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Episódio 4 - Chacina de Angueretá: O papel da PM na execução e ocultação de cadáveres

Policiais militares mataram pessoas a pedido de fazendeiros e, depois, usaram propriedade rural para executar e desovar desafetos, segundo apuração

 

No quarto episódio do podcast “A Chacina de Angueretá”, contamos que o fazendeiro José Luís Figueiredo teria ficado paranoico após ser vítima de tentativas de assassinato, em uma guerra contra um vizinho e primos, na segunda metade dos anos 1960. Conhecido como Zé Figueiredo, ele veria pistoleiros por todos os lados. Gente encarregada de matá-lo. 

Isso teria levado o dono da Fazenda Porto Mesquita, em Angueretá, distrito da região Central de Minas Gerais, a formar um pequeno exército de jagunços, que incluía parentes e policiais militares. Essa foi a conclusão de investigação iniciada após a descoberta de 19 crânios em duas cisternas da propriedade, em 1975. 

Ainda hoje moradores da região contam que Zé Figueiredo ou a ver qualquer estranho como inimigo. Por isso, quem não morasse no distrito e por lá aparecesse repentinamente poderia acabar sequestrado, executado a tiro e jogado em um dos pontos de desova.

As investigações apontaram a antiga rixa de Zé Figueiredo com um vizinho como origem da matança, mas não atribuíram todas as mortes à desavenças. Inquéritos da Polícia Civil mostraram que, após ao menos três assassinatos ligados diretamente ao dono da Porto Mesquita, PMs que agiam como jagunços receberam autorização para usar suas terras como ponto de desova. 

👉🏻 O podcast 'A Chacina de Angueretá' é uma produção de O TEMPO. A reportagem completa está disponível em aqui.

O espaço permanece aberto para manifestações de instituições e familiares das pessoas citadas. Informações sobre os crimes em Angueretá podem ser enviadas para [email protected].