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Josias Pereira

Mineiro de Pedra Azul, jornalista graduado pela Centro Universitário Newton Paiva, editor do Flashscore Brasil, há mais de uma década no jornalismo esportivo e com experiência em coberturas internacionais, como duas Copas do Mundo e Jogos Olímpicos. Ex-setorista do Cruzeiro em O TEMPO e na FM O TEMPO. Colunista.

OPINIÃO

Vitória maiúscula de um Cruzeiro com atitude e PREDESTINADO!

Ainda faltam degraus. Mas este é um Cruzeiro que briga, que luta, que transpira e executa. Um time que entende suas limitações e as transforma em virtudes.

Por Josias Pereira
Publicado em 05 de maio de 2025 | 06:35

Bem-vindo a 2025, Cruzeiro! Pela primeira vez na temporada, a Raposa chegou a uma sequência de três vitórias consecutivas, dando claros sinais de avanço e de entendimento à filosofia de jogo de Leonardo Jardim. Não sejamos hipócritas ao apontar que o time chegou ao seu estágio final de maturação. Pelo contrário. Ainda faltam muitos degraus nesta jornada. Mas este é um Cruzeiro que briga, que luta, que transpira e executa. Um time que entende suas limitações e as transforma em virtudes, sendo capaz de competir, inclusive contra uma das maiores equipes do futebol sul-americano na atualidade. 

Não vamos minimizar o tamanho desse feito. O Cruzeiro amargava um incômodo jejum de vitórias frente ao Flamengo. Eram 10 anos sem triunfos pelo Brasileirão, praticamente sete anos sem triunfos contra o adversário carioca em qualquer competição, com o último resultado favorável sendo registrado na Copa Libertadores de 2018, uma vitória que sequer foi no Mineirão, mas, sim, um 2 a 0 dentro do Maracanã, no jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores. 

Uma vitória sobre um adversário que venceu 17 dos seus 26 jogos em 2025, acumulava seis partidas sem derrotas e não perdia fora de casa há 23 compromissos e estava a um jogo de igualar o maior recorde como visitante na história do clube — 24 partidas sem derrotas nesta condição, registrado na temporada 2010/11. 

Autoridade. Esta é a palavra que define a vitória celeste. Leonardo Jardim conseguiu tirar a intensidade de um Flamengo que, com campo, domina seus adversários e impõe seu ritmo. Mas o promissor Filipe Luís, dessa vez, não foi hábil para se desvencilhar da estratégia de jogo montada pelo mister.

Seria até um crime se o Cruzeiro não saísse de campo com a vitória nesse domingo. O volume de jogo apresentado, especialmente em uma segunda etapa onde Rossi precisou salvar o Rubro-Negro inúmeras vezes, foi a mostra de que a Raposa merecia uma melhor sorte no confronto. E ainda bem que essa oportunidade de ouro apresentou-se ao time, mais especificamente a Gabigol. 

O camisa 9, neste momento, é a antítese do que se viu nos noticiários nos últimos dias, quando um jogador experiente não aceitou sua condição no time e virou as costas para o trabalho, querendo se impor frente a um processo que vem apresentando frutos. Com ou sem estrelas. Nada é capaz de parar a força do trabalho. Seja com um minuto, dois, três, não importa. Quando um jogador está pronto e ciente de seu papel, o resultado chega. 

Gabigol, apesar de muitos o pintarem como vilão em diversas histórias, estava lá para fazer o que se espera dele. O poder de definição. Seja com um pênalti, com um e, com um desvio na bola. No lugar certo, na hora certa. Predestinado.

Um roteiro cruel para o Flamengo, clube onde alcançou um posto de idolatria. Um roteiro doce para o cruzeirense, que mais uma vez precisava viver domingos assim no Mineirão. A construção de um projeto vencedor a também por memoriais, aqueles momentos onde é possível olhar e ver que algo diferente impulsionou uma história. Que o 4 de maio de 2025 possa ser um desses dias para o Cruzeiro.