Santa Luzia quer ser referência nacional na inclusão, diz o prefeito Paulo Bigodinho
Paulo Henrique Paulino e Silva, o Paulo Bigodinho, prefeito de Santa Luzia (MG), conta vai ter o símbolo do autismo no uniforme escolar.
Paulo Henrique Paulino e Silva, mais conhecido como Paulo Bigodinho, prefeito de Santa Luzia (MG), é o entrevistado de hoje na Temporada Minas S/A Desenvolvimento e Construção em todas as plataformas de O Tempo.
Cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, Santa Luzia tem 333 anos. Paulo Bigodinho conta que quer Santa Luiza como referência nacional na inclusão.
"Vamos transformar Santa Luzia numa das cidades mais inclusivas do Brasil, vai ser uma das primeiras cidades do Brasil a ter o símbolo do autismo no uniforme escolar. Ainda tem a grande campanha que fizemos de conscientização sobre a Síndrome de Down. Santa Luzia vai ser uma inspiração para o Brasil", garante o prefeito.
Na educação, o prefeito de Santa Luzia também vai levar a educação financeira para o currículo escolar.
"Iremos reformar todas as nossas escolas municipais e reativar as bibliotecas escolares com o projeto Biblioteca Viva", informa.
Para gerar um ambiente de negócios melhor para as empresas, o prefeito vai lançar o Destrava Santa Luzia com informações digitais.
"Vamos colocar Santa Luzia num outro patamar", afirma Paulo.
A cidade também terá novos investimentos em infraestrutura, como a construção de uma subprefeitura no São Benedito, uma UMEI em Pinhões e unidades habitacionais para as famílias que sofreram com as chuvas.
No esporte, tem a reforma do Estádio do Frimisa que vai sediar jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino. Investimentos nas reformas das UPAs, do Hospital Madalena e dos postos de saúde também estão acontecendo.
"Também estamos criando um Centro de Referência Multidisciplinar para Pessoas com Deficiência, que vai integrar atendimento em saúde, educação e reabilitação", conta.
O Teatro de Curral, instalação que existe em apenas dois lugares no mundo - Santa Luzia e na Holanda - Paulo quer incentivar o turista a visitar pontos inéditos como esse. Para isso, também está buscando recursos para as reformas.
A seguir, a entrevista na íntegra do Prefeito de Santa Luzia, Paulo Bigodinho:
HL: Eu tenho entrevistado muitos prefeitos nessa sua média de idade, você está com 35 anos?
PB: É, 35 hoje.
HL: Então, eu queria que você começasse falando da sua trajetória. Você já foi Vereador por dois mandatos, é professor, é graduado em Gestão Pública, tem Pós-Graduação. Conta um pouco sobre essa trajetória até chegar aonde você está. Você nasceu em Santa Luzia? Como foi sua criação na cidade?
PB: Na verdade, eu nasci em Belo Horizonte, a minha mãe foi criada ali no bairro Esplanada, naquela região ali. Minha mãe é professora, e aí ela ou num Concurso Público do Estado, em Santa Luzia, e aí juntamos as ‘trouxas’ tudo e fomos embora, mas eu era bebezinho, tinha 1 ano e pouco, e nós mudamos todo mundo para Santa Luzia, para a região do São Benedito, inicialmente. Ela trabalhou em algumas escolas na região e, depois, onde ela trabalhou mais tempo foi na escola Tancredo, no bairro Baronesa, e aí ela conseguiu ser eleita Diretora, ficou durante 10 anos dentro daquela escola e me lembro que ela me levava, naquela época era mais difícil ter que colocar alguém para cuidar, pagar alguém para cuidar, não existia isso, então eu me lembro que ela me levava para a escola, eu ava o dia inteiro com ela na escola ali na região do Baronesa, uma região na época muito carente, sem infraestrutura nenhuma.
HL: Como é o nome da sua mãe?
PB: Adriana. Então, eu fui criado naquela região ali, e depois ela foi transferida e foi trabalhar numa escola na parte alta de Santa Luzia, ali na região do Centro histórico. Eu estudei lá, fiz o Ensino Fundamental, o Médio, depois eu fiz Faculdade de Gestão Pública, pareado a isso eu comecei a atuar como professor de sociologia e filosofia.
HL: Quer dizer, você se apaixonou pela profissão, pelo ambiente, por ter convivido neste ambiente?
PB: Viver dentro da escola, aquela proximidade acompanhando minha mãe etc.
HL: É fascinante, não é, Paulo?
PB: Aí eu acabei me tornando professor também e dei aula em diversas escolas de Santa Luzia, tanto na região do Distrito de São Benedito, Palmital, quanto também na parte alta, e aí com esse convívio com a população, de perto, eu sempre fui muito apaixonado por projetos sociais, eu comecei a me identificar muito com as dificuldades da população. Aí eu resolvi me candidatar a Vereador, me candidatei a primeira vez em 2012, eu tinha 22 anos, não tive êxito na primeira candidatura, mas tive quase 800 votos, fui um dos mais votados. Eu me lembro de uma agem no dia da eleição, sempre conto essa história, eu estava na fila para votar e aí uma senhorinha olhou para mim assim e falou “ah, você que é o Paulo Bigodinho?”. E eu falei “sou”, aí ela abriu a carteira, tinha um santinho meu na carteira, aí ela mostrou e falou assim “olha, eu estou votando em você para representar a minha neta, que é sua aluna. Ela não tem idade para votar ainda, mas ela me pediu para que eu pudesse votar por ela”.
HL: Você já era uma referência dentro da sala de aula, respeitado pelos alunos.
PB: Principalmente com os jovens. Eles viam em mim, talvez, uma expectativa de mudança mesmo.
HL: Não era só mais um professor.
PB: É, porque a gente se envolvia muito, a gente conversava, a gente tentava entender as dificuldades da comunidade, a gente fazia mutirões de reforma nas quadras, por exemplo, participava de projeto de horta comunitária, e a gente começou a se engajar e eles começaram a criar em mim uma expectativa de “olha, talvez esse cara é a mudança”. E eu me lembro que foram os meus alunos que me impulsionaram, eles começaram a me levar na casa de pai, de avô, de padrinho, de vizinho, e “é o nosso professor, tem que ser ele”.
HL: E isso dá uma chancela tão grande, não é? Quer dizer, o jovem, que vai ser a geração futura de comando, acreditando num professor.
PB: É verdade. E aí nesses outros 4 anos eu acabei sendo impulsionado, falei assim “opa, 800 votos na 1ª candidatura”, essa mobilização com os jovens, tinha sido uma decisão minha de me candidatar muito até em cima da hora, e aí eu me organizei nos 4 próximos anos e fui eleito pela primeira vez em 2016.
HL: Você fez um trabalho na comunidade, foi entendendo o que mais a comunidade precisava.
PB: E fui eleito o quinto mais votado, mais jovem, na época, com 26 anos. Aí começamos um trabalho muito sério de fiscalização, ampliação dos trabalhos sociais, a gente estava à frente de um instituto de profissionalização e aí a gente começou a disponibilizar diversos cursos profissionalizantes, alguns gratuitos, outros a preço popular, e o projeto foi crescendo. Em 2020 fui reeleito, já ei a ser o terceiro mais votado, eu lembro que, na época, dos 17 vereadores, só 5 foram reeleitos, 12 perderam, e dos 5 reeleitos eu fui o mais votado.
