DESAPARECIMENTO

Episódio 5 - Chacina de Angueretá: O desaparecimento do taxista

Agente foi apontado como responsável por sequestro e execução de motorista de táxi para ficar com carro da vítima

 

Ao contrário do propagado pelos defensores de tal prática, que exaltavam (e ainda exaltam) uma espécie de limpeza social com o sumiço de supostos bandidos perigosos da antiga cadeia de Sete Lagoas, entre as prováveis vítimas da Chacina de Angueretá, não havia nenhum condenado por crime grave.

Investigação iniciada a partir do encontro de 19 crânios em duas cisternas, nos anos 1970, mostrou que entre o grupo levado por PMs para provavelmente ser assassinado em uma fazenda, havia suspeitos de pequenos furtos, pessoas envolvidas apenas em brigas e mesmo trabalhadores sem nenhuma acusação.

A maioria desapareceu após contato com policiais militares. Algumas vítimas seriam desafetos dos agentes de segurança. Esses sim suspeitos de delitos diversos, como extorsão e falsificação de documentos, mas que contaram com o apoio de políticos, inclusive ganhando cargos e aposentadoria em empresa pública. 

Um desses PMs inclusive foi acusado de sequestrar e matar para roubar e vender carros das vítimas. Descobrimos durante a produção do podcast “A Chacina de Angueretá” que uma das vítimas seria o taxista Jair Pereira Barbosa. Ele foi visto com vida pela família pela última vez quando saiu de casa dizendo que iria se encontrar com um cabo da PM que trabalhava na cadeia de Sete Lagoas. 

O policial havia dito que tinha um comprador para o carro do taxista. Seria um fazendeiro da região. Assim como Jair, o carro nunca mais foi visto. Em busca de respostas, parentes dele sofreram perseguições de policiais.

👉🏻 O podcast 'A Chacina de Angueretá' é uma produção de O TEMPO. A reportagem completa está disponível em aqui

O espaço permanece aberto para manifestações de instituições e familiares das pessoas citadas. Informações sobre os crimes em Angueretá podem ser enviadas para [email protected].