Produção original Globoplay, a novela “Guerreiros do Sol” estreia nesta quarta-feira (11) na plataforma de streaming e também no canal pago Globoplay Novelas (antigo Canal Viva). Com 45 capítulos, a trama é apresentada como uma história de amor, vingança e resistência “livremente inspirada no universo do cangaço”, diz George Moura, que assina o folhetim com Sergio Goldenberg. A direção artística é de Rogério Gomes.

“Guerreiros do Sol” gira em torno de Rosa e Josué, interpretados, respectivamente, por Isadora Cruz e Thomás Aquino. Os dois sertanejos se apaixonam e se tornam um dos casais de cangaceiros mais famosos da história. A novela, explica Moura, “mergulha profundamente no sertão do Nordeste dos anos 1920 e 1930 para contar a história de amor” desses personagens. 

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“É uma história de amor que acontece no meio de uma guerra, e essa guerra é a guerra das contradições do Brasil de ontem e do Brasil de hoje. A gente, ao contar essa história, está trafegando numa narrativa audiovisual que é a narrativa do cangaço, que tem uma característica muito peculiar: ela é extremamente local e extremamente universal”, afirma o autor.

“O Josué é um cara íntegro, amável, um cara de palavra, é um homem batalhador e que se vê, de repente, em uma rixa com o Coronel Elói”, explica Aquino, referindo-se ao personagem interpretado por José de Abreu. Os dois vão disputar o amor de Rosa e, nessa rivalidade, o coronel decide se vingar e provoca uma tragédia: a morte do pai do seu rival. Em busca de justiça, Josué e os irmãos – Arduíno (Irandhir Santos), Crispino (Ítalo Martins) e Sabiá (Vitor Sampaio) – se unem ao bando do cangaceiro Miguel Ignácio (Alexandre Nero).

Segundo Thomás, que é pernambucano, após esse episódio, Josué entra numa cegueira, em busca de vingança, e Rosa “salva a estrutura desse homem”, que é inspirado em Virgulino, o Lampião. “Eu estou muito feliz, sou muito abençoado em poder representar um personagem baseado nessa figura histórica”, comenta ele, que acredita que este é um dos trabalhos mais importantes da sua carreira. Atualmente, o ator também pode ser visto em “Vale Tudo”, na pele do jornalista Mário Sérgio.

Mulher guerreira

“Eu acho que o diferente na novela é que não é a história de Maria Bonita e Lampião”, defende Isadora Cruz, que interpreta Rosa, a protagonista de “Guerreiros do Sol”, que também é a narradora dos fatos. Apresentada como “uma menina que não se conforma, uma sonhadora”, a atriz revela que a personagem é inspirada nessa mulher que se tornou um símbolo do cangaço brasileiro, principalmente por sua força, mas que ganha novos contornos na novela.

“Poder interpretar a Rosa foi um grande presente pra mim, como nordestina, paraibana, que cresci com esse arquétipo da Maria Bonita, da mulher guerreira, forte, que toma conta da sua família, mas que batalha para ter o seu próprio destino. É muito bonito ter a possibilidade de ar uma nova mensagem, porque em 1920 era uma época em que não existia muita sororidade entre as mulheres, isso não era algo comum, e as mulheres eram vistas como competidoras, como rivais”, explica Isadora.

A atriz também comenta a novidade de também ser a narradora da trama. “Acho que o George Moura e o Sergio Goldenberg terem escolhido uma narradora, uma mulher, para contar a história de um universo tão masculino, tão violento, sangrento, é realmente buscar um olhar mais sensível, mais sensitivo, para uma história tão animalesca, tão brutal”, destaca Isadora Cruz.

Tema importante na formação do Brasil

Sergio Goldenberg – que assinou com George Moura “O Canto da Sereia (2013), o remake de “O Rebu” (2014), “Onde Nascem os Fortes” (2018), além de outras produções – defende que o cangaço, retratado em “Guerreiros do Sol”, “é um tema muito importante na formação do Brasil”. “A gente tem muito o que falar do cangaço para entender o país que a gente vive. Um aspecto importante é de como de alguma forma a gente reforçou, aumentou, expandiu, o papel das mulheres no cangaço. E isso foi a forma que a gente encontrou de ter um olhar crítico permanente para aqueles tempos, que eram tempos de muita violência, de uma sociedade patriarcal, com alguns aspectos muito arbitrários”, salienta o autor.

Goldenberg também destaca o fato de a história ser narrada pela personagem de Isadora Cruz. “Rosa tem esse olhar límpido sobre tudo o que acontece. Então, ela tem diálogo permanente com o telespectador, e isso é muito importante para ter essa clareza do que foram esses tempos”.

Já George Moura fala do diferencial da produção. “‘Guerreiros do Sol’ é uma história romântica, é uma história de irmandade, de mulheres fortes, mas é uma história também que quer dizer que ninguém é somente bom, nem ninguém é somente ruim. Há as contradições humanas que estão feitas no cangaceiro. O universo do cangaço tem o Eros (vida) e o Thanatos (morte). Então, eu acho que tem a fusão dessas coisas todas”, analisa.

“Guerreiros do Sol” será exibida no Globoplay e no Globoplay Novelas. No serviço de streaming, serão liberados cinco capítulos por semana, sempre às quartas-feiras. No canal linear, os capítulos serão exibidos de segunda a sexta-feira, às 22h40, com reapresentação do capítulo de sexta no sábado.