HL: A população acreditou no seu projeto, né, Paulo?
PB: A gente continuou o nosso trabalho sério nesses outros 4 anos e aí a população nos deu a oportunidade de ser prefeito agora é em 2024. Então, nós tivemos dois mandatos de vereador e agora fomos eleitos direto aí como prefeito.
HL: E isso é um desafio enorme, não é? Porque a gente estava conversando antes, quando você está do outro lado do balcão, no Legislativo, é uma coisa, as leis chegam todas lá primeiro, tudo tem que ar pela Câmara, mas na hora que você está com a caneta na mão para executar, foi um choque grande? Você tinha uma realidade, você achava que era uma realidade, aí na hora que você chegou para istrar, o que você encontrou?
PB: O que acontece, eu vejo a importância de ar pela Câmara Municipal muito grande devido ao fato de que lá é a porta de entrada da população, a gente sabe que o o ao Prefeito é mais difícil por uma série de questões, então a população geralmente vai direto no Vereador num primeiro momento. Então, eu acho que esse contato que nós tínhamos e nós tivemos com o povo nesses 8 anos nos ajudaram muito a ter uma sensibilidade diferente para poder fazer um trabalho à frente do Executivo. Agora, eu tenho visto a dificuldade que nós temos de colocar as coisas em prática, né, apesar de que eu já sabia, imaginava a dificuldade que eu iria encontrar devido ao trabalho de Vereador que nós fizemos, nós fizemos um trabalho nesses últimos 4 anos bem de oposição, fiscalizando, cobrando, porque a gente entendia que as práticas não eram adequadas e agora eu me vejo no Executivo com uma vontade tremenda de fazer as coisas acontecerem, principalmente o que a gente estava propondo, o que a gente cobrava, só que a situação financeira que nós herdamos não é uma situação que vai possibilitar a gente fazer tudo de uma vez.
HL: Qual é a situação financeira que o prefeito Paulo herdou em Santa Luzia? Contas a pagar, como está o orçamento? Dá um raio x, Prefeito.
PB: Na última semana nós terminamos de fazer as apurações, porque ainda tinham algumas notas que estavam chegando, ainda tinham algumas cobranças que estavam chegando. Hoje, a gente apura R$ 84 milhões que restam pagar, uma dívida muito grande, diversos fornecedores estavam com 5 notas sem receber, 3 notas, o próprio hospital São João de Deus, que é um hospital filantrópico que presta serviço à Prefeitura, a gente compra serviço nele, ele não é nosso, mas ficou uma dívida enorme da gestão ada, mais de R$ 5 milhões, a empresa de terceirização de mão de obra, que é aquela que possibilita que a gente contrate auxiliar de serviço, ajudante de caminhão, vigia, tinha uma dívida de R$ 14 milhões. Então, nós estamos pagando aos poucos, e a gente precisa pagar aos poucos para que tenha um fluxo de caixa ali que possibilite que a gente contrate mais pessoas, porque a gente, para você ter uma ideia, assim que a gente assumiu, a gestão ada tinha exonerado diversos funcionários desses de mão de obra direta. Então, nós pegamos a Prefeitura, na área de Educação, por exemplo, as escolas estavam sem ninguém para fazer limpeza, as UPAs sem ninguém para fazer a limpeza, as escolas sem vigia, sem o porteiro, na parte de obras, por exemplo, a equipe muito reduzida em relação a mão de obra e sem a possibilidade de contratar, esse que é o problema. Por exemplo, eu não tenho alguém para fazer uma limpeza na escola, mas eu posso contratar de imediato, então nós vamos resolver o problema, só que eu tinha essa dificuldade, esse déficit de pessoal e não podia contratar pela dívida que eu tinha com a empresa terceirizada.
HL: A empresa não ia querer.
PB: Então, isso foi virando uma bola de neve e só agora está começando a normalizar. Nas escolas, nós hoje já estamos com 90%, 95% do quadro completo, os auxiliares de serviço chegaram, os porteiros estão quase todos chegando. Na Saúde, nós ainda não estamos com o quadro completo, estamos nesse processo de contratação do quadro, a gente tinha uma emergência muito grande em relação a educação, lógico que a Saúde também é prioridade, só que as aulas iam iniciar, e como se inicia uma aula sem o pessoal para fazer uma limpeza, para fazer uma merenda. Então, assim, é uma situação muito complicada.
HL: Em 3 meses aí vocês já estão conseguindo…
PB: Enxugamos bastante nesses 3 primeiros meses. Nós não nomeamos todos os secretários, de 14 secretários que nós poderíamos nomear, nós nomeamos 8 secretários.
HL: E vai continuar assim?
PB: Por alguns meses. Na medida que nós vamos organizando a casa, nós vamos nomeando um ou outro.
HL: Dessas contas a pagar, você já liquidou….
PB: Pagamos algumas, negociamos outras, outras que a gente entende que nós não devemos, nós vamos deixar no resto a pagar. Hoje, a gente tem adotado um critério muito sério lá para o pagamento dessas notas da gestão ada, até porque a gente tem que fazer uma fiscalização para saber se é aquilo que a gente deve mesmo.
HL: Então, vocês vão judicializar?
PB: Todo o pagamento que a gente pretende fazer ou vai fazer, a, primeiro, pelo controle interno da Prefeitura, a controladoria, que é um setor lá de funcionários efetivos que avaliam se realmente a gente deve aquilo mesmo. Depois que eles validam, a gente é autorizado e faz o pagamento.
HL: Se não validarem, vocês vão questionar isso na Justiça.
PB: Nós não vamos pagar, e aí quem achar que tem o direito, que judicializa.
HL: Entendi, e isso vai dar esse fôlego para a Prefeitura trabalhar no dia a dia. Agora, uma coisa legal que eu vi em você, que você quer resolver essas questões, né, Paulo, mas ao mesmo tempo você quer criar uma cultura da inclusão social, muito pelo fato de você ter sido professor, ter toda essa experiência em gestão, ter vivido uma realidade nas escolas. Como é essa guinada agora de você querer ser reconhecido e despertar nas pessoas a inclusão do autismo, da síndrome de down, que isso e a ser uma convivência natural, normal na sociedade, como é essa campanha?
PB: Olha, não é só em Santa Luzia, é o Brasil inteiro que precisa se adaptar. Hoje, a gente precisa propor políticas públicas que realmente insiram na sociedade as pessoas com deficiência, independente dela qual for, se é o autismo, se são as pessoas com síndrome de down, se são as crianças com doenças raras. Então, assim, nós temos falado muito que nós vamos transformar Santa Luzia em uma das cidades mais inclusivas do Brasil, e para isso a gente tem feito um planejamento. A gente não vai conseguir chegar de um dia para o outro e mudar completamente uma realidade, mas eu quero que no futuro os gestores públicos se inspirem em Santa Luzia, e nós já estamos com algumas iniciativas. Por exemplo, nós vamos ser uma das primeiras cidades do Brasil que vão ter o símbolo do autismo nos nossos uniformes escolares, e nós já estamos em uma discussão com os pais, mães e a sociedade para que, talvez, no próximo ano, o laço que vai representar no uniforme seja até do laço do girassol. Então, nós estamos fomentando a discussão sobre os temas. Dia 21, por exemplo, foi o dia da síndrome de down, nós fizemos a maior campanha da história de Santa Luzia de nós usarmos meias diferentes.
