ENTREVISTA

Juliana Martins comemora volta às novelas e diz que não optou por se afastar

"Estava morrendo de saudades de fazer uma novela inteira", diz atriz

Por Folhapress/ANA CORA LIMA
Publicado em 29 de maio de 2025 | 16:27

Juliana Martins interpretou Bella, a primeira protagonista da novela teen "Malhação", em 1995. Ela também foi Suely em um dos clássicos mais assistidos da Globo dez anos antes, "A Gata Comeu". Agora, prestes a completar 40 anos de carreira, a atriz está de volta à teledramaturgia.

"Estava morrendo de saudades de fazer uma novela inteira", diz a atriz, que entra em "Dona de Mim" nos próximos capítulos. Na trama de Rosane Svartman, ela vai dar vida a Patrícia, uma mulher sensual e inteligente, mas de caráter duvidoso.

Juliana também vibra ao detalhar o monólogo que vem apresentando pelo Brasil afora, sobre a liberdade da mulher. "Vivi um casamento monogâmico dos 20 aos 39 anos e, quando me separei, resolvi viver todas as experiências que não tinha vivido até então", diz. "Me meti em muitas roubadas, e todas elas viraram histórias da peça."

Aos 51 anos, ela diz que agora está solteira. "Estou sempre pulando de uma paixão para outra. Sempre apaixonada -e exausta. A paixão cansa, né? Eu precisava ter mais tranquilidade, e está gostoso. Estou aprendendo a ficar sozinha", explica. Confira abaixo a entrevista com a atriz.

Juliana, você foi a primeira protagonista de "Malhação", há 30 anos, sendo que dez anos antes foi a sua estreia na novela "A Gata Comeu". Agora vem um convite para trabalhar em "Dona de Mim". Você gosta dessas datas fechadas?

JULIANA MARTINS - Acho que é destino mesmo (risos). Ano ado, eu fiz uma oficina na Globo para jovens galãs e éramos três atrizes que contracenavam que esses rapazes selecionados para aumentar o acervo de elenco. Foi uma experiência bem bacana e, aí, o Giovani Barros [produtor de elenco] me fez o convite. Lógico que aceitei. Estava morrendo de saudades de fazer uma novela inteira [a última personagem sem ser participação foi em "Geração Brasil" (2014)].

Quem é a sua personagem na novela de Rosane Svartman?

Patrícia é irmã do Ricardo, interpretado por Marcos Pasquim. Ela é um mulher charmosa, sensual, inteligente e que chega na fábrica de lingerie Boaz para confundir as contas, atrapalhar o setor financeiro da empresa. Não é uma pessoa ética, vai se apaixonar pelo Jaques (Marcello Novaes) e o que acontecerá mais pra frente ainda vou descobrir.

Você também está com um monólogo no teatro, pode contar um pouco sobre ele?

JM - Sim, ele se chama "O Prazer é Todo Nosso" e fala sobre a liberdade da mulher. O texto não é meu, mas tudo ali faz parte da minha vivência. Vivi um casamento monogâmico dos 20 aos 39 anos e, quando me separei, resolvi viver todas as experiências que eu não tinha vivido até então. Me meti em muitas roubadas e todas elas viraram histórias que, costuradas com as narrativas de algumas amigas, formaram o texto da peça.

E como está o seu status de relacionamento agora?

JM - Estou solteira e bem em paz. Na verdade, eu sou casamenteira, gosto da vida a dois e estou sempre pulando de uma paixão para outra. Sempre apaixonada e exausta. A paixão cansa, né? Eu precisava ter mais tranquilidade e está gostoso. Estou aprendendo a ficar sozinha.

Ser a primeira protagonista da "Malhação" mexeu com a sua cabeça na época?

JM - Não. Eu tinha 20 anos e era uma pessoa trabalhada na terapia desde os 11 anos. O que mudou para mim foi o volume de trabalho. Tinha também a responsabilidade, mas todo trabalho tem uma importância gigante na minha vida. Me realizo, me divirto, me empenho e sou feliz trabalhando. Claro que tinha e ainda tenho outros fatores para cuidar como filha, pais, amor, saúde e bem-estar. Essa coisa tensa e carregada de ser protagonista nunca me pegou.

Mas o que aconteceu que depois você começou a fazer várias participações, mas nunca uma novela inteira. Foi uma opção sua? O que aconteceu?

JM - Não sei. Acho que a minha vida se conduziu dessa maneira, e está tudo bem. Não foi uma opção minha. O destino, a vida, a maneira que as águas foram indo. Fiz muitas peças teatrais e comecei a trabalhar também em séries. Virei produtora, fui fazer a faculdade de teatro. A vida seguiu.

Estava com saudades de fazer TV?

JM - Muita. Eu me sinto em casa porque eu sou cria da TV. Tenho muita unidade com a linguagem televisiva e com as câmeras. A TV, para mim, é aquela amiga que você não vê há um tempão, mas quando vê, nem parece que existiu esse gap.