O Dia Mundial do Doador de Sangue é celebrado mundialmente neste sábado, 14 de junho, com o objetivo de incentivar o aumento das doações regulares. No Brasil, apenas 1,4% da população doa sangue regularmente, o  que equivale a 14 pessoas em cada mil habitantes, segundo o Ministério da Saúde.

O hábito de doar sangue requer responsabilidade, compromisso, solidariedade e pode salvar vidas. De acordo com a Fundação Hemominas, todos os tipos sanguíneos são importantes, no entanto, o tipo sanguíneo O Negativo, por ser "universal", é muito demandado para atendimento nas urgências e emergências hospitalares. Daí a importância para que os doadores com esse tipo sanguíneo doem regularmente ao longo do ano.

Ainda segundo a Hemominas, todos os dias há pessoas dependendo de transfusões sanguíneas. Por isso as doações são uma necessidade contínua, não somente em momentos críticos do estoque ou em campanhas e datas comemorativas. A instituição conta com 20 unidades e 18 Postos Avançados de Coleta Externa (PACEs) distribuídos estrategicamente pelo Estado. Os endereços podem ser consultados no site da Hemominas.

As unidades da fundação recebem entre 1.200 e 1.500 pessoas por dia. No entanto, mesmo com o número de doadores nesta faixa, pode acontecer de um ou mais tipos sanguíneos estarem em baixa, devido ao comparecimento de doadores de um tipo sanguíneo específico abaixo do ideal. 

Estoque de sangue na Hemominas

O estoque da fundação é atualizado todos os dias úteis e pode ser consultado no site e nas redes sociais do Hemominas. Os tipos sanguíneos positivos e negativos estão em queda de 37% e 28%, respectivamente. Já os tipos em estado crítico estão mais de 40% abaixo do ideal.

De acordo com a última atualização informada pela fundação, os tipos sanguíneos O positivo, A positivo, A negativo e B negativo estavam em situação crítica. Os tipos O negativo e AB negativo em estado de alerta. Já o tipo B positivo estava em estado adequado e AB positivo em situação estável.

A médica hematologista e coordenadora da Hematologia da Rede Mater Dei de Saúde em Belo Horizonte, Patrícia Fisher, alerta sobre a importância de se falar mais sobre a doação de sangue, levando informações seguras para a população. “Nos últimos anos, no pós-pandemia, temos visto um aumento da desinformação em torno da doação de sangue, o que também reflete em uma diminuição de pessoas dispostas a contribuir. Muitos acreditam erroneamente que doar sangue faz mal, causa fraqueza, altera a textura sanguínea ou até causa doenças”, disse.

A médica conta que, além do receio da doação, períodos de sazonalidade também contribuem para a diminuição das transfusões sanguíneas, como as janelas de vacinação. “A vacina da gripe pode inativar o doador por até quatro semanas, e doadores que tiveram infecção viral podem ficar suspensos entre 14 a 30 dias. Períodos de férias, de festas de final de ano ou Carnaval também impactam na baixa de doações”, relata.

Além disso, é importante salientar também que não é possível doar sangue com sintomas gripais. O prazo para quem teve gripe, seja casos suspeitos ou confirmados, é de 15 dias após o desaparecimento dos sintomas, sendo que os contatos de casos confirmados ou suspeitos também devem aguardar 15 dias para candidatura à doação de sangue.

Patrícia Fisher ressalta ainda que realizar a doação em hemocentros licenciados é um processo seguro e benéfico para a sociedade de modo geral. Quanto mais pessoas doarem, melhor para os sistemas de saúde.

Critérios para ser doador:

  • Ter e estar com boa saúde;

  • Ter entre 16 e 69 anos de idade;

  • Jovens de 16 e 17 anos podem doar acompanhados pelo responsável legal, que deverá apresentar um documento de identidade e a autorização no local de doação. Se desacompanhado, o jovem deverá apresentar os seguintes documentos do responsável legal: autorização preenchida e assinada (modelo disponível no site www.hemominas.mg.gov.br) e a fotocópia do mesmo documento de identidade constante na autorização;
  • A partir de 61 anos, o candidato à doação precisa comprovar a realização de pelo menos uma doação anterior; 
  • Pesar mais de 50 kg; 
  • Não ter sido exposto a situação de risco acrescido para doenças sexualmente transmissíveis; 
  • Ter dormido bem na noite anterior à doação;
  • Alimentar-se antes da doação pela manhã. Se for doar após o almoço, dar um intervalo de 3 horas. 

Estas são as condições básicas, mas é importante consultar situações específicas no site: www.hemominas.mg.gov.br, pois há impedimentos temporários relacionados a medicamentos, vacinas, procedimentos estéticos e exames, entre outras questões.

* Sob supervisão de Atualidades