HL: Eu vi que você colocou uma meia de uma cor, outra de outra cor, e de bermuda e foi à Cidade istrativas e tinha uma reunião lá, e eu vi nas redes sociais o pessoal falando “mas ele está indo na Cidade istrativa de bermuda?” Aí tinha outro falando “mas pelo menos ele está indo, quem veste calça nem sempre resolve tudo!”. Então, você está criando uma cultura, não é, Paulo?
PB: Assim, me questionaram: “Paulo, você está lembrado que você tem uma reunião na Cidade istrativa agora, né? Você não vai trocar de roupa?”. E eu falei “não vou trocar de roupa, porque eu quero despertar o interesse das pessoas, os olhares, para questionarem mesmo o porquê de eu estar com a meia diferente, o porquê de eu estar com a meia colorida”. E aconteceu, eu cheguei lá, um servidor do Governo me perguntou assim, na nossa reunião: “sextou, né, Paulo?”. E eu falei assim “sextou, sexta-feira é sextou, mas por que você está me falando isso?” E ele falou: “porque você está de bermuda, com as meias expostas e tal. Você está vindo da academia?” E eu falei para ele assim “olha, eu acho que eu consegui, eu alcancei o objetivo que era alguém me questionar o porquê que eu estou com as meias diferentes”, era eu postar nas redes sociais e as pessoas, realmente, os olhos virarem para mim naquele dia para a gente falar da importância de eu estar com as meias diferentes, que é para mostrar que o diferente também é bonito, entendeu?
HL: Que o diferente também pode fazer parte da sociedade.
PB: Que também pode fazer parte da sociedade. Então, se um funcionário do Governo, que está lá, recebe pessoas do Brasil inteiro, me fez esse questionamento, se isso aí virou notícia na rede social, então eu alcancei o meu objetivo, que era as pessoas realmente questionarem e quererem saber o porquê, pesquisarem sobre o tema, entenderem, porque eu acho que é isso, a partir do momento que a gente coloca um símbolo do autismo no nosso uniforme… hoje, a marca da Prefeitura de Santa Luzia tem o símbolo da inclusão na marca, a partir do momento que eu uso uma meia colorida e sou questionado, a gente desperta o interesse das pessoas em pesquisar sobre o tema e entender o que é a síndrome de down, o que é o autismo, como eu posso fazer para poder ajudar a inserir essas pessoas dentro da sociedade, é muito sobre isso, sabe? Então, nós estamos fazendo um grande pacote de ações que nós vamos fazer durante o ano. Nós, agora na semana do autismo, que é agora em abril, nós vamos divulgar para a cidade todas as ações que nós vamos fazer, nós temos ação a semana inteira, de segunda a sexta-feira, vão ter ações na nos nossos postos de saúde, ações nas nossas escolas, ações nos nossos CRAS, nós vamos publicitar isso aí para o Brasil inteiro para que chame a atenção e outros municípios repliquem também. Nós vamos ampliar os atendimentos, vamos ter terapeuta ocupacional, que não tem há muitos anos em Santa Luzia, fonoaudiólogo, psicólogo, psiquiatra, neuro infantil, então nós estamos fazendo uma grande rede de atendimento e para que sirva de exemplo também para outras cidades no Brasil afora.
HL: Eles não são coitadinhos, eles podem conviver na sociedade normalmente, é só ter essa inclusão. Quer dizer, a partir do momento que você vem com uma camisa linda como essa, a gente é isso, todo um quebra-cabeça, todo interligado e todo mundo incluído ali, cada um do seu jeito, mas é a sociedade nossa, é o Estado Democrático, o estado da arte do ser humano, não é, Paulo?
PB: E não é só isso também, as pessoas com deficiência, com dificuldade de mobilidade também, nós já estamos fazendo um estudo de como é que a gente pode melhorar ali, por exemplo, o o à avenida Brasília. Um questionamento muito grande que tinha é que o o ao Fórum de Santa Luzia é muito ruim, o ponto de ônibus é de um lado, o Fórum está do outro lado e a agem ali, tanto do eio quanto da rua, é muito precária, então não tinha jeito da pessoa, do cadeirante chegar na porta do Fórum e ter o o sem alguém empurrar ou sem carregar, algo nesse sentido. Então, nós estamos analisando quais as regiões da cidade que a gente pode atacar de momento, que a gente possa melhorar essa questão da mobilidade também.
HL: E isso pode replicar para o país inteiro.
PB: Nós estamos com muitas ideias aí.
HL: E isso você vivenciou na sala de aula Paulo, como professor, você via como que era o drama de mães para que as crianças fossem aceitas, não é?
PB: Desde a época da escola que a gente já percebia essa dificuldade, a questão do bullying, a gente trabalhar essa questão do diferente, ele é especial também, e o que me motivou muito também foi uma agem, ano ado, até como Vereador, que na Prefeitura nós tínhamos diversas pessoas contratadas de forma irregular, e dentre esses professores de apoio, que são aqueles que dão assistência para as pessoas com deficiência, para as crianças com deficiência, e como esses contratos estavam irregulares veio a determinação do Ministério Público que deveriam ser exonerados para regularizar a situação, a juíza acatou e teve aluno que ficou quase 30 dias sem aula. E aí eu comecei a me aproximar muito de algumas mães, elas começaram a ir à Câmara pedir o nosso apoio e nós fizemos Audiências Públicas, nós chamamos a imprensa, e eu comecei a ficar muito próximo mesmo de algumas famílias, sabe? Entender ali a dificuldade da família, a dificuldade da mãe, a dificuldade daquela criança. Fora isso, o índice de pais que abandonam as mães quando constatam que a criança nasceu com deficiência é muito grande, então grande parte das mães tem também toda uma situação psicológica envolvida em relação a isso, e eu comecei a me apegar muito por essa causa, falei assim: “opa, se eu realmente tiver a oportunidade de estar como Prefeito, nós vamos fazer algo para essas famílias”. Então, além desse cuidado com as crianças, nós já estamos fazendo uma programação para a gente poder ter um cuidado especial com as famílias também.
HL: Nossa, muito legal, Paulo, que você seja muito bem-sucedido.
PB: Não é fácil, nós não vamos conseguir mudar a visão da população rápido e instantâneo, mas é uma sementinha que nós estamos plantando para a gente poder colher em breve.
HL: São dramas sociais que também é uma função da Prefeitura, de dar mais qualidade de vida à população. Vamos falar um pouquinho de projetos também em outras áreas, você disse aí que tem contas a pagar de mais de R$ 80 milhões, está sanando aos poucos, e o orçamento, esse ano, como ele está delineado?
PB: Olha, o orçamento é um outro problema. A Prefeitura fez uma perspectiva de arrecadação de em torno de R$ 900 milhões e, assim a gente sabe, pelo histórico, que a gente não vai conseguir arrecadar mais de R$ 750 milhões, R$ 780 milhões, é completamente fora da realidade, do perfil da cidade. Então, a gente sabe que não vai alcançar esses índices, é impossível a gente alcançar esses índices.
HL: O que você acha que é plausível, uma conta sendo pé no chão?
PB: Eu acho que a gente arrecada em torno de R$ 780 milhões, apesar de que nós já estamos com algumas iniciativas para poder melhorar a arrecadação.
HL: O quê, por exemplo?
