição básica para evitar problemas de saúde pública como o atual. O imunizante – que contém princípios contra H1N1, H3N2 e B – é capaz de prevenir de 60% a 70% dos casos graves e mortes. Na prevenção ao contágio, as pessoas com sintomas podem recorrer às máscaras cirúrgicas para evitar espalhar gotículas durante as conversas.
Cada cidadão, não apenas em Belo Horizonte, mas em todo o país, tem a responsabilidade de contribuir para conter o problema. E, para isso, é preciso pouco mais que ir se vacinar, incentivar familiares e vizinhos a fazer o mesmo e ser responsável.