TRANSPORTE

Frota brasileira envelhece a os largos: Minas em destaque no crescimento

Veículos com média de 11 anos de circulação predominam e refletem desafios ambientais e econômicos

Por Igor Veiga
Publicado em 20 de maio de 2025 | 15:13

A frota brasileira de veículos e motos registrou crescimento de 2,8% em 2024, impulsionada pela recuperação econômica. Dados divulgados pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) revelam que 85,4% são automóveis e motocicletas, concentrados em dez das 27 unidades federativas do país.

São Paulo e Minas Gerais lideram o ranking, respondendo por 43,2% da frota circulante no Brasil. O estado mineiro consolida-se como polo estratégico no setor automotivo.

Envelhecimento acelerado da frota

Conforme o relatório do Sindipeças, a idade média dos veículos no Brasil em 2024 atingiu 11 anos e 2 meses, com queda acentuada na renovação: carros novos (0-5 anos) caíram 35,2% desde 2015. Motos apresentam leve rejuvenescimento, mantendo média de 8 anos.

Veículos elétricos e híbridos saltaram 119,2%, mas ainda representam parcela mínima frente aos flex (77,1% do total). Importados alcançaram 14,7% da frota, maior patamar desde 2018.

Dados de 2015 a 2024 revelam uma mudança preocupante no perfil dos veículos em circulação no Brasil:

  • Queda de 35,2% nos veículos novos (0-5 anos): de 16,5 milhões (38,5% da frota) para 10,7 milhões (22,3%)
  • Aumento de 35% nos veículos acima de 16 anos: de 17,6% para 23,8% do total
  • Idade média dos automóveis saltou de 8 anos e 10 meses para 11 anos e 2 meses
  • Motocicletas com até 10 anos caíram de 85% para 65% no período.

Divergência de dados oficiais

Enquanto a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) contabilizou 123,97 milhões de veículos no Brasil em 2024, o Sindipeças estima a frota real em 62,1 milhões. A diferença ocorre pela não baixa de veículos sucateados ou abandonados.

Carlos Moraes, analista do setor, alerta: "Sem inspeção técnica veicular, o país mantém riscos ambientais e de segurança". Especialistas defendem programas de renovação atrelados à reciclagem.