PB: Primeiro que, hoje, é muito dificultoso para o munícipe de Santa Luzia poder negociar uma dívida com a Prefeitura, poder entrar com um alvará de funcionamento, entrar com um alvará de construção, porque tudo é muito burocrático. Santa Luzia, para você ter uma ideia, tudo ainda é no papel.
HL: Não tem nada digital que você consiga resolver tudo ali pelo aplicativo?
PB: Não tem nada digital. Até o alvará de evento a pessoa tem que levar o alvará, faz um pedido na Cultura, depois ele pega o papel, leva na Secretaria de Segurança Pública, não tem nada digital.
HL: Mas é tão caro assim para digitalizar a cidade?
PB: Não, nós já estamos até com a iniciativa, agora nos 100 dias de governo, o marco 100, nós vamos digitalizar todo o serviço. É uma mudança de paradigma, nós vamos colocar tudo online, as pessoas vão ter condição de negociar online, vão ter condição de receber uma guia online, vão ter condição de entrar com pedidos de alvará de construção de forma remota, isso vai facilitar muito.
HL: E isso vai aumentar a arrecadação, porque a pessoa fica estimulada a se regularizar, a resolver tudo.
PB: Nós vamos lançar um programa chamado destrava Santa Luzia, as Secretarias voltadas a esse tema estão se encontrando quase que diariamente, Desenvolvimento Urbano, Desenvolvimento Econômico, Regularização Fundiária e Meio Ambiente estão se reunindo quase todos os dias para poder encontrar qual a melhor forma de destravar a cidade para que grandes empreendimentos vão para Santa Luzia.
HL: Uma ação conjunta, as Secretarias estão conversando entre elas para agilizar e ter um ambiente de negócios saudável, uma interface boa para que a empresa queira ir para lá.
PB: Isso aí, por que o que nós temos visto? Santa Luzia tem que se tornar atrativa. Se for falar em logística, ela era para ser uma das melhores cidades de Minas Gerais, nós estamos do lado de Belo Horizonte, do lado do aeroporto de Confins, nós temos diversas saídas e por que as coisas não vão? A gente começou a fazer um diagnóstico e é uma cidade em que as leis são muito velhas, é uma cidade que não é atrativa para quem vai empreender, e aí o grande empresário está optando por empreender nas cidades do entorno.
HL: Quando você fala que ela não é atrativa para se empreender, o que você já viu nesse diagnóstico, nesse raio x assim para falar isso?
PB: Olha, a própria questão da digitalização, da morosidade, tudo que a pessoa tem que fazer em Santa Luzia, a pessoa tem que ir lá pessoalmente, e isso não existe. O prazo para ter um retorno para o empresário também é muito elástico, a pessoa entra com o documento lá sem saber quando ele vai ter um retorno daquele empreendimento dele.
HL: Aí a outra cidade apresenta o retorno mais rápido, ele fala “estou indo para lá”!
PB: A gente teve uma reunião há pouco tempo com o pessoal do Invest Minas, do Governo do Estado, e o que eles falaram para a gente que tem atraído os grandes empresários é o retorno rápido, porque a pessoa não quer e não pode ficar com dinheiro muito tempo parado. Por exemplo, tem um Supermercado BH lá…
HL: Aliás, a primeira unidade do Supermercados BH foi em Santa Luzia, no bairro de São Benedito, o próprio Pedro Lourenço conta isso.
PB: É isso mesmo. Tem um Supermercados BH lá que ele está com a obra em pé e está a meses esperando uma definição.
HL: E por quê?
PB: As coisas em alguns momentos também não são tão claras. Então, você tem que fazer é isso e isso para o seu empreendimento ficar pronto, então a gente está criando um padrão para que a gente possa atender todo mundo com a maior agilidade possível para que a gente possa, realmente, fazer a cidade se desenvolver.
HL: É, porque isso é emprego, é geração de renda para a cidade, é arrecadação para a cidade.
PB: Então, assim, a turma está quebrando a cabeça com esse objetivo, o nosso vice-prefeito é empresário, é uma das missões que a gente deu para ele e falou assim “você é empresário, você conversa muito com a classe, toma conta disso aqui para mim, reúne essa turma lá e olha qual que é a dificuldade empresarial”. Nós temos no reunido com os empresários constantemente, nós recebemos lá nos últimos dias os representantes da UAU Ingleza, do Café Três Corações
HL: Que já estão lá, que tem fábrica lá.
PB: Da D’Granel, Usiminas, perguntamos: “gente, quais são as dificuldades suas aí para que a empresa hoje que gera 200 empregos gere 400 empregos amanhã?”, porque a Prefeitura, o setor público tem que ser parceiro do empresariado, é quem aquece a economia.
HL: De onde vem a arrecadação da Prefeitura para ela pagar tudo, pagar o funcionalismo público?
PB: Então, nós estamos trabalhando para que exista essa parceria entre o público e o privado, para que a cidade, realmente, possa chegar em outro patamar e eu tenho certeza de que nós temos condição para isso.
HL: E, sabe, Paulo, a gente estava comentando isso antes de começar a gravar, às vezes as pessoas pensam “mas uma grande empresa não gera tanto emprego”, só que ela tem uma cadeia de fornecedores tão grande que ela gera ali naquele um emprego dentro da Indústria, dentro do agronegócio, ela gera mais outros 9, 10 empregos nos fornecedores que tem que vir para o entorno. Então, quer dizer, tem tudo para ser uma cidade industrial.
PB: O Café Três Corações, por exemplo, a UAU Ingleza, que é a antiga Cera Inglesa, vem pessoas do Brasil inteiro, e aí o cara come ali, o cara dorme ali, mesmo aquele que não mora ali, dele ar pela cidade ele vai deixar o dinheiro dele ali, então isso é muito importante para a gente. E aí, o outro viés que nós estamos trabalhando muito é a questão do turismo, porque a gente pensa nessa visão, além da questão dos eventos públicos, os eventos privados. Nós temos o maior Centro de Eventos do Brasil, que é o Mega Space. Nós temos que apoiar para que esse turismo aconteça no privado e, paralelamente, também, nós estamos trabalhando para que esse turismo aconteça no público. Ontem eu estive em Brasília, até o Deputado Federal Luis Tibé, do Avante, que conseguiu a agenda para a gente lá no Ministério do Turismo, e aí nós tivemos uma notícia que eu fiquei completamente decepcionado, mas animado para próximos os que a gente possa vir a tomar, é que Santa Luzia não está cadastrada no mapa do turismo do Governo Federal.
HL: Uma cidade com 333 anos como é o caso de Santa Luzia e ela não está cadastrada?
PB: 333 anos, uma cidade histórica, tem o Jubileu de Santa Luzia, por exemplo, que no final do ano reúne mais de 50 mil pessoas, nós temos toda uma história envolvida.
HL: Tem o Teatro de Curral, que você falou. Conta um pouco sobre ele, que é o único no Brasil e está em Santa Luzia.
PB: Nós temos dois no mundo, no Brasil é o único e, se eu não me engano, o outro é na Holanda. E lá (em Santa Luzia) está caindo aos pedaços, não consegue fazer nem visitação, o teto está podre, os bancos estão completamente deteriorados, uma casinha, onde era o teatro, caindo aos pedaços. Então, nós estamos querendo reviver essa cultura, preservar e cuidar.
HL: E teatro de curral, explica para a gente como é, Paulo, porque nem eu conhecia.
PB: Ontem eu estava lá no Ministério do Turismo e aí eu estava conversando com um dos assessores do ministro, a gente chegou, cumprimentou o ministro, conversou muito rapidamente e ele foi para outra agenda, e a gente deu sequência a agenda com o assessor, e aí ele também perguntou “teatro de curral? O que é esse teatro de curral?”. No curral, na roça, naquela época, os trabalhadores trabalhavam o dia inteiro e depois à noite, ou aos finais de semana, acontecia uma peça teatral no curral.
HL: No próprio curral onde tira leite da vaca e trata do boi.
PB: Ali mesmo. Então isso é cultura.
HL: Gente, isso é pura cultura, isso é turismo.
PB: E é em Santa Luzia, só tem duas no Mundo.
HL: Qualquer lugar do Mundo exploraria isso.
PB: E o teatro, a casinha do teatro, a casa é bonitinha, sabe? Aquelas casas antigas e tal, e está caindo aos pedaços.
HL: Quer dizer, a gente tem também o turismo religioso em Santa Luzia, artistas famosos no Mundo inteiro.
PB: Nós temos o Mosteiro de Macaúbas, ele está quase na saída para Jaboticatubas, hoje deve ter umas 6 ou 7 freiras lá ainda.
HL: O Mosteiro continua existindo?
PB: Continua, tem missa lá todos os domingos, é maravilhoso. A Chica da Silva morou lá.
HL: Gente, tem que explorar isso tudo, o país tem que saber, o Mundo tem que saber. Santa Luzia, que é uma santa milagrosa para quem tem problema de olho, ela foi perseguida, ela teve os olhos arrancados na história… a Igreja é linda!
PB: Então, a cidade pode ser muito explorada no turismo e o povo está carente disso, sabe?
HL: As pessoas querem, ainda mais depois de uma pandemia, todo mundo quer se reunir, quer ir para a rua.
PB: Nós apoiamos o Carnaval, ele até não foi iniciativa da Prefeitura esse ano, foi iniciativa de uma associação, teve apoio dos comerciantes, a Prefeitura apoiou bastante e a gente viu a carência que estava, nós recebemos quase 20 mil pessoas. Nós temos lá blocos tradicionais, blocos lá que tem mais de 50 anos de existência, e aí o povo foi para a rua, esse ano os hotéis nossos ficaram lotados, o comércio aquecido.
HL: E você vê criança, você vê idoso, você vê adulto.
PB: O clima é outro
HL: É o pertencimento. A pessoa não precisa ir para Belo Horizonte, que é um mega carnaval, ela fica lá na cidade dela.
PB: Na sexta de carnaval o clima já estava outro, a gente estava vendo o pessoal vindo de fora. A gente acaba conversando e pergunta “você é de onde?”, e aí diversas cidades de Minas, Itabirito, São José da Lapa, Confins, outras cidades mais longes, Montes Claros.
HL: Aquele carnaval ali de família, não teve nenhuma ocorrência policial.
PB: Não teve nenhuma ocorrência policial dentro dos eventos. Houve revista nos dois eventos, nós tivemos uma grande parceria da Polícia Militar, a gente contratou aquele sistema, o mesmo sistema que teve em Belo Horizonte, de identificação facial, então, assim, tivemos nos 2 polos, tanto em Santa Luzia, na região central da Matriz, quanto na Praça da Juventude, na região de São Benedito, ali no Christina. Então, é importante isso para o Município.
HL: É possível fazer grandes festas.
PB: Já estamos ‘bolando’ um grande arraial, sabe? Vamos fazer um arraial para ‘quebrar o pau’, nós temos muitas quadrilhas…
HL: Tem semana santa, tem o Festival de Gastronomia.
PB: Nós vamos incentivar para que isso aconteça.
HL: E a cidade é linda, né? A cidade é longa, assim, ela tem ruas, aquelas ruas estreitas, as curvas de Minas, as montanhas e é pertinho de Belo Horizonte, então, tem todo um potencial aí que você pode explorar e muito.
PB: É colada em Belo Horizonte. Eu acho que é isso, a gente falar, chamar as pessoas para Santa Luzia, a gente tem a Feira do Palmital, por exemplo, tradicionalíssima, cada coisa gostosa, tem artesanato, vai do artesanato ao eletrônico, a comida, a música, e, assim, a gente tem que voltar a fazer ela ser grande, sabe como é? Eu vejo que no ar dos anos ela foi perdendo a força, e a Prefeitura está com esse foco agora de apoiar, impulsionar para que ela volte a ser uma grande potência.
HL: E ter identidade, as pessoas quererem estar lá.
PB: Nós temos que replicar que nossa cidade é maravilhosa, que nossa cidade é linda, para as pessoas quererem ir para lá. Toda cidade tem problema, não tem cidade perfeita no Mundo, isso não existe. Só que a gente tem que replicar as coisas boas que nós temos, se a gente falar só sobre as coisas ruins, a marca da cidade vai ser que é uma cidade ruim de se viver, quando na verdade é o contrário. Nós temos problemas? Claro, não tem como anular que nós temos problemas, mas nós temos que mostrar as coisas boas que nós temos para que a nossa cidade tenha uma visibilidade boa lá fora, para que as pessoas queiram ir para lá ear, queiram ir para lá investir, é isso que a gente quer, é essa visão que nós queremos para Santa Luzia.
HL: A gente vê todo mundo querendo ir para a Europa quando tem ineditismo em Santa Luzia, coisas que a gente nem sabe que existe.
PB: Eu falo lá, eu sempre posto “Santa Luzia maravilhosa, o Palmital é maravilhoso, é lindo, venha conhecer!”
HL: Eu estou adorando essa entrevista, tem tanta coisa boa para falar, sabe? Tem uma outra coisa, assim, maravilhosa, que eu acho que você também pode replicar isso para o país inteiro, essa necessidade, que é colocar educação financeira na escola. Eu sinto falta disso como adulta, porque se você cria essa cultura desde criança, que você tem que economizar, que você tem que guardar um tanto de dinheiro, que você já tem que começar a pensar na sua aposentadoria, separar um pedaço do salário todo mês, não gastar tudo que ganha… você está implantando educação financeira nas escolas, Paulo, que maravilha isso! Lá fora tem isso direto nas escolas, aqui também a gente precisa.
PB: Assim, a gente tem focado muito na educação. Eu acho que educação é o pilar e a gente tem focado muito em parcerias. Eu acho, assim, o Governo é o que eu te falei, o Governo tem que ser parceiro do privado, eu acho que a gente pode ir muito mais longe se nós tivermos juntos. A gente tem uma parceria que é com o Sicredi.
HL: É uma cooperativa de crédito, que é uma cultura maravilhosa também, na cooperativa, todo mundo ganha, não é só o acionista.
PB: O Sicredi está entrando como parceira com a gente nesse projeto, vão disponibilizar os professores e nós vamos fazer esse curso de educação financeira, vai ser ótimo
HL: Ele vai começar em qual nível?
PB: Nós já estamos para começar e vai ser do pequenininho ao grandão. Lógico que o método de trabalhar é diferente, com o pequeno você vai trabalhar uma coisa mais lúdica, e com o ensino fundamental aí já é propriamente dito mesmo, é economia etc. Só que não é só isso, nós estamos com diversos projetos, nós vamos implantar o bilíngue.
HL: Ah é? E como vai ser? Vai ser desde o Ensino Fundamental, desde o berçário?
PB: Se eu não me engano, vai ser do primeiro ao nono, então nós já vamos iniciar o bilíngue.
HL: Ele já começa a aprender inglês lá dos 7 anos de idade, 6 anos.
PB: Nós já estamos, também, para começar uma parceria com o Senai para poder iniciar os cursos de robótica.
HL: Também está sendo muito demandado.
PB: Então, assim, a gente quer ocupar a mente dessa meninada, porque a gente sabe que a gente tem que possibilitar a eles aprenderem e, também, ocupar o tempo deles com coisa boa.
HL: Estimular a cabeça deles a quererem participar dessa indústria 4.0, tanto na indústria quanto no agronegócio, quanto no comércio, tem várias oportunidades, mas o pessoal tem que estar preparado.
PB: Com certeza. Estamos com um projeto de ampliar a rede de Ensino integral, hoje só tem uma escola que é… eles deram nome para ela de integral integrada. A criança, uma vez por semana, tem uma aula no contraturno, então ela é pega na escola dela e levada para um espaço maior, é uma escola até grande, que tem piscina, tem quadra etc. leva a criança uma vez por semana e a gente quer ampliar. A gente quer que esse trabalho continue, mas que a gente consiga na própria escola da criança, que ela consiga ar a manhã e à tarde, de manhã no ensino regular e à tarde em alguma atividade. Por exemplo, essa das aulas de economia, ou da aula de robótica, ou da aula de inglês, então nós já estamos focados, nós vamos pegar umas 2 ou 3 escolas para a gente startar um piloto e aí depois a gente vai ampliar para as demais.
HL: Nossa, muito legal. Paulo, assim, Santa Luzia realmente tem várias outras questões para ver, eu vejo também que você vai lá na UPA, está começando a fazer reforma, a área da Saúde também é nevrálgica, não é só em Santa Luzia, é em qualquer lugar, né, você já começou também trabalhando, dando o recado que queria pessoas trabalhando, né, teve uma questão que acho que a gente não pode deixar de falar, do posto, do médico que foi demitido, você resolveu que não dava, tem que ter todo mundo junto. Como está essa questão agora? Conta um pouco para a gente o que você tem delineado também na Saúde.
PB: Olha, nós já começamos as reformas em todos os postos de saúde. Mesmo postos que tinham sido construídos recentemente, por exemplo, a UBS do bairro Catumbi, uma outra do bairro Industrial Americano que deve ter uns três anos que está em pé, e a do Catumbi que tem 2 meses, estava uma situação alarmante de reforma urgente. Essa do Catumbi, por exemplo, foi inaugurada em novembro ou dezembro e o posto está com tudo caindo. Então, assim, nós já entramos diretamente com a reforma de todos esses postos, mesmo com a dificuldade financeira, falei “gente, não sei de onde vocês vão tirar dinheiro, mas eu preciso reformar esse posto, não tem como nós atendermos as pessoas aqui da forma que está”, era pisos todos quebrados, telhado, em alguns, cheio de goteira, em outros tudo descascado, parede descascadas, calor absurdo, inclusive, assim, nós vamos climatizar todos os postos, nós vamos reformar todos os postos trocando pisos, telhado, caixas d'água, porque eu não sei quando foi a última vez que teve uma vistoria. Então, assim, nós já de imediato tivemos essa iniciativa, as nossas UPAs, que é um complicador muito grande, nós também já autorizamos as reformas na UPA sede, essa semana nós instalamos um raio X novo, moderno, que nós não tínhamos, na UPA São Benedito também já está tendo uma reforma. Agora, é mudança de paradigma, não adianta as pessoas acharem assim que de hoje para amanhã nós vamos resolver todos os problemas, porque não vamos. Para a UPA São Benedito nós já autorizamos a contratação de mais médicos, porque a demanda eu sei que é maior do que na UPA da parte alta. Por que a UPA de São Benedito tem uma demanda maior? O sistema de saúde é um sistema único de saúde, já fala SUS, e aí a gente recebe pessoas de outras cidades para serem atendidas lá, eu tenho uma demanda enorme de pacientes de Vespasiano que vão ser atendidos na UPA São Benedito, eu tenho uma demanda enorme de moradores de Belo Horizonte que vão ser atendidos em São Benedito.
HL: Bairros mais próximos ao São Benedito, né.
PB: Juliana, Jaqueline, Canaã, as pessoas vão ser atendidas no São Benedito. Então, assim, a UPA São Benedito constantemente fica cheia, é muito difícil chegar lá e não estar cheia, mas nós conseguimos reduzir muito o tempo de espera e nós já ampliamos o número de médicos já.
HL: Estão em quantos médicos lá agora?
PB: Nós contratamos mais clínicos, né, a gente já tem uma equipe de clínicos, sempre tem ortopedistas e um pediatra.
HL: Que são as maiores demandas, né?
PB: Ortopedista, pediatra e emergência. Então, assim, a gente já estava com a equipe completa, e deve ter dois ou três dias, nós já colocamos mais clínicos gerais, só que a demanda é muito grande e eu acho que as pessoas começam a ter uma cadeia de comunicação, que as pessoas começam a falar “pode ir lá no São Benedito que lá o atendimento está sendo rápido”.
HL: “A minha cidade não está tão eficiente assim, deixa eu ir lá no São Benedito”.
PB: As cidades da região metropolitana, muitas e muitas pessoas têm sido atendidas na UPA do São Benedito, e acaba que enche.
HL: Ou seja, precisa também de um movimento com as cidades vizinhas, dos prefeitos, para discutir essa questão da Saúde.
PB: A gente sabe que tem muito a melhorar, é uma demanda que nós estamos preocupados, nós estamos aplicados nela e que nós estamos tentando buscar iniciativas para poder minimizar esses problemas.
HL: Tem um orçamento separado para saúde que vai precisar ter agora para acabar… acabar com fila não vai, mas amenizar essa situação? Você pensa em construir mais UPAs, descentralizar o atendimento de uma ou outra, como está esse pensamento?
PB: Nós estamos fazendo um estudo para que a gente possa transformar um posto de saúde, que ele é maior, na região do Palmital, talvez em uma UPA, e aí nós teremos três UPAs, e está em estudo.
HL: Mas é um investimento alto?
PB: É um investimento alto, ou talvez nós ampliarmos a UPA São Benedito. Então, nós estamos estudando onde nós vamos atender melhor, o que vai ser mais viável e mais rentável para o município, esse estudo está acontecendo. Agora, nós temos algumas obras do PAC que estão pré-autorizadas.
HL: Vocês vão ter recursos já garantidos…
PB: Para um outro tipo de serviço, que é uma policlínica, por exemplo, que já tem mais de R$ 30 milhões autorizados.
HL: Vocês querem começar esse trabalho da policlínica ainda esse ano?
PB: Depende de quando a gente receber o dinheiro do Governo.
HL: É, porque tem que licitar, né, o dinheiro tem que estar carimbado lá e sair a do Presidente.
PB: E aí já é um outro tipo de trabalho, a policlínica é para diversas especialidades e ela é regional, então nós vamos atender mesmo a população da região.
HL: Mas aí também evita de a pessoa ter que ficar se deslocando para Belo Horizonte, que também já tem uma demanda enorme, e é atendida lá.
PB: Agora, nós temos feito um trabalho muito de conscientização, também, com as pessoas para que procurem os postos de saúde. Os postos de saúde, hoje, em Santa Luzia, funcionam até às 19 horas, então, assim, é de 8 às 19, e das 17 horas para frente os postos estão ficando vazios e tem médico até as 19 horas. Então, assim, a pessoa pode ir ao posto, as pessoas talvez enchem as UPAs, mas talvez uma coisa que seja uma dor de garganta, uma gripe…
HL: Que a pessoa não está com urgência e emergência, né.
PB: A gente recomenda que as pessoas procurem os postos, tem médico até 19 horas, então a gente acaba criando uma cultura também. As pessoas já têm aquela mentalidade de “ah, estou ando mal, vou para a UPA”, e aí, talvez, tenha coisas muito mais graves que a gente poderia estar tratando na UPA e aí a gente vai tratar uma gripezinha que poderia ser tratada no posto. Então, assim, isso é mudança de cultura mesmo, e os postos são descentralizados, tem posto na cidade inteira.
HL: É, não precisa ir para a UPA, que já tem uma concentração enorme de pessoas, né. Mobilidade, eu ia muito à Santa Luzia e eu via que a gente tem um problema enorme também, porque a rodovia 262 acontece acidente e tem que ter obra. Como vocês estão fazendo? O Rodoanel é um assunto que já está aí numa expectativa enorme de sair, um sai não sai, o que você está vendo que dá para fazer para melhorar a vida da pessoa que vai para Belo Horizonte trabalhar e volta para Santa Luzia todo dia? Ela está perdendo quanto tempo no ônibus?
PB: Perde muito tempo.
HL: Umas 2, 3 horas, né.
PB: Fora o preço. A agem de Santa Luzia/Belo Horizonte hoje é um absurdo, é R$ 10, a pessoa para ir e para voltar vai gastar R$ 20 por dia. Eu tenho falado constantemente sobre isso nas reuniões que a gente tem tido no Governo do Estado, na reunião que nós tivemos com Mateus Simões, vice-governador, falei sobre esse tema, semana ada tive uma reunião com Pedro Bruno, Secretário de Infraestrutura, falei com ele desse tema. O Governo do Estado tem que pensar numa forma de subsidiar uma parte dessa agem, o trabalhador pagar R$ 20 para ir para Belo Horizonte, essa realidade tem que mudar.
HL: Se ele ganha um salário-mínimo e meio…
PB: Na verdade, como é de responsabilidade do contratante a agem, ele para de contratar, ele fala assim “de Santa Luzia eu não vou contratar mais não, vou pagar R$ 20 por dia para o meu colaborador”, e aí ele já não contrata. Então, assim, o Governo do Estado tem que pensar dessa forma. Em Santa Luzia, a gente subsidia parte da agem. Hoje, quem anda internamente no município paga a agem no valor de R$ 2 para ir de onde ele quiser onde ele quiser, e aí para facilitar mais nós criamos uma linha que o cara vai lá do Kennedy, que é lá no final do Centro Histórico, até o Zero Hora, no portal de São Benedito. O cara atravessa a cidade com R$2. Então, nós criamos essa linha esse ano, facilitou muito, porque às vezes a pessoa da região da baixada quer ir à avenida Brasília fazer uma compra.
HL: Ela precisa se deslocar na cidade, e aí chega domingo não é cobrado.
PB: Domingo tarifa zero, só que nós ampliamos as linhas. (risos) Eu falava na campanha muito isso “não adianta, vocês criaram a tarifa zero, mas no domingo o ônibus é zero também”. Então, assim que nós entramos nós ampliamos as linhas tanto da semana quanto as do final de semana, mantivemos o preço de R$ 2, domingo gratuito e criamos essa linha que atravessa a cidade. Com R$ 2, hoje, o nosso morador atravessa a cidade. O Governo também tem que pensar numa iniciativa nesse sentido.
HL: Você está conversando com o Governo do Estado aí para…
PB: Eu falo muito. Toda oportunidade que eu tenho, se tem mais prefeitos ou tem alguém das pastas responsáveis, o Vice-Governador, que já participei de algumas reuniões, um Secretário, eu falo assim “cara, vocês têm que conversar sobre o valor da agem, tem que mudar”. Em relação à agilidade para chegar em Belo Horizonte, nós já temos um recurso, que está em caixa, da construção do BRT na região da parte alta de Santa Luzia.
HL: Já tem um dinheiro carimbado para isso?
PB: Nós estamos tendo um pouco de dificuldade, porque a obra do BRT seria ao fundo da fazenda Boa Esperança e a fazenda é uma área tombada, então nós estamos em conversas com Ministério Público, com o Governo do Estado para ver se a gente consegue essa autorização para que seja construído nessa parte ao final da fazenda.
HL: Aí é um processo mais longo, né.
PB: Na verdade tombou o entorno, né, e aí o entendimento que a gente tem é que a área onde que vai ser construído o BRT não vai afetar muito na questão do tombamento em si, do acervo em si, porque está ao fundo o acervo, a casa antiga.
HL: Não atinge a casa, não vai comprometer a estrutura da casa.
PB: Então, nós estamos nesse processo de negociação, porque eu acho que essa obra vai ser muito importante, é uma obra vultuosa de valor financeiro, vai economizar em torno de 20 a 30 minutos o tempo do deslocamento da pessoa até o centro de Belo Horizonte. Então, assim, o meu entendimento é que é uma obra que nós não podemos perdê-la.
HL: Tem que ser nesses anos agora, tem que destravar. Tem algum sonho seu, assim, para Santa Luzia que você quer que comece nesse seu governo?
PB: Santa Luzia, um dos nossos sonhos desde a época de campanha é a gente criar o Centro de Referência à Pessoa com Deficiência. Nós chegamos, no início da entrevista, a falar sobre esse assunto, eu quero fazer um grande Centro, nós estamos buscando recursos, parceria com Deputados, com o Governo, a gente quer fazer um grande Centro de atendimento de todas as especialidades. É um projeto a longo prazo, nós já temos alguns orçamentos em mão, então a gente quer fazer isso. E em paralelo a isso, um sonho que a gente tem também é a canalização do córrego lá do bairro Palmital.
HL: Não é canalizado até hoje?
PB: Não sei se você acompanhou as chuvas que nós tivemos lá, onde as pessoas perderam suas casas, perderam as suas coisas, perderam sua história, parte da sua história, aquilo ali acontece constantemente.
HL: Todo ano que tem chuva, pode esperar que você vai ter dor de cabeça.
PB: Constantemente. Então, assim, nesse novo PAC nós vamos apresentar um projeto de canalização, é uma obra de algo em torno de R$ 30 milhões. Pareado a isso, a gente já está com a construção iniciada de 200 unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida, porque a gente quer fazer um projeto em paralelo. A gente desocupa, a gente encaminha as famílias para essas casas e a gente entra com o projeto de canalização.
HL: E resolve aquele problema.
PB: Resolve em definitivo, porque a gente não aguenta, aquelas famílias não aguentam aquilo mais, e a gente como ente público também, eu não aguento mais aquilo, sabe?
HL: Olhar aquilo e falar “gente, não é possível que alguém pegue aqui e não resolva isso”.
PB: Não é no sentido de não querer dar isso para as famílias, para mim é o maior prazer estar lá junto com eles ajudando a reconstruir a casinha, a reconquistar as coisas, mas a gente tem que dar solução. É um problema de anos que está se arrastando.
HL: Não é que aconteceu, de repente, uma chuva forte.
PB: Nós vamos cadastrar no PAC agora e eu vou falar com você, assim, eu vou brigar os 4 anos do meu mandato para que isso saia do papel. Já falei com ministro, com deputado, com o Governador, com todo mundo que eu tenho contato, “cara, me ajuda a mudar aquela realidade ali”. Todos os anos nós vamos deixar acontecer aquilo com aquele povo ali? Então, assim, é um objetivo meu. Se nós vamos conseguir, não sei, mas que eu vou lutar até minhas últimas forças para poder resolver em definitivo aquela situação, nós vamos lutar.
HL: Isso é dignidade humana, isso também é inclusão, não é, Paulo, é uma coisa que não dá para fechar os olhos, todos os anos a gente tem chuva, já sabe que aquilo ali vai acontecer.
PB: E, assim, machuca, dá vontade de chorar, as crianças ali… eu tenho uma história que eu até publiquei na minha rede social, porque eu achei coisa de Deus mesmo. Tinha uma menina que estava grávida, e aí no dia da chuva ela tomou um susto e aí foi para a casa de um parente, e da casa do parente foi para o hospital, o neném nasceu. Aí, há uns 15 dias que eu estive lá, na semana ada, porque nós temos ido constantemente, nós conseguimos doação de mantimentos, materiais de limpeza, semana ada foi colchões, e aí eu estive lá e a menina estava com a neném no colo, aí eu achei chique demais e falei “essa é a neném?”, e ela falou “é, Paulo, você acredita que naquele dia, no susto eu fui para casa de um parente e no outro dia ela nasceu”. Então, assim, apesar de toda a dificuldade, é uma coisa que marca a gente.
HL: A vida continua, não é? A vida, mesmo com esses problemas, continua, e aí você como Prefeito, eu acho que você tem a missão de dar uma vida melhor para essa criança que vai fazer parte da cidade.
PB: Eu estou com esse projeto em foco, eu quero dar uma solução para aquele povo, quero mesmo, estou empenhado nisso, nós estamos trabalhando muito para isso e nós vamos nos empenhar para que nesse PAC, agora, a gente seja contemplado.
HL: É pegar no pé mesmo, é isso aí que você está fazendo, botar a boca no trombone. Paulo, nossa, a gente já está acabando, acredita?
PB: A conversa foi rápida demais (risos)
HL: (risos) Mas, assim, tem mais alguma coisa que eu não falei que você ainda tem no seu escopo de começar?
PB: A gente quer mudar a visão de Santa Luzia para fora, sabe? Eu sou apaixonado por Santa Luzia e eu não gosto quando falam mal da minha cidade, é aquele negócio de se defender e tal. Então, a gente quer mudar esse paradigma, mudar esse panorama, a gente quer que as pessoas tenham outra visão da cidade. Então, é o que eu falo, vou repetir, não existe cidade que não tem problema, mas a gente quer criar solução, fazer a cidade ser bonita, atrativa, que as pessoas queiram ir lá conhecer Santa Luzia. Uma outra oportunidade que nós vimos no radar e nós abraçamos, é que Santa Luzia vai se tornar a casa do futebol feminino em Minas Gerais.
HL: Ah é, menino, a gente não falou sobre isso. Você está levando, levou o campeonato de drift para lá, daqueles carros de corrida, agora o Campeonato Feminino de Futebol.
PB: Os jogos da Série A do futebol brasileiro vão acontecer em Santa Luzia, porque o time do América Mineiro vai sediar os jogos em Santa Luzia, o América Feminino, da primeira divisão.
HL: Eu vi você com a camisa do América.
PB: Nós temos a possibilidade de receber times do Brasil inteiro, é Corinthians, Botafogo…
HL: As comissões técnicas têm todas que ir para lá, porque os jogos acontecem lá na Arena.
PB: Na arena Frimisa, no Frimisão.
HL: Está bom o estádio? O gramado está legal?
PB: Estamos reformando-o todo. Quando a gente viu que tinha a possibilidade de fazer uma parceria dessa, é o que eu falo, Santa Luzia tem que ser grande, a gente tem que pensar grande. Em diversos outros momentos em Santa Luzia, aram oportunidades por lá e a cidade deixou-se perder, e eu não vou perder essas oportunidades não. Quando eu tiver que ter alguma coisa que vai trazer visibilidade para o meu município, eu vou levar. As grandes emissoras vão transmitir os jogos de futebol feminino da Série A, e aí Santa Luzia vai estar no radar. Então, na hora que eu vi essa oportunidade, eu falei assim “opa, vai ser aqui, não preciso conversar com mais ninguém, vai ser em Santa Luzia”. E, assim, as atletas já estão treinando lá, o Centro de Treinamento do América de Futebol Feminino é em Santa Luzia.
HL: Já vira polo, aí os patrocinadores olham, veem que está tendo repercussão e vai canalizando, né. Você teve que gastar muito para reformar o estádio?
PB: A reforma vai ficar algo em torno de R$ 200 e poucos mil.
HL: E olha só o retorno você vai ter disso.
PB: Mas é uma reforma que já precisava, independentemente de qualquer coisa. Os bancos de reservas estavam caindo aos pedaços, os vestiários caindo aos pedaços, não tinha um chuveiro decente, não tinha vasos decentes, tinham algumas partes lá que o teto estava caindo, a arquibancada era toda aberta, nós vamos fazer uma parte, agora, que vai ser coberta, para dar um pouco mais de conforto para o luziense, porque não é só esses jogos que vão ter lá, os jogos da nossa Liga Municipal acontecem lá, outros jogos importantes acontecem lá, então, assim, já precisava.
HL: Aí daqui a pouco ele entra no radar do Estadual, do Brasileiro Masculino.
PB: Já tem outros clubes da série A que já estão nos procurando para poder mandar os jogos lá do sub-20, e grandes clubes.
HL: Porque é fácil o deslocamento.
PB: A gente tem que colocar Santa Luzia no radar, se nós temos essa oportunidade, nós vamos deixar se perder?
HL: Por que, né? Se não é tanto que vai desfalcar o orçamento.
PB: Esses dias nós tivemos uma reunião para tratar sobre o Rio das Velhas, o pessoal da bacia, e aí diversos municípios discutindo a realização de um seminário que vai ter, e aí eu entrei na briga e falei “vai ser em Santa Luzia, o nosso teatro está à disposição, pode convidar os Prefeitos da região, de todas as mais de 50 cidades que vão participar para poder vir aqui. O Rio das Velhas está em Santa Luzia, vamos trazer a discussão para cá”. É fomentar, mostrar que a cidade existe, colocar ela no radar, sabe? Santa Luzia tem muito potencial e a gente tem que explorar esse potencial e mostrar a Santa Luiza para o mundo.
HL: É isso mesmo. Paulo, parabéns, viu, estou animada.
PB: A gente é muito empolgado, é vontade.
HL: O olho brilha, você quer botar a cidade aí no topo e não tirar mais de lá, é isso mesmo, é assim que vai criar cultura e vai inspirar as novas gerações também a quererem fazer o mesmo pela cidade. Parabéns!